Os pais de Chaz sempre que queriam castigá-lo, usavam disso: dinheiro. Não dava nem para o garoto colocar gasolina no carro, então ele ficava desesperado e recorria a um traficante que possuía um ringue de luta — e mais outras coisas —, quase na divisa de Ottawa com Montreal. Não era muito longe de lá, principalmente de carro.

— Era isso ou ficar sem dinheiro. E só uso as vezes em festas, tenho medo de ficar viciado — disse, e concordei.

Nós nunca fomos de ficar usando droga, apesar de rolar bastante nas festas que íamos. Era a mesma coisa de assinar atestado de burrice, mexer com algo que poderia acabar com a sua vida. E fora que Jeremy me mataria, se soubesse. O cigarro já estava de bom tamanho.

— Você poderia olhar com Lil se eu posso começar a lutar lá.

Chaz e Nolan arregalaram os olhos.

— Você é doido, Justin? Tio Jeremy te mata, ainda mais que são lutas clandestinas — Chaz disse e olhou para os lados, como se estivesse me contando um segredo.

— Eu gosto de lutar e meu pai não vai nem saber. Por favor, olha com ele pra mim.

Lil não deixava qualquer um chegar e lutar lá, ele sabia que se algum policial passasse por lá e desse batida ele estaria fodido.

— Não sabia que gostava tanto assim de lutar — Nolan disse.

Sorri de lado. Minhas maiores paixões sempre foram os esportes, sempre fui competitivo e gostava de participar de tudo. Com certeza, se pudesse escolher, eu não faria administração como meu pai queria, e sim iria para a área esportiva. Principalmente lutas, eu gostava de basquete e me sentia satisfeito em fazê-lo, mas a luta era algo que eu sonhava.

— Eu sempre gostei de lutar.

— Dá pra ver quando você bate em alguém —Chaz riu — Mas Jeremy surtaria se visse o filho dele envolvido com traficante e lutas.

— Já te disse, ele não vai saber.

— Justin, seu pai é um dos homens mais poderosos do Canadá. Como pode ter tanta certeza que ele nunca vai descobrir? Fora que você vai chegar direto esfolado em casa. Vai falar que foi o que?

Entortei a boca, Chaz tinha razão. Meu pai facilmente descobriria e acabaria com tudo, principalmente comigo.

— Merda! O que eu faço? — perguntei, sem ao menos saber.

— Tenta esconder ao máximo e se você vê que ele está desconfiado, na primeira oportunidade cai fora. — Nolan deu a ideia.

— Acho que vou fazer isso — suspirei — Eu queria ter coragem de falar com ele que eu não quero aquela maldita empresa e nem faço questão dela.

— Eu entendo, Justin. Conhecemos seu pai, acho que nem eu teria coragem — Chaz disse.

— Ih, olha quem está vindo ali — Nolan disse, apontando com a cabeça para a direção.

Vi Addison, a maior vadia da escola, com Abby e Grazi, suas duas cachorrinhas atrás dela. Addison era o tipo de garota que eu repudiava. Ela já passou na mão de todos os garotos do colégio, e quando eu digo todos são todos mesmo, menos eu, Chaz e Nolan. Que fizemos praticamente um pacto, que nunca ficaríamos com as garotas mais rodadas do colégio. Lógico que já havia ficado com vadias, mas dessas três eu queria distância. Se duvidar, elas tinham até algum tipo de doença. Lembrava-me bem de quando Addison, a que tinha a pior fama dentre elas, começou a ficar com os meninos no muro atrás do colégio, ela levava qualquer tipo de garoto para lá. Com os meses, começaram a espalhar para o colégio que ela não ficava só aos beijos e sim fodia com todos eles, sem ao menos se dar o valor. Sua fama logo chegou aos ouvidos de todos, a garota virou líder de torcida e invejada por muitas, o que eu achava uma piada. Não podia negar que Addison era linda e gostosa, mas minha indiferença por ela ultrapassava qualquer limite do tesão.

HeartbreakerWhere stories live. Discover now