005┊You promise?

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A quanto tempo estou lendo essas coisas? Será que muito?

Me virei para o relógio da parede do quarto, que indicava que haviam se passado 50 minutos.

Não pode ser.

Levantei em um pulo e corri pelas escadas, procurando pela minha mãe ou um relógio que estivesse com o horário ao meu favor.

-- Mãe, faz quanto tempo que Josh veio até aqui? — perguntei à mesma.

— Cerca de 35 minutos. — suspirei de alívio, pondo a mão no peito. — Por que toda essa pressa? Por que não viu o horário em seu celular? — pôs uma uva na boca, calma.

— Porque o relógio do meu quarto está adiantado. — bebi rapidamente a água que ela colocou no copo para mim. — E mais, pensei que estava atrasada; é o nervosismo, desculpa. — recebi um abraço da mesma, que deu um sorriso.

— Isso é completamente normal, não se desculpe, Jo. — respondeu. — Aliás, que papel é esse em sua mão?

— Eu estava olhando as últimas coisas sobre o vôo, para garantir. — fui na direção do andar de cima. — Bem, vou lá para o meu quarto, ok? — ela assentiu, e assim o fiz.

Parei no meio da escada.

— Pode ligar para meu primo, para ele vir aqui, por favor?

— Posso sim, filha. — sorri em agradecimento e subi de vez, fechando a porta assim que entrei no quarto.

Agora, respondendo a pergunta da minha mãe para mim mesma, onde está meu celular?

Olhei ao redor do lugar. Como estava praticamente vazio, não precisaria de uma olhada mais precisa.

Fui para o banheiro e vi que estava na bancada da pia. Balancei a cabeça, rindo e voltei a me sentar na cama. Eu iria esperar por Josh antes de ler a próxima carta.
Me deitei na cama e esfreguei as mãos no rosto. As paranóias já se espalhavam pela minha mente. Quais eram as chances de Noah... não, isso é bobagem.

Agradeço por meu primo ter chegado exatamente no momento em que eu iria explodir.

— Oi, Lin, está tudo bem? — ele abriu a porta devagar, a fechando em seguida. — Por que pediu para eu vir aqui de novo? — ele se sentou ao meu lado na cama, então eu levantei.

Dei uma respirada funda enquanto ele me encarava. — Eu não sei. — o olhei e depois virei o olhar para as minhas mãos. — Senti que precisava de alguém do meu lado, então o chamei, ainda mais que foi você quem me entregou a caixa. — respondi e o mesmo me abraçou de lado.

— Tudo bem, eu fico aqui com você. — se apoiou na cabeceira da cama, enquanto eu ficava de frente para ele, colocando a caixa em meu colo e as outras cartas ao meu lado.

— Sinto que você deveria estar trabalhando hoje. — dei um sorriso de lado.

— Heyoon está segurando as pontas para mim no estúdio. Tirei esse dia para ficar mais contigo. — revirei os olhos e olhei para o lado de fora pela varanda. — Ainda não gosta dela? — perguntou com o rosto neutro.

— Não, Josh, e parece que você ainda não percebeu o caráter duvidoso que ela tem. — respondi.

— Joalin, aquelas coisas eram criadas pela sua imaginação, não por Heyoon. — retrucou.

— O mundo inteiro consegue perceber que ela dava em cima de você, até mesmo Any. — rebati. — E eu não quero desperdiçar minhas últimas horas aqui falando sobre ela. — olhei para as cartas e dei um sorriso. — Tenho coisas mais bonitas para ver.

— Terminou de lê-las? — neguei. — Acho que Noah deveria ter entregado elas antes. — fiquei olhando para a próxima data.

— Você sabe desde quando sobre elas?

— Dois meses ou três. — respondeu me olhando preocupado. — Você não queria que eu soubesse?

— Não, você é melhor amigo dele, é mais do que justo. — cruzei as pernas e me encostei na parede. — Any também sabe?

Confirmou com a cabeça. — Nós dois nunca deveríamos saber sobre elas, eu acho, mas Noah não sabe guardar segredo, e nós percebemos depois algumas coisas diferentes nele. — falou. — Como se sente em relação à isso?

— É bem mais complicado quando o clichê acontece com você.

Dei uma risada falsa e um suspiro leve.

— Não havia passado pela minha cabeça que as coisas pudessem ser tão profundas, principalmente para ele. — franzi o cenho. — Como eu não percebi nada antes? E por que aceitei ir para Austrália? — Josh se ajeitou na cama e sentou ao meu lado, passando a mão por meu ombro.

— A culpa não é sua, a cabeça dos dois estava cheia, ainda está. Mas, vocês sempre se preocupam um com o outro, vocês são grudados. É assim mesmo.

Deitei a cabeça no ombro dele, que deitou a dele na minha.

— Você promete que vai me apoiar? Mesmo estando em outro país?

— Irei te apoiar em qualquer decisão que tomar. Você é a minha prima e, acima de tudo, eu quero o seu bem.

Ele me abraçou forte, com os dois braços, e eu fiz o mesmo.

— Você precisa ler todas elas. — disse se referindo as cartas. — Eu vou continuar aqui, talvez mexendo no celular, mas vou continuar aqui, ok? — assenti e peguei mais um envelope.

Enquanto isso, ele se apoiava na cabeceira novamente e eu sentia um pouco mais o cheiro das flores que entrava pela varanda.

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