- Bruno? - chamei.
Ele se virou voltando a me olhar.
- O que?
No entanto, as palavras travaram na minha garganta me fazendo voltar atrás.
- Nada demais. Só não bagunça o closet. - pedi.
- Eu não faço isso.
- Diz isso para suas roupas jogadas no chão.
Ele saiu do quarto e depois que Sophie terminou de mamar, eu fiz ela arrotar e então a deitei no berço. Com a barriga cheia e a fralda limpa, ela dormiu rapidinho.
- Sua vez. - falei, e peguei Alexia do cercadinho.
Com filhas gêmeas o trabalho era dobrado e tudo que eu fazia com uma, tinha que fazer com a outra.
Depois que Alexia também mamou e arrotou, eu coloquei ela no berço e fiquei lá até a mesma dormir.
Elas passaram a madrugada toda acordadas e agora, eu sabia que tinha pelo menos algumas horas antes que elas abrissem os olhos.
Voltei para o quarto e vi que o Bruno estava terminando de abotoar sua blusa social.
- Eu sinto que posso dormir por 20 horas. - falei, e me joguei na cama. - Talvez trinta.
- Elas dormiram? - perguntou, já no último botão.
- Sim.
- Deveria agilizar as entrevistas com as candidatas que estão interessadas em serem babás das nossas filhas. - falou, e agora estava colocando a gravata.
Suspirei e encarei o teto do quarto.
- Não sei se confio em alguém para ficar com elas. - confessei.
Eu ficava confortável com a Suzane ficar com elas porque era rápido, e eu sempre estava por perto.
- Isso não te deixaria tão sobrecarregada. - exclamou.
- Eu sei.
Ele se aproximou da cama e colocou um joelho no colchão para se inclinar em direção ao meu corpo. Passei a mão em seus cabelos que ainda estavam úmidos e fiz uma careta.
- Secar o cabelo faz bem, sabia? - falei, quando ele apoiou os braços ao lado da minha cabeça.
Bruno aproximou seu rosto do meu me fazendo sentir seu cheiro.
- Você está bem? - apesar da nossa posição, sua expressão estava séria.
E eu sabia que ele estava perguntando sobre o jantar.
- Já estou acostumada com a minha mãe. - falei, sentindo um aperto no peito.
Seu celular apitou em cima da mesinha ao lado da cama chamando nossa atenção. Bruno me beijou, e então levantou para terminar de se arrumar.
Eu estava planejando tomar um banho rápido quando meu namorado me chamou.
- Quero te dar uma coisa. - ele falou, e depois de vestir seu paletó, mexeu no bolso do mesmo.
Senti meu coração acelerar no peito lembrando do comercial.
- O que? - perguntei, curiosa e voltei a me aproximar dele.
Bruno tirou uma pequena embalagem do bolso e colocou na minha mão. Ainda ansiosa, abri minha mão e franzi o cenho quando vi que era uma cartela de comprimidos.
- Pra que isso? - tentei não mostrar minha decepção.
- Você disse que estava com dor de cabeça e eu comprei. Mas com o jantar de ontem acabei esquecendo de te entregar. - falou, e fechou os botões do seu paletó. - Queria outra coisa?
Ótima, ele me conhecia tão bem que viu que fiquei decepcionada.
- Não... besteira. - falei, e sorri. - Obrigado pelos comprimidos.
Eu estava me afastando, mas ele segurou meu braço me puxando na sua direção.
- Tem certeza? - insistiu.
Toquei seu rosto e deixei um beijo leve em seu queixo.
- Sim, eu tenho. - afirmei.
Mesmo não estando convencido, meu namorado me soltou. Guardei os comprimidos em uma bolsa no closet e antes de sair, Bruno foi ver as gêmeas no quarto.
- Qualquer coisa me liga. - ele falou, já no segundo andar.
- Eu sei. - falei, e depois de me beijar, foi trabalhar.
Sentei no sofá enquanto aquele comercial martelava na minha cabeça.
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Para Sempre Te Amarei
Romance"História Em Andamento" Livro Dois Intrigas, confusões, dramas, mentiras... Helena Ferraz estava acostumada com aquilo, no entanto, ela não podia encarar ou resolver as coisas como uma adolescente, não mais. Porque agora, ela é adulta, e tinha que a...
Capítulo 02: Algo A Ser Pensado
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