— Oi, Harrison. Como vai?
— Vou indo. — forcei o sorriso. — Obrigado por perguntar. O senhor, como vai?
— Vou bem, apesar de cansado... Estava checando a saúde do garoto. Tudo continua estável.
— Que bom. — assenti com a cabeça, entrando na sala.
— Você o visita todo dia, não se cansa? — ele me perguntou ao parar na porta.
— De vê-lo? Claro que não. Só é um pouco cansativo passar as noites no hospital, mas faz parte.
— Ah.
Ao olhar pra Scott, estranhei completamente ao observar a sua cabeça virada de lado no travesseiro.
— Doutor, espera!
— Sim? — ele perguntou, segurando a porta da sala.
— Foram vocês que o deixaram assim? — apontei para Scott.
O doutor regrediu para a sala, o observando cautelosamente.
— Não... Ele estava com a cabeça virada pra cima agora mesmo, antes de você chegar...
Ele se aproximou da cama e gentilmente levantou uma das pálpebras de Scott, checando com uma pequena lanterna. Depois, ajeitou a cabeça dele para que ficasse virada pra cima novamente.
— Bom... É possível que as pessoas em coma tenham espasmos.
— Ah. Então ele se mexeu?
— Provavelmente. — ele me olhou, assentindo com a cabeça.
— Doutor, isso pode ser algum sinal que... Que ele possa acordar em breve? — meu coração se encheu de esperança.
— Não sei, Harrison. — ele suspirou. — Isso na verdade não quer dizer nada. Temos que esperar pra ver. Pode ser possível, mas é muito improvável.
— Entendi. — abaixei a cabeça.
— Se cuida. Qualquer coisa é só nos avisar. — ele disse, passando apressadamente por mim e indo pra fora da sala.
Me aproximei da cama, sentei na poltrona em que eu sempre ficava e toquei o rosto dele de forma gentil.
— Se pode me ouvir, Scott, saiba que eu estou aqui. Eu sempre estou aqui com você e sempre estarei. Nunca vou te deixar.
ALGUM DIA EM 1988
SCOTT
— Eu te ajudo nesse trabalho, Scott, não tem problema...
Angela sorria enquanto deitava a cabeça no meu ombro e fazia carinho nos meus braços.
— Não, obrigado... Eu gosto de fazer esses trabalhos sozinhos e não em dupla.
— Ele é besta, Angela! Não quis nem fazer comigo, amigo dele há anos. — Dave comentou.
— Você é chato, hein? — ela me olhou com as sobrancelhas arqueadas, se afastando de mim.
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Quando o amor é pra sempre (Romance Gay)
Romance(COMPLETO E REVISADO) No ano de 1989, em Denver, Colorado - Estados Unidos, Harrison é um garoto de 18 anos que nunca se relacionou com ninguém por ter dificuldades de entender sua sexualidade. Se sentindo completamente confuso, a situação só piora...
29 - Coisas que estão além do nosso alcance
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