- Ok, mas pode falar menos sim, Jasmin, papai agradece muito - Kage fala tocando minha barriga - não aguento, é sério.

- Shiu - bato em seu ombro - aí vem outra das fortes.

- Respira fundo, Cami - Tessa pede - está acabando.

- Eu sei - falo entre dentes usando meu último fôlego.

Aguento a contração como posso, respiro fundo, aperto o cobertor, mordo os lábios e quando passa me permito soltar um gemido alto, quase um grito. E elas vem uma atrás da outra, parece que virou uma chave no meu útero que diz "hora de parir, cadela", tudo bem, sei o que significa.

Se passaram uns 10 minutos, ou talvez 10 horas quando mamãe volta com Lukas, a enfermeira está terminado de fazer o exame de toque muito animada.

- O que tá aconteno? - Luke parece um pouco assustado - mamãe?

- Está tudo bem, rapazinho. Sua irmãzinha já está pronta para nascer.

- Jesus Quisto - Luke grita e aperta o refrigerante que traz na mão - minha irmã vai nascer ... Uhuuuuuuuu.

Luke volta para o meu lado, mas é tirado por Kage quando o entre e sai começa com o quarto sendo preparado para o parto. Chega um berço aquecido, um carrinho cheio de instrumentos e seringas, Tessa acomoda Luke no colo, todos se mantém a distância enquanto sou preparada para o momento. Luke me observa atento e muito serio, levanto os polegares para ele e sorrio para mostrar que tudo está bem.

Mamãe me dá gelo para chupar, Kage respira fundo e Luke volta para o meu lado pela última vez. A médica se posiciona entre minhas pernas e começa a vestir as luvas.

- Vai desmaiar, papai?

- Não, cara - Kage responde segurando o riso - é o meu segundo bebê.

- Tem ceteza?

- Tenho. Não precisa se preocupar.

- Ok - Luke sussurra e sorri para mim -   não vou desmaiar, pometo.

O clima no quarto é leve até mesmo quando a médica me manda empurrar, empurrar e empurrar, Luke parece ansioso e diz o tempo todo o que a enfermeira ensinou "você consegue, mamãe", Kage parece mais calmo que a última vez, mamãe e Tessa são um poço de calma e tranquilidade, tudo que sabem fazer é tirar barato da minha cara.

Estou começando a ficar cansada da dor e do esforço, mas nada pode me parar nesse momento, e só fico ainda mais forte quando a médica diz que já pode ver uma cabecinha cheia de cabelos escuros.

- Tomara que essa pareça um pouco comigo - brinco enquanto tomo um fôlego.

- É tudo que eu quero - Kage sussurra já com a voz embargada - uma mini Cami correndo pela casa.

- Pefiro que pareça comigo - Luke fala com seriedade - sou o imão mais velho.

- Ah nem vem, cara - brinco - Ah Deus ... Aí vem outra.

- Vamos lá, Camila, com bastante força para ser a última - a enfermeira encoraja - Traz essa princesa ao mundo, garota.

Seguro a mão de Kage de um lado e o cobertor amarelo do outro, Luke segura meu pulso ele não ousa me dar a mão mais porque disse que eu aperto forte demais. Travo meus dentes e faço toda a força que posso, uso toda minha energia, toda minha força de vontade, cada restante de ar em meus pulmões e empurro, empurro até um grito escapar do fundo do meu peito ao mesmo tempo que sinto minha bebê escorregar quente e úmida para fora de mim.

- Muito bem, muito bem - a médica comemora e um choro cobre suas palavras - isso, que forte ... Maravilhoso, bebê.

- Aí meu Deus - Tessa e mamãe começam a gritar e chorar.

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