Capítulo 1

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Narrador:

    Uma semana. Uma semana desde o sábado que James Potter - rei da Grifinória - partira para conversar com um dos mensageiros da Slytherin, uma semana sem rei e um reino sem rei desmorona. Apenas um dia sem rei é capaz de destruir um império milenar e, por isso, Harry não conseguia dormir naquele sábado, andava em círculos no quarto, já tinha tomado muitos chás para acalmar-se e nem isso ou os diversos banhos relaxantes preparados pelas criadas tinham resolvido algo.
    A preocupação não abandonava sua mente por um segundo sequer, nem quando estava ocupado comendo ou aprendendo mais sobre documentos históricos com Hermione, porque era estranho o rei sumir sem deixar pistas, nem mesmo seu celular emitia sinal. O desespero aumentava conforme andava pelo castelo e via sua mãe parada ao lado das enormes portas ansiosa à espera de notícias, até mesmo na da cozinha já a havia visto parada esperando, esperando incerta. E Harry duvidava de sua volta, o pai tinha ido fazer uma viagem real, com guardas e sumira, sem deixar pistas ou testemunhas.
    
    E todo passo naquela história parecia estranho e errado, mas ainda milimetricamente certo. Era como se alguém tivesse pego cada lado da situação e os transformado em uma corda sem ponta.

     Ninguém simplesmente some. Ninguém. Alguém vai ver, alguma coisa vai ficar para trás, alguém fica para trás, algum rastro do motivo permanece, o porquê de fazer aquilo permanece. E com esse pensamento saiu correndo às duas da madrugada para os aposentos de Olívio.
    Olivio Wood é ninguém menos do que o conselheiro real de Harry, quem tinha passado com excelência nas provas qualitativas e por isso tinha se tornado funcionário e amigo dos reais, além de morar no castelo. Como precisava descer muitas escadas e estava eufórico, não conseguiu evitar fazer barulho, na verdade nem lembrou de tentar ficar em silêncio. Provavelmente os estalos da madeira e as correntes pendentes da sua roupa diária de príncipe acordara alguns criados e alguns oficiais, porém não se importava o suficiente para parar e conferir se alguém se levantara e então pedir desculpas e seguir, portanto somente continuou com sua corrida elegante, até entrar no corredor escondido e bater, com uma mão aberta e pesada, na enorme porta de ferro.
    O som ecoou por todo o andar designado aos funcionários especiais e novamente não apareceu se importar o que aquilo causaria. Iria ser mais um dos famosos barulhos da madrugada naquele castelo e ninguém iria se importar com eles, apenas preocupavam-se com as sirenes ou alarmes.
    Bateu por uma segunda vez mais forte e, como na anterior, não se importou em pesar a mão. A única coisa importando no momento era quando tempo demoraria até aquela porta abrir e o conselheiro surgir atrás dela.

    Quando foi encostar a mão novamente, pela terceira vez, sentiu-a bater no ar e viu a porta se abrir, um Wood com cara de exausto e coçando os olhos surgiu atrás. Não esperou abrir mais a porta para passar, simplesmente se enfiou no pequeno espaço disponível e adentrou o quarto; um enorme cama - ocupada por alguma moça loira que não quis saber quem era -, uma escrivaninha de parede a parede com uma enorme estante de vidro acima e diversos tapetes com leões espalhadas compunham a decoração daquele quarto. Nem tão grande quanto o próprio príncipe e nem tão pequeno quanto os dos criados de cargo inferior.
    Quando fez um sinal para a moça da cama se levantar e ouviu a porta fechar nas suas costas, permitiu contar tudo o que passava em sua cabeça.

    Talvez Hermione, sendo sua melhor amiga, estudante e professora da história da Grifinória, fosse uma melhor receptora daquelas ideias e saberia dar conselhos diretos, porém ali precisava de uma opinião visada no bem estar do reino e não pessoal, já que a grande companheira estava desesperada pelo sumiço do rei, afinal, ela era esperta demais para achar aquilo apenas uma viagem demorada.

    —Ele não está viajando ainda Wood – parou para ordenar as palavras e ajeitou o manto que segurava as correntes nesse tempo, observando o outro tomar água —Não está indo de encontro ao Sonserino, não mais. Mas sabe-se lá se realmente tenha ido - fez um sinal de espere com a mão quando viu a boca do outro se abrir e provavelmente tentar dizer que jamais planejariam algo contra o reino, mesmo com desavenças passadas —Não estou dizendo que eles o sequestraram, mas alguém. Uma semana é tempo para caralho considerando que ele nunca saiu por mais de um dia e também por sua ultima atualização de posição registrada pelo celular ser na estrada. Na estrada que ninguém usa

ROYALS | DrarryOnde as histórias ganham vida. Descobre agora