O lado escuro do Sol

Corte

Resumo:
Dois dos colegas de classe de Kaminari o abordam no meio de seu treinamento de tolerância à dor e, em sua pressa para explicar os cortes enormes em seu braço, ele desmaia com a perda de sangue.

Ele acorda três horas depois em uma cama de hospital rodeado por dezenove rostos lacrimejantes. Tempos divertidos.

Ou: O bebê tem alguns problemas importantes e traumas não resolvidos, enquanto a Classe 1-A quer apenas sentir o sol melhor novamente.

DICA # 9- A vez que os colegas de classe de Kaminari o pegaram se cortando.

Kaminari não ... gostava de se cortar, por si só.

Ele não fez isso para se punir de alguma forma como havia lido que outros faziam, porque, apesar de sua educação terrível e dos muitos traumas que carregava consigo, ele não estava necessariamente  deprimido. Ou ele estava? As emoções eram inconstantes quando se tratava de seu passado.

Kaminari cortou porque precisava. Ele cortou para que pudesse manter sua tolerância à dor, bem como a resistência, porque embora soubesse que a tolerância à dor que vinha acumulando nos últimos quinze anos não iria simplesmente desaparecer porque ele parou de se cortar um dia, ele tinha para ter certeza. Mesmo que ele não estivesse mais no negócio, ele não podia se dar ao luxo de ser preguiçoso. Um ataque de descuido pode acabar causando a si mesmo (ou seus colegas de classe) suas vidas, e não havia  nenhuma maneira  que ele ia deixar isso acontecer se ele tinha algo a dizer sobre isso.

Fazia parte de sua rotina, infelizmente, assim como treinar à meia-noite e jejuar dias a fio. Pelo menos quatro vezes por semana, ele pegava uma de suas facas, geralmente uma pequena, de bolso, e fazia alguns cortes rápidos no tornozelo. Eles eram grandes o suficiente para sangrar e doer (para uma pessoa comum), mas não grandes o suficiente para serem vistos por seus colegas de classe, especialmente depois de limpar o sangue e calçar os sapatos.

Ele só fazia um grande treinamento de tolerância à dor duas vezes por mês, onde  na verdade  fazia um corte de tamanho decente fora de seu corpo que poderia sangrar e matá-lo se ele não remendasse. Não era seu exercício de treinamento favorito de longe, mas era necessário. Ele precisava estar pronto para todos os danos possíveis, incluindo os infligidos a si mesmo.

O treinamento principal de tolerância à dor não doeu, por si só, mas era desconfortável. Só porque Kaminari não conseguia sentir dor como as pessoas comuns, não significava que gostava da sensação doentia de uma lâmina pressionando em sua carne, não importa o quão indolor fosse. Também não era muito agradável de olhar, e ele tinha manchado várias camisetas perfeitamente boas limpando seus ferimentos e lavando o sangue. Ele supôs que toalhas poderiam ser mais adequadas para a tarefa do que peças de roupa, mas não havia nenhuma maneira de suspeitas não serem levantadas se mais de cinco toalhas desaparecessem do dormitório 1-A todo mês.

Em suma, o grande treinamento de tolerância à dor foi um processo relativamente simples, considerando todas as coisas. Ele faria isso na calada da noite depois que todos estivessem dormindo ou nas primeiras horas da manhã antes de todos acordarem. Enfaixar e cuidar das feridas nunca levava mais do que alguns minutos, pelo menos quinze no máximo. Ele era um profissional e vinha curando ferimentos mil vezes piores do que os que infligira a si mesmo desde os cinco anos de idade.

Era horrível, mas era rotina. Kaminari não gostou, Kaminari não odiou. Era apenas a triste realidade de sua vida cotidiana. Uma necessidade, se você quiser.

Em todos os seus meses na UA, tudo passou sem problemas. Claro, talvez uma ou duas vezes Hagakure tenha se aproximado furtivamente dele enquanto ele fazia pequenos cortes nos tornozelos, ou Kiri entraria em seu quarto sem qualquer aviso enquanto ele limpava o sangue de uma de suas facas, mas como ele disse. Ele era um profissional. Ele poderia esconder essas coisas facilmente.