A Sombra do Lobo Branco || {jikook}

Capítulo 2 | Fumaça

A Sombra do Lobo Branco | Fumaça

Uma tela verde e azul girou em volta de si lentamente. Cada vez que seus olhos voltavam a se abrir, o mundo ficava mais claro. O verde tomou forma contra o céu azul e ele apertou os olhos com o ataque da luz do sol. Bambu.

Jeongguk gemeu enquanto rolava para o lado, os dedos cravados no chão enquanto ele agarrava fracamente as folhas amareladas. Seu corpo estava pesado enquanto sua mente parecia flutuar sem rumo. Um besouro rastejou por seu rosto, alheio ao monstro à espreita logo abaixo da superfície. Ele não precisou pensar muito para reconhecer a situação. Ele acordou de forma semelhante em outras ocasiões. Ele se deixou levar... de novo. Não foi a raiva que se apoderou dele ao perceber, mas uma esmagadora sensação de inutilidade. Ele não poderia ter feito nada para impedir a mudança — ele não escorregou, nunca havia se segurado para começo de conversa. Não importava o quanto ele quisesse explicar tudo para Tae, já era tarde demais.

Ele piscou. Explicar o quê? Que seu lobo estava desejando outra pessoa? Ele não conseguia nem explicar para si mesmo. Sua mente parecia confusa quando ele tentou entender. Seus instintos lupinos eram como uma parede para quaisquer pensamentos mais complexos do que emoções puras.

Ele fechou os olhos para tentar suprimir sua crescente dor de cabeça apenas para ter flashes da noite. O ofegar pesado — sua própria respiração ofegante — enquanto ele corria pela floresta, árvores passando por sua visão embaçada. Jeongguk empurrou todas as memórias que tinha para longe, querendo apenas esquecê-las.

Suspirando, ele se levantou do chão para se sentar ereto, mas o mundo tombou de lado. Ele sempre ficava enjoado depois de se transformar, mas isso nunca deixava de irritá-lo. Ele rosnou, fechando os olhos com força e se recusando a cair. Depois de mais algumas tentativas, ele conseguiu se levantar.

Assim que se levantou, começou a longa caminhada de volta ao palácio, sabe Deus de onde. Pelo menos ele podia sentir o cheiro do caminho de volta, seu próprio odor estranho de lobo era fácil de rastrear. Estava se tornando uma rotina — terrível — acordar no meio do nada e voltar para o palácio... nu. Pelo menos ele estava sozinho no meio da floresta...

Como isso pode ser bom? O pensamento o fez rir de si mesmo.

Rapidamente começou a tossir e ele teve que estender a mão para segurar uma coronha de bambu enquanto seus ossos gemiam, um arrepio violento sacudindo seu corpo. Ecos de sua mudança. Ele tinha que ter cuidado para não se irritar ou poderia acabar coberto de pêlos novamente.

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Jimin estava cético em fazer o que o servo — qual era o nome dele? Tae... Taehyung! — disse, mas até agora ele estava feliz por tê-lo feito. Embora ele ainda não tivesse certeza de qual era o sentido de trazer um manto limpo e uma bandeja de comida para o salão de artes marciais externo, mas de acordo com Taehyung, ele iria "descobrir". Ele esperava que o homem não tivesse más intenções, porque ele quase podia sentir o gosto da amargura atacando o beta quando ele havia — tão educado quanto possível — colocado a bandeja nos braços de Jimin. Pelo menos Yoongi tinha falado o mesmo, seu guarda murmurando durante todo o caminho pela trilha bem cuidada até o dojang isolado.

O lugar era agradável e, embora fosse no terreno do palácio, ficava longe o suficiente das paredes para que ele finalmente pudesse respirar. O isolamento era como tomar um banho depois de semanas chapinhando na lama, ele foi capaz de relaxar nas águas mornas. O dojang era um prédio de um único cômodo com um telhado de telhas pesadas e uma varanda envolvendo suas paredes brancas. Parecia simples em comparação com o vermelho e o verde das paredes do palácio, sem muros à vista, apenas as paredes limpas e o piso de palha.