Ergui as sobrancelhas.

Uma garota baixa, de cabelos ruivos avermelhados parou em frente ao colchão e me encarou. Seus olhos eram grandes, verdes escuros e fitaram-me de cima a baixo. Quando o olhar dela voltou-se ao meu rosto, ela sorriu com o canto da boca.

— Então finalmente acordou!

Seus olhos continuaram firmes mesmo com a risadinha leve

اوووه! هذه الصورة لا تتبع إرشادات المحتوى الخاصة بنا. لمتابعة النشر، يرجى إزالتها أو تحميل صورة أخرى.

Seus olhos continuaram firmes mesmo com a risadinha leve. Ela tinha um riso doce, mas seu rosto era o de uma mulher experiente, mesmo que não aparentasse mais do que vinte anos. Seu corpo era magro e ela tinha uma tatuagem de raposa no topo do braço esquerdo. Usava roupas básicas e pretas. Pelo jeito que falou comigo, parecia saber quem eu era. Pois era a única. Eu não fazia ideia de quem ela era.

— É, acho que sim — respondi com a voz cansada.

Ela me encarou novamente, agora retorceu os lábios e ergueu as sobrancelhas, ambas ao mesmo tempo, uma habilidade curiosa. Ela pareceu ofendida com alguma coisa que eu fiz. Apertei meu rosto com as mãos, não conseguia pensar direito por causa da ressaca absurda.

— Você não se lembra de nada, né? — disse ela.

Eu continuei com o rosto enterrado em minhas mãos por alguns segundos, tentando digerir as palavras que a jovem ruiva disse. A voz dela era pesada demais, incômoda demais, mas não por ser estridente ou irritante; naquele momento tudo era incômodo e pesado, até mesmo a luz.

— Receio que não...

Não a olhei novamente. Pela minha experiência em situações similares — que não eram poucas —, eu sabia que neste momento ela gritaria comigo e me xingaria por ser um babaca que dorme com uma mulher sem sequer saber seu nome. Provavelmente me jogaria para fora do apartamento e eu não estava com paciência para lidar com nada daquilo. Então, lentamente comecei a levantar do colchão para calçar meus tênis e ir logo embora dali.

Para minha surpresa, dois minutos se passaram e ela não havia me xingado ainda. Quando finalmente olhei seu rosto novamente, ela se segurava para não rir.

— Para alguém que bebe tanto, você é bem fraco para bebidas.

Não pude evitar sorrir com o comentário.

Então ela se aproximou de mim e estendeu a mão. A apertei com leveza, tanto por cordialidade quanto porque não tinha forças para um toque firme. Os dedos dela eram finos e pequenos, como se ainda fosse uma adolescente. Em um dos seus pulsos, uma pulseira brilhante reluzia.

— Sou Red, muito prazer... de novo.

— Spencer — respondi.

Red sorriu e soltou minha mão, ela já sabia disso. Ignorei qualquer brecha de começar um diálogo e, em silêncio, terminei de colocar meus calçados e me levantei. Ela me olhou durante todo o tempo, como uma criança curiosa.

— Não vai querer saber o que houve ontem? — perguntou de repente.

Suspirei.

— Olha, sinto muito pelo que eu provavelmente fiz.

O SEGREDO E O IMPERADORحيث تعيش القصص. اكتشف الآن