Gato
por Faramirlover
Tradução de PotterfoySirius Black se mexeu desconfortavelmente no assento do trem, folheando as páginas de sua revista sem ler nada e batendo o pé no chão. Ele estava agudamente ciente de cada tique-taque do relógio preso em seu pulso e de cada uma das respirações curtas e superficiais de James. James tossiu e os olhos de Sirius imediatamente se voltaram para ele.
— Sim?
— O que? — James ergueu os olhos de seus cards de sapo de chocolate, confuso.
— Você ia dizer alguma coisa.
— Não, eu não ia.
— Então por que você tossiu? — Sirius exigiu.
— Porque eu precisava.
— Beleza — Sirius recostou-se na cadeira bufando e cruzando os braços.
O silêncio voltou. Sirius ficou parado por alguns momentos antes de gemer e jogar sua revista pela cabine.
— Qual é o seu problema? Você está me deixando maluco — James reclamou.
— Não é nada — Sirius resmungou. — Volte para o seu maldito livro de cards.
— Vá procurá-lo. Aposto que ele não se importaria que você acompanhasse seus deveres de monitor.
— Ele mandou Peter ir passear quando perguntou se poderia ajudar.
James deu um suspiro longo e profundo que retratava anos de sofrimento nas mãos da idiotice de Sirius Black.
— Mas é o Peter. Ele é irritante. Você é diferente.
— Sou? — Sirius parecia esperançoso e lembrou James do cachorrinho que era a forma animaga de seu melhor amigo.
— Sim, agora saia daqui, Padfoot, antes que eu o espancasse até a morte com meu livro.
xxx
O corredor estava vazio e Sirius parou por um momento depois de deslizar a porta do compartimento atrás de si, deixando-se balançar com o movimento do trem antes de inspirar longamente. Ele o farejou de imediato. O doce aroma de chocolate e canela e algo que só poderia ser descrito como Remus estava flutuando pelo corredor em sua direção.
Sirius saiu atrás dele e só percebeu que Remus não cheirava exatamente como deveria quando chegou a cabine que emanava seu cheiro. Abrindo o compartimento, ele encontrou Remus estendido no chão com Thaddeus Burdon caído ao seu lado. A capa, a gravata e o suéter de Remus estavam descartados em um dos assentos e ele usava apenas sua camisa e calças.
— Ah, ei Sirius.
Sirius não conseguiu evitar o rosnado que escapou de sua garganta, nem conseguiu evitar de segurar seu pequeno amigo pelo pulso e puxá-lo para ficar de pé.
— O que diabos você está fazendo rolando no chão com essa babaca!?
— Ei!
— Cale a boca, Burdon! — Sirius retrucou — Se eu digo que você é um babaca, você é. Vamos, Remus.
— O quê? Espere. Sirius. O que está acontecendo? Ei! Eu preciso das minhas roupas.
— Não, você não precisa.
Sirius o puxou pelo corredor, ignorando os protestos de Remus e as suas tentativas de escapar.
— Entre — ele retrucou, empurrando-o para dentro do banheiro e entrando também, batendo a porta atrás deles.
— Que diabos-
Sirius o silenciou, uma mão deslizando ao redor da cintura fina do menino mais baixo e puxando-os juntos, a outra deslizando ao redor de sua nuca, trazendo-o para um beijo exigente. Os lábios de Remus congelaram sob os seus e por alguns momentos Sirius entrou em pânico e então Remus estava beijando de volta, pressionando-se com força contra o peito de Sirius, as mãos pousando na parte de trás de suas omoplatas, segurando levemente o tecido sedoso da camisa dele.
Eles se separaram ofegando por ar, agarrando-se um ao outro.
— Não que eu esteja reclamando, mas o que causou isso? — Remus perguntou, tremendo levemente, enrolando os dedos no cabelo da nuca de Sirius.
— Burdon. Ele estava em cima de você — Sirius se surpreendeu com o quão parecido com um rosnado aquilo saiu.
— Não, ele não estava.
— Sim, ele estava.
— Não. Ele não estava. Estávamos brincando com o gato dele.
— Gato?
Remus acenou com a cabeça, parecendo divertido.
— Um gato? — de repente, o cheiro de Remus fez sentido. Ele cheirava a um gato sarnento!
— Tira! — Sirius exigiu, mãos voando para desfazer os botões da camisa de Remus.
— O que você está fazendo? Sirius! Eu não vou transar com você!
— O que?
— Não vamos transar em um banheiro.
— Do que você está falando? Quem falou em transar?
— Bom, eu pensei...
— Oh. Ops. Desculpe. Não. Transar não. Não que eu não queira transar com você. Você é realmente quente e sexy e-
— Sirius! — o rosto de Remus estava vermelho brilhante.
— Desculpe. Mas eu não vou deixar meu namorado cheirando a gato. Cachorro e só cachorro.
Remus fez um som esquisito e empalideceu.
— O quê? O que eu fiz agora? — Sirius perguntou.
— Você me chamou de namorado.
Foi a vez de Sirius corar.
— Bem... só se você quiser.
A resposta foi Remus puxando-o para outro beijo. Este era suave e doce e quando Remus recuou, suas bochechas estavam levemente rosadas.
— Tire sua camisa e troque comigo então — ele exigiu, tirando a sua e entregando-a a Sirius.
Ele se esforçou para obedecer, desabotoando a camisa com pressa e entregando-a para Remus, que vestiu e esboçou um sorriso.
— Muito melhor do que qualquer gato — ele deu um beijinho na bochecha de Sirius e abriu a porta do banheiro — coloque minha camisa e então podemos pegar minhas coisas com Thaddeus.
— Vou assim mesmo. Burdon precisa saber que não pode usar um gato para conquistar um amante de cães — Sirius sorriu para ele enquanto saía do banheiro e ia em direção à cabine de Thaddeus antes que Remus pudesse impedi-lo.
— A camisa! — Sirius o ignorou — Espere!
Remus suspirou, enterrando o rosto nas mãos e gemendo, sabendo que não havia nada que pudesse fazer para impedir Sirius quando ele estava determinado.
— Remus! Traga seu traseiro aqui. Burdon não vai acreditar que vou te foder no banheiro.
Remus se perguntou se algum dia conseguiria esquecer esse momento constrangedor; enquanto vários alunos colocavam suas cabeças para fora de suas cabines para espiá-lo, ele percebeu que provavelmente não.
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Wolfstar Collection
FanfictionUma coletânea de traduções de drabbles, ficlets e oneshots do casal com o nome mais lindo de toda a saga. São várias wolfstars de diferentes autores. Todos os devidos créditos são dados aos criadores em cada fic. cr fanart: kidovna.