16 - C'est La Vie!

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HARRISON

A noite caiu completamente e já era hora de ir embora. Não tinha mais o que fazer ali e eu não tinha nenhuma lâmpada para fazer com que eu enxergasse algum cômodo na escuridão mesmo se eu quisesse fazer mais algum trabalho na casa.

Desliguei o rádio, fechei as janelas e saí da casa, trancando a porta.

No motel, liguei para Jack antes de dormir.

— E como estão as coisas, amor? — ele me perguntou.

— Só estou muito cansado mesmo por essa faxina que dei hoje. — ri. — Mas valeu a pena. A casa está em ótimo estado, até, considerando o tempo todo que ficou abandonada.

— Fora o fato que eles ainda vão ficar com muita mobília, né?

— Com certeza.

— Mas tudo bem, acho que você precisa descansar agora.

— Sim, preciso muito.

— Boa noite, Harry. Amanhã nos falamos mais?

— Sim, com certeza. — sorri. — Boa noite, Jack.

— Te amo.

— Também te amo.

No dia seguinte, estava em pé em frente a casa com o meu melhor terno. Não era nenhum corretor de imóveis, mas... Gostaria de passar seriedade no que eu fazia.

Um carro chegou e estacionou bem em frente a residência. Só podiam ser eles dois.

Olhei no relógio. Dez horas.

A porta do carona se abriu e dela saiu uma mulher negra, com cabelos cacheados e um enorme sorriso no rosto.

— Estava ansiosa pra te conhecer.

— Igualmente. — sorri. — Vocês são bem pontuais. Extremamente pontuais.

Rimos e ela veio me cumprimentar com um abraço.

— Prazer em conhecê-lo também, senhor Harrison. — disse uma voz masculina.

Ao me desfazer do abraço, notei um homem de pele morena, olhos verdes e cabelo bem no estilo raspado.

— Olá, o prazer é todo meu. — estendi a minha mão ainda com um sorriso no rosto.

— Sou o Roberto. — apertou minha mão. — Espero que a minha esposa não tenha te perturbado muito.

— Imagina! Por que perturbaria?

— Ela até hoje só sabe falar dessa casa. Está obcecada!

— Claro. Sua casa é um sonho, senhor Harrison. — ela me disse.

— Fico lisonjeado. — ri, sem graça. — Bom, como podem ver ela está diferente da foto que publiquei no site. Existem sinais de ferrugem nos metais, a pintura descascando bastante...

— Sim, sim, não se preocupe. — disse Roberto. — Tudo o que uma reforma não resolva, não é mesmo?

— Claro. Com uma reforma, a casa renascerá das cinzas! Vem, vamos entrar.

O casal aparentava estar chegando aos trinta anos de idade, mais ou menos. Pareciam estar felizes juntos. Trocavam algumas carícias e estavam andando sempre de mãos dadas. A todo o momento que eu apresentei a casa, Patrícia e Roberto se mostravam deslumbrados com as coisas dos anos 80 que continuavam ali.

— Nossa, a maioria das mobílias ainda estão tão bem conservadas que com certeza vamos manter. — a moça comentou.

Comentei sobre a energia elétrica e a água, que estava tudo ok, mas que era necessário substituir todas as lâmpadas da casa por novas.

Quando o amor é pra sempre (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora