Capítulo 02: Algo A Ser Pensado

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- Bruno? - chamei.

Ele se virou voltando a me olhar.

- O que?

No entanto, as palavras travaram na minha garganta me fazendo voltar atrás.

- Nada demais. Só não bagunça o closet. - pedi.

- Eu não faço isso.

- Diz isso para suas roupas jogadas no chão.

Ele saiu do quarto e depois que Sophie terminou de mamar, eu fiz ela arrotar e então a deitei no berço. Com a barriga cheia e a fralda limpa, ela dormiu rapidinho.

- Sua vez. - falei, e peguei Alexia do cercadinho.

Com filhas gêmeas o trabalho era dobrado e tudo que eu fazia com uma, tinha que fazer com a outra.

Depois que Alexia também mamou e arrotou, eu coloquei ela no berço e fiquei lá até a mesma dormir.

Elas passaram a madrugada toda acordadas e agora, eu sabia que tinha pelo menos algumas horas antes que elas abrissem os olhos.

Voltei para o quarto e vi que o Bruno estava terminando de abotoar sua blusa social.

- Eu sinto que posso dormir por 20 horas. - falei, e me joguei na cama. - Talvez trinta.

- Elas dormiram? - perguntou, já no último botão.

- Sim.

- Deveria agilizar as entrevistas com as candidatas que estão interessadas em serem babás das nossas filhas. - falou, e agora estava colocando a gravata.

Suspirei e encarei o teto do quarto.

- Não sei se confio em alguém para ficar com elas. - confessei.

Eu ficava confortável com a Suzane ficar com elas porque era rápido, e eu sempre estava por perto.

- Isso não te deixaria tão sobrecarregada. - exclamou.

- Eu sei.

Ele se aproximou da cama e colocou um joelho no colchão para se inclinar em direção ao meu corpo. Passei a mão em seus cabelos que ainda estavam úmidos e fiz uma careta.

- Secar o cabelo faz bem, sabia? - falei, quando ele apoiou os braços ao lado da minha cabeça.

Bruno aproximou seu rosto do meu me fazendo sentir seu cheiro.

- Você está bem? - apesar da nossa posição, sua expressão estava séria.

E eu sabia que ele estava perguntando sobre o jantar.

- Já estou acostumada com a minha mãe. - falei, sentindo um aperto no peito.

Seu celular apitou em cima da mesinha ao lado da cama chamando nossa atenção. Bruno me beijou, e então levantou para terminar de se arrumar.

Eu estava planejando tomar um banho rápido quando meu namorado me chamou.

- Quero te dar uma coisa. - ele falou, e depois de vestir seu paletó, mexeu no bolso do mesmo.

Senti meu coração acelerar no peito lembrando do comercial.

- O que? - perguntei, curiosa e voltei a me aproximar dele.

Bruno tirou uma pequena embalagem do bolso e colocou na minha mão. Ainda ansiosa, abri minha mão e franzi o cenho quando vi que era uma cartela de comprimidos.

- Pra que isso? - tentei não mostrar minha decepção.

- Você disse que estava com dor de cabeça e eu comprei. Mas com o jantar de ontem acabei esquecendo de te entregar. - falou, e fechou os botões do seu paletó. - Queria outra coisa?

Ótima, ele me conhecia tão bem que viu que fiquei decepcionada.

- Não... besteira. - falei, e sorri. - Obrigado pelos comprimidos.

Eu estava me afastando, mas ele segurou meu braço me puxando na sua direção.

- Tem certeza? - insistiu.

Toquei seu rosto e deixei um beijo leve em seu queixo.

- Sim, eu tenho. - afirmei.

Mesmo não estando convencido, meu namorado me soltou. Guardei os comprimidos em uma bolsa no closet e antes de sair, Bruno foi ver as gêmeas no quarto.

- Qualquer coisa me liga. - ele falou, já no segundo andar.

- Eu sei. - falei, e depois de me beijar, foi trabalhar.

Sentei no sofá enquanto aquele comercial martelava na minha cabeça.

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