Nova Morte

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Notas da autora - Neste capítulo será mencionado a etnia da aldeia de Caupé, que é uma etnia ficcional, assim como o ambiente que descrevo, os únicos fatos deste livro é a existência da cidade Santarém e a praça Fortaleza do Tapajós com o encontro entre os rios Amazonas e Tapajós.

Por mais que seja uma etnia inventada, será baseada em etnias indígenas brasileiras, se alguém pertencente ao povo originário desta terra se sentir ofendido em qualquer parte do livro, entre em contato comigo (Ig na bio) que altero o trecho, de nenhuma forma quero ser racista, gerar constrangimento ou reproduzir estereótipos em minha obra.

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A manhã de Freya estava completamente normal e monótona, apenas alguns pensamentos sobre a noite anterior e o caso, em meio a pilhas e mais pilhas de papéis para lançar no sistema; era incrível como ela era tratada como uma secretária, pois nem escrivã podia ser considerada, nunca havia participado de um interrogatório, mesmo que se fosse apenas para transcrever o que estivera sendo dito entre as duas partes... Não aparentava que a garota carregava uma arma de fogo na cintura e um distintivo no pescoço, com o dizer DETETIVE

Em um determinado momento, Isaque se aproximou da mesa de Veloso, lançando um jornal em direção dela, se encostando no móvel de braços cruzados e dizendo:

- Acho que essa matéria irá te interessar.

A cacheada para de digitar e direciona sua atenção no papel jogado pelo veterano, em destaque estava escrito: "Rio Amazonas e suas águas mortais"; embora o sensacionalismo, a detetive já havia percebido do que se tratava aquela manchete, uma nova morte tinha ocorrido.

- Está escrito o nome da pessoa em algum lugar? - Freya pergunta se ajeitando em sua cadeira e analisando as páginas mais de perto.

- Melhor do que isso, Veloso. - Isaque destaca. - Ai não está só exposto o nome da vítima, mas também a polêmica e os crimes que seu nome estava envolvido, além da identidade falsa que ele usava para se camuflar da justiça, mas a melhor parte vem agora, ele residia em Santarém há vários meses, você sabe o que significa.

- O nosso detetive fechou o caso que fora arquivado pela justiça, mas pela gravidade da situação será feito uma autópsia, não?

- Detetive Veloso... Você tem muito a aprender como as coisas funciona aqui. A última coisa que o Martins deseja é um escândalo, nem se eu apontasse algo de errado ou pedisse uma autópsia ele abriria um inquérito, pois traria muita publicidade à delegacia, morte acidental é o melhor desfecho para ele, sem crime, sem escândalos.

Antes da novata se pronunciar, o Veterano continua.

- Porém, como o seu parceiro é incrível e o mais velho aqui. - Disse se gabando, enquanto Freya balança a cabeça em negação, com um sorriso no rosto. - Tenho contatos que podem me ajudar a retirar o cadáver de áreas oficiais e fazer uma autópsia independente.

- Então quer dizer que o Detetive Santos faz coisas extraoficiais e retira corpos do IML com frequência? - Freya desdenha.

- Claro, eu sou um traficante de órgãos e levarei você para conhecer meu covil. - Ambos riem e Isaque prossegue. - Não é nada disso, apenas o chefe do necrotério me deve um favor e eu sou amigo do Cacique da aldeia Iacanga, a aldeia onde sua paixão reside; antigamente ele era quem fazia as autópsias.

- Perfeito, quando tudo estiver pronto eu irei com você até a aldeia, obrigada por está me ajudando. - Pausa - e a Caupé não é minha paixão. - Veloso completa.

Nas Margens da Justiça (Em Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora