Conto 9 - Sob o céu estrelado nos amamos

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Meu coração batia acelerado na expectativa de chegar no endereço que Leyla me enviou pelo wpp. Não era tão distante quanto a casa da montanha, mas também era num lugar alto. O taxi sairia uma fortuna e Serkan levaria bronca por isso.

Como ele sai daquela maneira? Como pode insinuar que eu vou trabalhar com Efe? Tudo bem, que eu estava um pouco revoltada de ouvir o que ele falou para Selin. Eu sei que ele disse que não tinha nada com ela. Nada. Mas ainda assim, algo em mim se incomoda com a proximidade dos dois.

É um ciúme besta, eu sei. Mas o que eu posso fazer? Eles não são somente ex-namorados, são amigos de muito tempo. Há uma amizade entre eles que vai além do relacionamento que tiveram anteriormente.

Eu entendo isso, mas ao mesmo tempo, me pego pensando se seria capaz de continuar lidando com tudo que está acontecendo. A empresa precisa dele por conta das recentes e bruscas mudanças. Ele não vai ter como sair de Istambul e eu preciso ir para a Itália. Preciso concluir meus estudos.

O rádio no taxi tocava aquela canção que eu dediquei para Serkan quando estávamos voltando da casa da montanha. Por que ele briga e depois vai embora? Que tipo de atitude é essa? Eu tinha que encontrá-lo e esclarecer esse assunto. Eu continuava olhando a caixa de diálogo com a minha mensagem não respondida.

"Serkan, onde você está? Precisamos conversar."

Ele desligou o celular ou me ignorou de maldade. Eu não iria ligar ou mandar dezenas de mensagens. Nunca fui de fazer isso e não começaria agora, mas ele estava realmente testando o meu espírito.

Eu o amo demais, mas ainda haviam essas coisas nele que me estressavam a alma. Como jamais pensei que amaria, eu amor aquele robô idiota chamado Serkan Bolat. Apesar de estar chateada, eu realmente quero que a gente dê certo e para isso acontecer. Eu tenho que conversar com ele de uma vez.

Ele disse que iria comigo para Italia. Por que, então, está inseguro sobre como será a nossa vida daqui a dois meses? Não posso acreditar que ele falou tudo aquilo no calor da emoção. Eu tenho certeza que foi de coração. Ele disse que foi sincero.

Eu senti nos lábios dele, naquele dia, que verdadeiro. Não, isso só podia ser ciúmes de Efe. Como era possível que ele sentisse ciúmes de alguém que mal conhece? Pensando melhor, naquele dia na piscina ele reclamou com Arif, o instrutor de natação.

Aquele dia foi tão engraçado. Serkan já sentia ciúmes de mim antes mesmo de assumirmos algum sentimento entre nós. Agora, era diferente, nos amávamos e não podíamos perder as estribeiras por pequenas coisas. Eu sei que não sou a pessoa mais indicada para exigir algo assim de Serkan.

Eu também estava chateada com a situação da Selin, com a proximidade deles. Meu Deus, como iremos resolver isso? Suspirei chateada, olhando a paisagem e sentindo a canção entranhar no meu emocional e fumegar lágrimas nos meus olhos.

— Este é o endereço, senhora. – O taxista me despertou. Eu respirei fundo e sequei as lágrimas.

— Sim. – Eu conferi no google mapas. Como o portão de entrada estava aberto, eu pedi que ele entrasse. – Pode seguir, senhor. Eu agradeço.

Eu achei esquisito que estivesse aberto. Será que Leyla avisou que eu estava chegando? Paguei o taxista e desci do carro. Ele voltou pelo mesmo caminho e respirei fundo me preparando psicologicamente para minha conversa com Serkan. Devia ser 19h30 da noite. Quase 1h30 minutos para chegar nessa residência misteriosa de Serkan Bolat.

A arquitetura da casa lembrava Serkan e a Art Life. O jardim não era tão robusto. Faltava algumas flores, um pouco mais de vida. Mas tinha seu charme e era aconchegante. Gostei do espaço com as cortinas e da fogueira flamejando. O vento soprando cheiro de mato para minhas narinas trouxe paz para o meu coração.

A Rosa e O Príncipe de AçoOnde histórias criam vida. Descubra agora