008┊ J.V

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URREA, Noah
Orange County ─── Califórnia

— E se ela já tiver ido ao aeroporto? — pergunto desanimado.

— Não foi, Noah, a gente só precisa de dois minutos. — Any responde tentando me animar.

— Como consegue?

— O quê?

— Ser tão forte? — dou um sorriso e ela dá uma risada nasal.

— Noah, nós temos a mesma força. Se eu sou tão forte quanto pensa, você também é. — bagunça a parte de trás do meu cabelo.

— Você não chorou em momento algum, não parece abatida, como?

— Estou triste, impossível dizer que não.

Ela faz uma pausa, dando um sorriso.

— Eu quero fazer vocês não se sentirem tão para baixo. É como se sentisse que preciso fazer isso.

— Mas não precisa, você não se torna menos amiga por sentir suas emoções.

— Sei disso. — segura a minha mão fortemente.

Ela teve a ideia de pedir a sobremesa favorita de Joalin na nossa cafeteria. Eles pararam de produzir a um tempo, contudo, quando contamos o porquê de querermos esse doce em específico, eles aceitaram fazer uma última vez. Por já nos conhecerem, possivelmente foi mais fácil para convencê-los.

— Aqui está. — o atendente entrega o doce. — Espero que Joalin goste, ela parece ser muito especial. — ele dá um sorriso para nós dois.

— Ela é. — respondo e saímos do lugar acenando. — Sua ideia de colocar roupas que Lin escolheu para nós foi boa.

— Foi perfeita. — joga o cabelo e rimos indo em direção ao táxi. — Estou torcendo para ela gostar de tudo. — a vejo ficar mais pensativa e por consequência a abracei.

— Oi, gente! — Sav diz assim que entramos no carro, dando um abraço em Any, que ficou no meio, e um toque comigo.

— Oi! Conseguiram o doce? — Sabi indaga; estava sentada no banco da frente e se virou para nós.

— Conseguimos! — nós quatro fazemos um toque.

— Ok, pode ir, desculpe demorar tanto. — a mais velha diz sorrindo e a moça que dirigia retribui.

Eu não parava de olhar para a janela do carro. A tarde estava linda; isso me deixava mais imerso em meus pensamentos. Naturalmente, sou o que mais fala e, ainda assim, queria ficar mais quieto por agora. Preciso dar um tempo à mim mesmo.

Mais uns cinco minutos se passam e chegamos lá. Damos uma olhada ao redor do aeroporto e encontramos Josh, o que estranhamos.

— Ah, oi pessoal. — diz quando chegamos perto dele.

— Oi... — digo assim que sou o último a dar um abraço nele. — Por que já está aqui? Acreditávamos que chegariam atrasados, como sempre fazem.

Ele dá uma risadinha fraca, tentando não manter contato visual.

— Cadê a Joalin? Você está estranho. — Sabi diz.

— Ela está no banheiro, daqui a pouco volta.

Nos sentamos em um banco que tinha ali.

— Ah, ela pediu para te entregar isso, antes que eu me esqueça. — ele me dá um envelope.

Todos passam a olhar para mim, enquanto vejo que dentro dele há dois papéis, e vendo a letra, ambos eram escritos por Joalin.

Um era o poema que ela tinha escrito e me deu. Não fazia ideia que escrevia e tão bem.

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