Capítulo 12 ❁ Choro frágil e cortante

Začít od začátku
                                    

ㅡ Me desculpe, por tudo.
     
Ela segurou o rosto dele entre as mãos e o beijou.
     
ㅡ Não é a mim que deve desculpas.

⊱✫⊰

Corte sombria.
     
ㅡ Sei que as minhas palavras não tem tanto peso quanto as palavras de uma fada, que é incapaz de mentir, mas acredite em mim… Você está lindo ㅡ disse Vrai Moi quando olhou Jungkook de cima a baixo. 
     
A camisa preta era parecida com a que Vrai Moi usava, e combinava bem com a calça de alfaiataria da mesma cor. JungKook transformava a roupa mais simples em algo incrivelmente deslumbrante.

Apenas por ser ele quem está vestindo.

Vrai Moi se aproximou, arrumando a gola da camisa de JungKook. 
     
ㅡ Não pensei que tivesse bom gosto ㅡ disse JungKook  Vrai Moi riu com sarcasmo e ele sorriu de canto. Vrai Moi estendeu sua mão a ele, que a segurou, e foi guiado escadas abaixo, até a sala de jantar.
     
ㅡ Abomina os sapatos? ㅡ perguntou, quando notou que Jungkook estava descalço.
     
ㅡ Não uso sapatos em casa ㅡ ele parou, surpreso por como se referiu ao castelo, ele cruzou os braços ㅡ Disse algo errado? ㅡ Vrai Moi balançou a cabeça.
     
ㅡ Só estou feliz por tê-lo aqui, sem ter precisado amaldiçoá-lo com frutos ㅡ lembrou-se do pesadelo de Taehyung, será que era esse o plano dele? Se Jungkook não tivesse o colar de proteção, acabaria nas mãos dele de qualquer forma? Seu estômago revirou e mal tinha colocado comida na boca.
     
Forçou-se a rir. Vrai Moi puxou a cadeira para que ele se sentasse, e ele o fez. JungKook ficou em sua frente. Não desviava seus olhos, parecia procurar uma brecha para descobrir uma mentira ㅡ nunca acharia.
     
ㅡ Ainda quer vê-lo? Taehyung, digo ㅡ Ele colocou um pouco de batata cozida na boca, apreciando o sabor apimentado da comida.
     
ㅡ Sim, quero ㅡ Seu coração doía. Queria que tudo terminasse logo. Queria ficar com ele logo.
     
ㅡ Creio que deseja ficar sozinho para conversar, então. 
     
ㅡ Eu gostaria, se fosse possível. Não que esteja desconfiado de você, é só que… não quero dramatizar tudo agora ㅡ Vrai Moi sorriu.
     
ㅡ Pode ter o que quiser comigo, Jungkook. Vou levá-lo até a masmorra depois do jantar e pedir que os guardas se retirem.
     
Ele colocou um pouco de comida na boca, mas, pelos céus, quase vomitou. Era apimentada demais e temperada de menos, e ainda conseguiu ganhar um sabor doce demais quando começou a mastigar.
     
Sentiu o colar, que Alice deu a ele, brilhar em seu pescoço ㅡ o feitiço que SeokJin tinha feito para escondê-lo de Vrai Moi havia dado certo. Maldito seja, tinha tentado amaldiçoá-lo. 
     
Pensou o que poderia ter acontecido se não o tivesse, talvez tudo fosse por água abaixo. O sonho de Taehyung poderia ter se tornado real.
     
Ele olhou para Vrai Moi, tentando esconder sua surpresa, e percebeu que a forma com que ele o olhava havia mudado ㅡ como se agora confiasse de verdade em Jungkook, porque tinha certeza de que o fruto havia funcionado. Melhor assim. Lembraria de agradecer Alice milhões de vezes depois que isso acabasse.
     
ㅡ Então, príncipe, o que quer fazer? Quais seus planos ao meu lado? ㅡ bingo. Vrai Moi tentou mesmo amaldiçoá-lo, como Taehyung sonhou.
     
Tomou um gole do suco e fez uma careta, como se tentasse mostrar a ele que sentiu o gosto da pimenta na goela. 

