Você faz meu coração bater mais rápido que a adrenalina
Com um beijo você faz toda a dor do inferno que passei sumir
Você vai me fazer ser melhor que eu já fui
Porque você é meu remédio, sim, você é meu remédio
— MEDICINE, JAMES ARTHUR
— Bom dia, maninha! — Arthur beija a minha bochecha.
Sua animação suspeita me faz erguer as sobrancelhas. O encaro de esguelha enquanto reviro meu armário atrás dos livros que preciso para a primeira aula do dia.
— Está bêbado? — indago, encontrando os dois livros e fechando o armário.
— O que? Claro que não! — Arthur me estende um copo de café, sorrindo com as bochechas rosadas e a expressão radiante. Bizarro. — Toma, trouxe para você — encaro o copo de café antes de pegá-lo, sentindo o calor do liquido envolver minha palma através das luvas pretas.
— Hum... — abraço os livros contra o peito, olhando para o meu irmão postiço. — Está drogado? Que merda você usou, Arthur? Dessa vez o Carlos te mata, seu idiota! — Arthur revira os olhos.
— Eu não usei porra nenhuma, Liz! — ele exclama, ajustando o nó perfeito – perfeito até demais –, de sua gravata. — Não posso mais desejar um bom dia para a minha irmãzinha? Pensei que estivéssemos bem.
— Corta o drama, Arthur — respiro fundo, sabendo que vem problema. — Fala logo o que você quer.
— Não tem drama nenhum. Eu só queria te trazer um café e...
— Arthur!
— Eu acho que estou apaixonado! — ele solta em alto e bom som. — Cacete! Como é bom dizer isso em voz alta! — puxa o cabelo para trás, soltando o ar.
Deixo escapar uma risada. Dou as costas para ele, bebendo um gole do café enquanto sigo meu caminho em direção a sala da Srta. Patrick, professora de álgebra.
Ouço os passos apressados de Arthur atrás de mim.
— Ei, pra onde você está indo?
Dou de ombros.
— Para a aula. Falta dois minutos para começar.
— E não vai dizer nada? — ele só coloca à minha frente, me fazendo parar. — Eu acabei de dizer que estou apaixonado e você vai embora sem dar a mínima?
— O que você quer que eu faça? — pergunto.
Seria burrice dele me pedir conselhos quando não faço a menor ideia do que fazer com os meus próprios sentimentos. Estive pensando bastante sobre isso nos últimos dias, mas não cheguei à conclusão alguma. Por enquanto, vou espremer as porcarias que o maior idiota do século me faz sentir. O chato é que eu ainda não descobri como matar as borboletas que dançam no meu estômago quando ele está perto.
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Só Mais Um Clichê
Teen FictionDepois de perder a irmã, algo dentro de Anna Liz mudou. A dor foi capaz de mudá-la exageradamente. Além de sentir que perdeu uma parte dela, pouco tempo depois Liz teve que lidar com o seu coração reduzido a pó, deixado pelo melhor amigo quando ele...