Ah, que beleza.
Vejo que está um lindo dia para fugir desse lugar.
— Vamos lá, não fiquem tristes — a professora volta a dizer quando os murmúrios decepcionados tomam o ambiente. — Não saber o que pode acontecer é bem mais excitante e emocionante! — ela junta as mãos em frente ao rosto. —, e conhecer pessoas novas é sempre uma ótima opção.
A aula foi tranquila. A professora Carmem avisou que o sorteio aconteceria na manhã seguinte, o que me deixou nervosa e com uma grande vontade em voltar a deixar o violino no fundo do meu armário junto com as sapatilhas.
— Isso é fantástico! — Louisa exclama quando conto a ela sobre a apresentação. — Não sei porque você está tão nervosa. Tenho certeza que vai se sair muito bem, até porque eu nunca vi nenhum violinista na turma da Bellman desde que cheguei aqui — conta tentando não me fazer surtar.
Respiro fundo fechando a porta do meu armário.
— Acho que não consigo — murmuro. — Tenho medo de falhar.
— Você não vai falhar, Liz — Louisa coloca uma mão sobre o meu ombro. — A Addie diz que devemos manter pensamentos positivos para evitar uma pane no sistema — brinca me fazendo sorrir. — Ela costuma dizer que os nossos divertidamente podem surtar e nos enlouquecer — aquilo era a cara da Addie.
Dou risada.
— Esse é um ótimo pensamento para evitar surtos futuros — brinco soltando o ar com calma.
— Também acho — ela ri. — Agora eu preciso ir para a minha aula de artes — diz torcendo o nariz em uma careta exaustiva. —, Você pode tocar violino mais tarde, Addie e eu seremos ótimas juradas, prometo — ela acena em minha direção antes de entrar em um dos corredores me deixando sozinha com os meus mais diversos pensamentos.
Estava mandando uma mensagem de texto para o Carlos quando o meu irmão postiço veio até mim e se sentou ao meu lado em uma da mesas do refeitório.
— Tem outros lugares vazios... — cantarolo apontando para o refeitório que estava quase vazio.
— É, eu sei — ele começa, aflito. — Mas preciso da sua ajuda.
— Opa opa! Nem vem me meter nas suas merdas, Arthur.
— Somos irmãos! Você deveria cultivar mais amor nesse coraçãozinho ranzinza, hein? — me empurra de leve com o ombro.
— Não somos irmãos de verdade, apenas partilharmos do mesmo sobrenome.
— Engraçado que você não acha isso da Sam.
— Não — digo, sorrindo sarcástica. —, Porque ela é minha irmã.
— Ótimo! Então somos todos irmãos — Arthur diz como se fosse algo genial.
— Fala logo o que você quer — me dou por vencida quando percebo que ele não iria largar do meu pé.
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Só Mais Um Clichê
Novela JuvenilDepois de perder a irmã, algo dentro de Anna Liz mudou. A dor foi capaz de mudá-la exageradamente. Além de sentir que perdeu uma parte dela, pouco tempo depois Liz teve que lidar com o seu coração reduzido a pó, deixado pelo melhor amigo quando ele...
Capítulo 5 - Problems in sight
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