- Kim, guarda a arma. Por favor. Não desperdiça sua vida por causa disso. Você sabe que pra atirar nela vai ter que atirar em mim também. Não vale a pena, vai embora. Você vai ficar bem.

- Eu não vou matar ela, porra! – Kim gritou. – Eu só quero que ela sinta como é se sentir insignificante, como se não valesse nada. Um segundo e você deixaria de existir se eu quisesse. Levaria um segundo! Isso é quanto insignificante você pode ser também!

- Eu sinto muito, Kim. – Alexia disse com a voz trêmula. – Mas eu não fiz nada pra magoar você diretamente. Você me conhece, sabe que eu não sou uma boa pessoa pra um relacionamento. Eu não estou pronta pra isso. Eu sinto muito!

- Foda-se! Nunca mais fale comigo na sua vida! – Kim se virou e com passos apressados foi embora.

Emma e Alexia demoraram para se moverem novamente. Somente quando a distância de Kim foi segura o suficiente. O corpo inteiro de Emma tremia quando ela se virou para Alexia, que apenas a abraçou forte enquanto soluçava.

- Meu Deus! – Alexia disse com a voz abafada, ainda sem acreditar no que tinha acabado de acontecer.

- Vamos. – Emma abraçou Alexia com força. – Está tudo bem, vamos.

Elas apressaram os passos e saíram dali o mais rápido possível. O trajeto que ainda duraria uns 15 minutos durou 5 pela pressa de seus passos e finalmente chegaram na casa de Alexia.

Sua mãe e seu padrasto estavam dormindo e a casa estava silenciosa. Emma conduziu Alexia para a cozinha e pegou um copo d'água para ela, que ainda estava muito abalada e tremia demais. Emma não estava diferente. Que loucura!

- Eu não acredito que ela fez isso. – Alexia disse enxugando algumas lágrimas depois de tomar alguns goles da água. – Porra... – ela murmurou, ainda perplexa. – Eu não sabia que a Kim seria capaz de uma coisa dessas.

- Isso é loucura. – foi a única coisa que Emma conseguiu expressar.

- Meu Deus.

- Vamos subir, tomar um banho pra relaxar e descansar, tentar esquecer que isso aconteceu.

- Impossível esquecer a porra de uma arma apontada na sua cara. Ela poderia ter me matado, Emma!

- Mas não matou, ela não tinha essa intenção, Alexia. Ela só quis te assustar.

- E conseguiu.

- Vamos subir...

Emma pegou o copo da mão de Alexia e a conduziu até o quarto dela.

Alguns longos momentos depois elas estavam deitadas na cama de Alexia, enroladas em um edredom grosso enquanto algum programa aleatório passava na televisão que ficava de frente para a cama. Foi a tentativa frustrada de Emma para fazer Alexia se distrair, mas ela não conseguia focar por muito tempo sem pensar no que tinha acontecido.

- Foi a coisa mais insana que eu já senti na vida. – Alexia murmurou.

- Eu também. Você precisa tomar mais cuidado com as pessoas que você sai. Existem pessoas realmente descontroladas por aí.

- E se ela tivesse atirado?

- Para com isso, ela não atirou, está tudo bem.

- Meu Deus, Emma. – Alexia suspirou e a olhou no fundo dos olhos. – Promete pra mim que nunca vai apontar uma arma pra mim?

Emma teve que rir.

- Eu não sou tão descontrolada a esse ponto. Não se preocupe.

- Promete!

Touch Me (Romance Lésbico)Where stories live. Discover now