Catástrofe

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Vozes ecoavam em meus ouvidos, minha visão ainda estava em trevas. Abri meus olhos e senti uma forte dor de cabeça, percebi que estava por instantes, apagado. Cacos de vidros estavam sobre a palma de minha mão, meu corpo dolorido e muito metal retorcido. Minha irmã estava segurando uma de minhas mãos e Luiza segurando minha cabeça, logo voltei em meus sentidos percebendo o que estava acontecendo realmente.

– Estão todos bens? - Léo sorriu em me ver acordado, tentei levantar e abracei minha irmã. Pessoas choravam envolto do que estava destruído, aquelas coisas haviam atingido justo o vagão que estávamos. Agora o chão era as janelas e as portas do lado esquerdo do trem, e o teto o lado direito onde as janelas e portas estavam abertas e destruídas. Haviam pessoas tentando sair do vagão, enquanto Clarice, Léo, Caroline e Luiza encontravam-se junto a mim e mais um policial, todos nós caídos no fundo do que restou do trem.

Ainda estonteado pela batida em minha cabeça, tentava entender tudo aquilo. O que nós atingiu? Seriam misseis terroristas? Meteoritos? Não conseguia deduzir o que aconteceu, apenas sei que teríamos que sair daquele trem o quanto antes, ou, pelo menos, ajudar os feridos, pois nenhum de nós levava ferimentos graves apenas escoriações pelo corpo e alguns arranhões. Em meio a tantos pensamentos escutei a voz fraca do policial ao meu lado.

– Garoto, estou preso! - Rapidamente ergui um banco que estava sobre sua perna, mas ele continuava preso, - Chame pelo oficial Dantas que está ajudando aquelas pessoas saírem do vagão, por favor. - Acenei com a cabeça para Léo, e ele entende antes de eu dizer qualquer coisa. Clarice e Caroline choravam em silêncio, estavam com medo e era normal que agissem desta maneira. Porem Luiza estava ali, para ajudá-las, não largava a mão das duas. Em um instante Dantas estava à ajudar o parceiro de trabalho.

– Você está bem, PM Torres? - Falara Dantas tentando retirar a perna presa do amigo, mas ele não respondeu apenas forçou a perna para escapar do tormento, mas os esforços eram em vão.

– Erguerei este pedaço de ferro, e você puxa o Torres para trás garoto. - Ele falou para mim e obedeci de imediato. Me coloquei atrás do policial, levei meus dois braços para de baixo dos braços de Torres entrelaçando meus dedos e o prendendo.

Porem não chegamos a nós mexermos, outro impacto fora sentido. Fomos jogados para o fundo do que restou do vagão. E uma estrutura de metal caiu sobre o meio de nós, não consegui enxergar direito pela fumaça. Meus irmãos estavam sobre meu peito e eu contra a superfície do trem. Luiza e sua prima do mesmo jeito, e o policial preso, agora estava livre. Mas o seu amigo sumira com a estrutura. Assim que a fumaça se dissipou, quase cai para trás. Além de Dantas mais pessoas estavam mortas, esmagadas pela base de metal que dividiu o vagão.

– Não Dantas, meu Deus! - Gritou Torres, enquanto os outros dois policiais que estavam do outro lado da base de metal também gritavam intensamente. Luiza tapou os olhos das meninas, e Léo entrou em desespero.

– O que faremos? - Ele pegou o celular, - vou ligar para a mãe.

– Eu ligarei para o pai, ele deve estar sabendo do que aconteceu! - Mas os celulares estavam desligados, misteriosamente não ligavam de jeito algum. Olhei para o teto e percebi que o que cairá sobre onde estávamos era uma espécie de torre de energia, ou alguma coisa do tipo. Era uma estrutura de que parecia pesar toneladas. Nosso lado ficou totalmente impossibilidade de alguma fuga, depois da queda da torre as janelas do nosso lado haviam se retorcido, agora estávamos literalmente presos, foi quando Luiza murmurou.

– Estou sentindo calor, do lado de fora deve haver fogo, temos que fugir daqui ou vamos ser mortos. - O Policial gritou para seus amigos e um policial que ficara pálido ao ver o parceiro morto ao chão aproximou-se.

Livro I - Nuvens de SangueOnde as histórias ganham vida. Descobre agora