29 - Coisas que estão além do nosso alcance

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— Oi, Harrison. Como vai?

— Vou indo. — forcei o sorriso. — Obrigado por perguntar. O senhor, como vai?

— Vou bem, apesar de cansado... Estava checando a saúde do garoto. Tudo continua estável. 

— Que bom. — assenti com a cabeça, entrando na sala. 

— Você o visita todo dia, não se cansa? — ele me perguntou ao parar na porta. 

— De vê-lo? Claro que não. Só é um pouco cansativo passar as noites no hospital, mas faz parte. 

— Ah. 

Ao olhar pra Scott, estranhei completamente ao observar a sua cabeça virada de lado no travesseiro.

— Doutor, espera!

— Sim? — ele perguntou, segurando a porta da sala. 

— Foram vocês que o deixaram assim? — apontei para Scott.

O doutor regrediu para a sala, o observando cautelosamente. 

— Não... Ele estava com a cabeça virada pra cima agora mesmo, antes de você chegar...

Ele se aproximou da cama e gentilmente levantou uma das pálpebras de Scott, checando com uma pequena lanterna. Depois, ajeitou a cabeça dele para que ficasse virada pra cima novamente. 

— Bom... É possível que as pessoas em coma tenham espasmos. 

— Ah. Então ele se mexeu?

— Provavelmente. — ele me olhou, assentindo com a cabeça.

— Doutor, isso pode ser algum sinal que... Que ele possa acordar em breve? — meu coração se encheu de esperança.

— Não sei, Harrison. — ele suspirou. — Isso na verdade não quer dizer nada. Temos que esperar pra ver. Pode ser possível, mas é muito improvável. 

— Entendi. — abaixei a cabeça.

— Se cuida. Qualquer coisa é só nos avisar. — ele disse, passando apressadamente por mim e indo pra fora da sala. 

Me aproximei da cama, sentei na poltrona em que eu sempre ficava e toquei o rosto dele de forma gentil. 

— Se pode me ouvir, Scott, saiba que eu estou aqui. Eu sempre estou aqui com você e sempre estarei. Nunca vou te deixar. 

ALGUM DIA EM 1988

SCOTT

— Eu te ajudo nesse trabalho, Scott, não tem problema... 

Angela sorria enquanto deitava a cabeça no meu ombro e fazia carinho nos meus braços.

— Não, obrigado... Eu gosto de fazer esses trabalhos sozinhos e não em dupla. 

— Ele é besta, Angela! Não quis nem fazer comigo, amigo dele há anos. — Dave comentou. 

— Você é chato, hein? — ela me olhou com as sobrancelhas arqueadas, se afastando de mim. 

Quando o amor é pra sempre (Romance Gay)Where stories live. Discover now