CAPÍTULO XXXIX - PÁRIS E ROBERTA

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Estamos fazendo a final com a atual escola campeã. Isso dá um pouco de medo, mesmo sabendo que não são os mesmos alunos. A terceira equipe também nunca foi vitoriosa, mas já havia chegado na final duas vezes. Somos os novatos. Olhamos para a plateia e percebemos que há tanta gente que não encontramos ninguém conhecido. Mas eles estão lá, nós sabemos, ou melhor, nós estamos sentindo.

A dinâmica da final é um pouco diferente. A equipe que errar está desclassificada, o que aumenta a responsabilidade de cada membro. Durante as doze primeiras perguntas, todas as equipes acertam, mas na 13ª uma equipe erra e é desclassificada, restando apenas nós e os atuais campeões. E continuamos nessa disputa até a 28ª pergunta. Eles erram e somos, enfim, declarados vencedores do torneio.

Aloysius nos espera à porta do camarim. Professora Thays está chorando. Todos nos abraçam dando os parabéns. Yuri, o capitão da equipe, nos agradece e parabeniza. Isso aumenta a alegria.

Depois de recebermos troféu e medalhas, nós nos encontramos com toda a turma, muito felizes pela nossa vitória. Minha mãe e Heitor conseguem chegar até mim e me abraçam forte, aos prantos.

- Você deve estar muito orgulhosa dos seus filhos Dona Lúcia – Aloysius fala com minha mãe.

- Eu não tenho palavras para expressar tamanha alegria – minha mãe consegue falar entre as lágrimas.

Depois de uma exaustiva sessão de fotos, Aloysius nos leva pra casa.

Acordo no dia seguinte e olho para a cama de Heitor. Ele não está lá. Ainda meio sonolento, pego o celular e vejo as fotos da noite anterior nas redes sociais. A foto da equipe, ao redor do troféu, está estampada no Facebook da escola.

- Páris! – ouço a voz da mãe com três singelas batidinhas na porta.

- Estou indo! – respondo estranhando ela não ter entrado, pois sempre faz isso.

Sento na cama e piso em algo redondo, duro e cabeludo. Levanto os pés rapidamente e olho para baixo, é a cabeça do Lucas. Havia esquecido que ele tinha dormido aqui. Lucas olha pra mim e eu não sei identificar se ele está dormindo ou acordado, levanto e vou para o banheiro.

Hoje é a formatura no Ensino Médio do Heitor e a minha mãe vai fazer um jantar, mas antes tem o jogo de estreia do Futebol Esperança, a escolinha de Futsal do Joseph. É claro que, não poderíamos deixar de dar um apoio. Vamos de carro com Élio e sua irmã Aline.

- Que milagre você por aqui Aline! – comento assim que entro no carro.

- Vim conhecer meus novos colegas – ela responde rindo.

- Que colegas? – pergunto.

- Ainda não contou a eles Élio? – ela toca no ombro do irmão.

- Não. Ainda não tive tempo – responde Élio sem tirar os olhos da estrada.

- Então vou deixar as honras pra você. Não vou estragar a surpresa dessa vez – ela coloca os óculos escuros e olha pela janela.

- Dessa vez! – Élio ri e fala baixinho para mim – depois eu falo.

Joseph está muito nervoso. Heitor e Aloysius estão cuidando das crianças, como eu e o Lucas não temos muito jeito com as palavras sobrou para o Élio tentar acalmá-lo.

- Cadê a Roberta? – pergunto quando Élio retorna.

- Ela não vem, ainda está chateada com o lance do Guilherme.

- Ela vai fazer alguma coisa? – pergunto.

- Ela está bem deprimida, mas hoje mesmo ela vai para a casa de umas amigas para espairecer um pouco. Tenho certeza de que quando ela voltar com a cabeça mais fria, ela vai pensar em algo.

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