ㅡ Roubarei a bússola dourada do Tempo. Com ela, vou conseguir dominar até a Corte Dourada se quiser ㅡ ele se serviu vinho e o olhou com admiração, como se suas atitudes o dessem vida e o fizesse amá-lo mais ainda.
     
Ele parecia gostar da crueldade, e JungKook estava disposto a ultrapassá-lo nesse quesito, se significasse livrar Taehyung dos pesadelos. 
     
ㅡ Pois bem, se quer, terá ㅡ fala como se roubar por poder fosse simples e uma atitude não condenável.
    
ㅡ Preciso de Jimin por um instante, ou o Tempo vai me matar. Preciso que ele avise a Alice que quero fazer uma visita, assim ele vai me deixar tocar os pés em suas terras, pois não vão acreditar que estou ao seu lado.
     
Bússola dourada. Objeto utilizado para se movimentar por cada lugar de Tarpe, que te mostra os caminhos mais curtos e que Vrai Moi não conhece. Acho que ele esqueceu desse detalhe.
     
ㅡ Alguém fez a lição de casa ㅡ bebeu do vinho e pôs a taça sobre a mesa. O sorriso sarcástico, animado, feliz, talvez, indecifrável, feroz ㅡ Enquanto fala com Taehyung, falarei com o coelho branco, príncipe.
     
Jungkook levantou da cadeira.
     
ㅡ Já terminou de comer? ㅡ ele fez o mesmo.
     
ㅡ Eu… desculpe, mas eu não gosto de comida apimentada e doce ao mesmo tempo, longe demais da humanidade ㅡ Jungkook sentiu que ele omitiu o longo curvar nos lábios que queria dar. 
     
ㅡ Pois bem, vamos até Taehyung.
     
Ele o ofereceu o braço, como se ele fosse realmente dele, e Jungkook o aceitou, seguindo para a masmorra do castelo. 
     
Na hora da tempestade, tudo é levado.
     
Os pequenos barcos sem âncora, os peixes, os marinheiros e suas bússolas.
     
E os sentimentos.
     
Na hora da tempestade não há controle que faça as lágrimas permanecerem dentro de você. Não há coração que suporte o aperto da trovoada.
     
Não há ser humano forte o suficiente para suportar a chuva que é se perder de si mesmo. Como se seus pensamentos o traíssem e não pudessem controlar seu próprio corpo. Como se sua mente estivesse tão embolada que mal se sentia capaz de reconhecer a si mesmo.
     
De repente tudo estava em câmera lenta. Era mal iluminado, repleto de grades e teias de aranha e cheirava à poeira.
     
ㅡ Por que está tão tenso?
     
ㅡ Deu comida a ele? ㅡ Vrai Moi pensou que nem mesmo a maldição da fruta tirava a bondade que restava no peito dele, achou um ato de humanidade tão profundo que não se importou, sequer desconfiou de algo.
     
ㅡ Você quer salvar a todos, mas quem salva você? ㅡ Jungkook o ignorou ㅡ Não, não dei. Mas se desejar, pedirei que trazem.
     
ㅡ Por favor, peça. Sem pimenta ㅡ Taehyung odeia pimenta.
     
Quando a escadaria terminou, Jungkook o viu, Taehyung estava de pé, sendo segurado por duas cartas roxas, era uma cor tão escura.
     
O canto de sua boca sangrava e seu pescoço tinha a marca de dedos. Suas roupas, rasgadas, o chapéu ao chão, nem mesmo poderia ser chamado daquilo ainda. Jungkook sentiu seu corpo fraquejar e seus olhos lacrimejarem, mas não podia expressar, não podia.
     
Segurou tudo. 
     
ㅡ Eu deixei bem claro que não o queria machucado, o que fizeram? ㅡ Gritou de ódio, uma raiva faminta e verdadeira. Suas mãos brilharam numa névoa escura, e ele cortou-as ao meio, as duas cartas caíram ao chão, ao lado de Taehyung. Vrai Moi agiu como se estivesse se importando genuinamente com ele, com Taehyung. 

Coelho de Tarpe • [taekook]Kde žijí příběhy. Začni objevovat