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Depois de três aulas, finalmente saio do prédio. O campus da BNU é em forma de U, há 10 prédios no total, divididos pelas áreas de Ciências Exatas, Humanas, Linguagens, Engenharias e as Ciências Agrárias, Biológicas, Saúde, Sociais e outros, e um deles, o mais ao centro e o maior, é o que abriga o refeitório, biblioteca, alguns clubes, academia etc. O meio do campus é uma grande área arborizada com bancos e algumas lanchonetes, e na entrada, um estacionamento para os carros. Atrás e nas ruas ao redor do campus, há as casas das fraternidades e repúblicas, além de um gigante campo de futebol, e outro com uma área de atletismo. É praticamente uma cidade dentro da cidade. Atravesso o lugar pelos ladrilhos de pedra, até o prédio principal, há uma multidão de pessoas junto comigo, alguns indo até o refeitório e outros ficando pelos food trucks espalhados por ali.

Entro no refeitório lotado, o local é enorme, tem quatro lanchonetes em cada canto, uma vegetariana e vegana, outra que serve apenas lanches e sanduíches, uma de comidas com restrições e a última só doces, no centro, há um buffet com comidas oferecidas pela BNU, e ao redor de tudo há várias mesas espalhadas. Meu estomago ronca e sem dinheiro, caminho para o buffet no centro.

Pego uma das bandejas vermelhas e entro na fila, enquanto andamos devagar, repasso na cabeça meu quase surto na prova, normalmente eu não penso em meus pais e em suas regras idiotas, regras que existiam para que eu fosse a filha perfeita e não arruinasse os planos de meus pais, tinha até uma lista colada na porta do meu guarda-roupa, mas acho que o fato de meu aniversário ter passado em branco por eles... reacendeu memórias que faço questão de esquecer para não sofrer.

— Ei, não fure a fila idiota. – Acordo para a realidade e percebo que a voz veio de uma menina atrás de mim, reclamando para cabelos loiros que passaram na minha frente.

Quando se vira para trás, seguro minha vontade de revirar os olhos. Amélie Stein, a capitã das líderes de torcida de futebol, o esporte de maior sucesso, da universidade, sorri para a garota atrás de mim.

— Ah, não se preocupe, minha querida amiga Jade não vai se importar, não é?

Normalmente eu não me importo quando Zoe e Emma pronunciam meu nome errado, em vez de dizer Jade, como a pedra preciosa e como se diz em espanhol, pronunciam com sotaque inglês, o a com grande entonação, mas quando pessoas como Amélie dizem, ainda por cima pessoas que viveram comigo e sabem como é corretamente dito, dizem, me enfurece.

— Você está furando a fila. – Gostaria de acrescentar que não somos amigas, mas já é o suficiente.

— Ah jura? E o que você vai fazer, Jade? – A pronúncia volta a me irritar. – Nada não é? Porque você nunca faz nada, é apenas uma...

— Meu Deus Amélie, ainda é meio dia e você já está enchendo o saco? – Ouço risadinhas na fila pelo comentário de Emma que chega ao meu lado.

— Exatamente como eu iria terminar: garotinha indefesa que não vive sem a ajuda das amiguinhas.

— Que bom que ela tem amigas, não sei se sabe o significado disso. – Amélie respira fundo e se vira para minha amiga.

— Olha só Emily, a conversa não é com você, nunca é, então por que não cai fora e para de se meter?

— Primeiro, meu nome é Emma e você sabe disso, segundo, não preciso de autorização, principalmente sua, para me meter onde eu bem quiser e terceiro, eu pararia de me meter se você parasse de ser uma tremendo pé no saco.

— Pé no saco? Sua amiga perfeitinha é uma tremendo pé no saco, ninguém suporta ela sendo...

— Chega – Boto minha bandeja no apoio de comidas, me estico pegando a primeira coisa comestível que vejo e seguro o braço de Emma. – Já deu.

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