Vai passar rápido, Harry. Logo você estará em Ohio de novo.

Fazia um mês que meu pai havia morrido, mas eu ainda estava de luto. Hoje, a maior parte da dor se transformou em saudade, porém ainda é complicado.

"O tempo cura tudo", é o que sempre dizem, não é?

Ao chegar no aeroporto de Denver, assim que desci do avião, senti algo que posso descrever como um peso espiritual. Não estava me sentindo muito bem, era como se toda a energia daquele lugar fosse pesada e me fizesse mal. Tentei me controlar o máximo que pude e caminhei até a saída do aeroporto.

Não foi difícil pegar um táxi.

- Aquele motel (*) de beira de estrada próximo da entrada da cidade ainda existe? - perguntei ao motorista. - É que não venho aqui por oito anos.

[* = Os motéis nos Estados Unidos não são completamente voltados para funcionarem como um local que as pessoas procuram para fazer sexo. Lá, é muito mais comum os quartos de motel serem alugados por viajantes e jovens que se mudaram da casa dos pais recentemente, até porque o preço sempre foi muito mais barato do que um hotel.]

- Sim, rapaz. Ele continua lá, de pé. É muito útil pois é um lugar bem cuidado e o preço é bem barato.

- Que ótimo. Me leve pra lá então, por favor.

Ao chegar, agradeci ao motorista e fui a recepção. O local não era muito grande. Era simples, mas bem organizado e limpo. Ficava literalmente na beira da estrada e só possuía o andar térreo. Poucos carros estavam estacionados. A recepção ficava do lado esquerdo e na parede do lado de fora tinha uma máquina de bebidas junto com outra máquina de snacks.

Paguei o aluguel dos dias que eu precisaria ficar ali e então a recepcionista me deu a chave. Fui então, finalmente ao meu quarto.

O lugar era pequeno e tinha um aroma muito agradável de lavanda. À esquerda, havia uma cama de casal com duas mesinhas de madeira: uma de cada lado. Em cima de cada uma delas tinha um abajur. O papel de parede que revestia o cômodo era de cor bege, assim como o carpete, só que em um tom mais escuro. As cortinas da janela tinham estampa de flores.

Deixei minha mala do lado da cômoda de madeira que ficava de frente pra cama. Em cima dela, tinha uma televisão e um telefone. Do outro lado, havia um mini closet e um frigobar. Abri e haviam algumas garrafas de água mineral. Peguei uma para beber enquanto fui verificar o banheiro.

Com um piso de mármore branco e azulejos rosa claro, o cômodo era bem pequeno também, mas bem funcional. No lado esquerdo tinha uma banheira pequena, enquanto de frente para a porta havia uma pia com um pequeno espelho em cima e do lado direito o vaso sanitário.

Tomei um banho e liguei para Patrícia.

- Alô.

- Alô, boa tarde. É a Patrícia?

- Sim, eu mesma. Boa tarde, quem deseja?

- Aqui é o Harrison, tudo bem?

- Tudo ótimo, senhor Harrison! Presumo que o senhor ligou pra avisar que já chegou em Denver?

- Isso mesmo.

- Ah, fico muito feliz em saber disso! - ela riu e parece ter comentado algo com alguém que estava perto dela. - Meu marido também ficou muito feliz.

Quando o amor é pra sempre (Romance Gay)Where stories live. Discover now