Capítulo 2

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Narrador:

    O castelo do reino Sonserina sempre teve um ar sombrio, imponente e amedrontador, talvez devido a suas cores serem verde escuro e preto, além de alguns detalhes em prata e sua decoração ser deslumbrante e cara, apesar desses aspectos o interior era sempre cheio de vozes falando desnecessariamente alto e pessoas correndo de um lado ao outro, isso, de alguma forma, era aconchegante.
A movimentação desenfreada inibia a frieza do lugar.
    Porém o ambiente pesava na sexta à noite depois de Lucius não ter retornado do encontro que ia todos os fins de semana. Ninguém sabia particularmente com quem ele se encontrava, só sabiam ser uma tradição: ir em um dia e voltar para a janta do dia seguinte. Mas, nesse específico dia seguinte, ele não voltara e a mesa ocupada por Draco, Blaise, Astoria, Pansy e Narcisa nunca estivera tão silenciosa, de um forma nada agradável. Possuíam uma inquietude interna, que não permitia ninguém falar.
    Todo aquele clima foi quebrado pela rude abertura das altas portas brancas na entrada da sala de jantar e dela surgiu um homem baixo, usando um terno amassado, com pouco cabelo, profundas olheiras e rugas, resumidamente, um homem cansado. Fez um breve reverência quando adentrou o local e seguiu em direção a rainha, para quem falou algo no ouvido e, o quer que fosse, era importante, porque a rainha se levantou com rapidez e quase derrubou a cadeira, logo se pondo a seguir o conselheiro Dobby.

     —O que podia ser? – pela primeira vez desde o começo da noite alguém falava algo, e era o que todos queriam falar, ou melhor, perguntar. A curiosidade tinha tomado o lugar da preocupação

    —Algo do meu pai, Blaise – Draco respirou fundo, era claro, só podia ser isso. Não tinham outros problemas no momento e nem outras coisas importantes, mesmo se tivessem teriam guardado para falar depois

    —Com certeza - Pansy respondeu, conseguia ler situações facilmente. Não era atoa que se tornara uma peça importante daquele jogo de xadrez tendo apenas 22 anos

    —Algo bom talvez? - tentou Blaise novamente, tinha essa característica de procurar o lado bom em tudo e sempre ter esperança, de certa forma inspirava a todos mesmo que não quisessem assumir. Draco era afetado, a contragosto, de maneira positiva pela personalidade do amigo mas considerava a mesma ridícula, jamais admitiria o quão bem um fio de esperança fazia

     —Não Zabine – Astoria respondeu antes de Draco e acertou exatamente o que diria —Ela levantou com uma cara de morte, ainda pior do que a normal – deram uma leve risada sem humor, assemelhsndo-se a um suspiro ritmado. Narcisa era uma mulher forte e extremamente poderosa, não apenas por ser a rainha e sim porque ela simplesmente era. Todos os dias o menino loiro desejava ter um terço da autoconfiança e da garra da mãe, estava constantemente com medo e duvidando de si

      —Foi algo sério – apoiou uma mão embaixo do queixo e outra nos cabelos loiros, enquanto pensava qual seria a informação e não conseguiu continuar comendo, na verdade todos perderam o apetite —Vou para o quarto – disse quando percebeu não conseguir se manter ali depois do nervosismo estar movimentando seu sangue. Fez menção de levantar mas uma pessoa entrou na sala, era Dobby novamente. Estava mais arrumado do que antes e andava devagar, não parecia mais desesperado, só mantivera a cara de cansado

     —A rainha quer falar com vocês – ninguém tinha voltado a comer e nem pretendia, então com facilidade levantaram e seguiram o homem pelos grandes corredores "labirintísticos" até a o local da reunião. Era difícil chegar ao lugar certo se não soubessem sem sombra de dúvidas o caminho, pois um corredor errado te levava ao fundo ou ao topo do castelo

     Pararam na frente das portas da Grande Sala e logo entraram. A grande sala nada mais era do que um ambiente branco com quadros abstratos pendurados, vários enfeites pretos e uma mesa branca para 6 pessoas centralizada sobre um tapete preto felpudo com uma enorme desenho de cobra andando pelo tapete. O brasão do reino parecia especialmente vivo ali e todos se permitiram um segundo para contemplar, até que um por um sentasse nas confortáveis cadeiras de rodinha.
    Pareciam crianças ao sentirem aquilo se mexer e tiveram de se agarrar a algo para os vestidos não prenderem e conseguirem parar de girar

ROYALS | DrarryWhere stories live. Discover now