🄵🄾🅁🄴🅅🄴🅁

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"Querida, ninguém disse que duraria para sempre
Isso não significa que não tentamos chegar lá
Eu nunca disse que morreríamos juntos
Isso não significa que foi tudo uma mentira, lembre-se
Ninguém disse que duraria para sempre"

—Forever, Lewis Capaldi.

Para kissesofdead

》》SAD《《

15 meses como Batman.
8 meses juntos

Meus joelhos tremem e eu tenho sangue no meu jeans. Bruce estaciona o Batmovel na caverna e eu pulo para fora no mesmo instante, abandonando pelas escadas a jaqueta em frangalhos.
Meus tênis derrapam com o sangue e óleo da sola, mas mantenho minha dignidade correndo com as mãos apoiadas no corrimão.

Eu não poderia ficar ali.

Não depois de hoje.
Abro a porta de nosso quarto com um estrondo, correndo as portas do guarda roupa e vasculhando entre as diversas camisas de Bruce para encontrar uma mala.

A cada vez que pisco os olhos, revivo a cena de alguns minutos atrás.

Charada (mais um dos loucos que surgiu em Gotham depois do aparecimento do Batman) tinha explodiu a sede do DP. de Gotham enquanto eu estava presa aos arquivos, resolvendo um caso de feminicidio.
Quando a explosão abriu um buraco na estrutura, sua risada ressoou no local.

" Seus olhos insanos vagaram pelo lugar e ele se aproximou de um homem, apontando a arma para sua cabeça.
—Me diga a resposta para minha charada e talvez você saia vivo.— ele grita para todos ouvirem, pressionando a arma no homem, que treme.

—Vocês insistem em me ignorar e finalmente quando me vou, luta para me ter de volta.— Ele diz pausadamente, como que explicando um problema matemático.

O homem treme tanto que faz xixi nas calças, o que irrita charada, engatinhando a arma.

Você não consegue evitar, levanta de sua mesa gritando:
— O tempo!— você diz, colocando as mãos para o alto.— Sua resposta é o tempo!— Você grita, atraindo a atenção do homem para você.

Ele a olha com um sorriso sádico e admirado.
— Correto!— grita feliz, puxando o gatilho e fazendo o corpo cair.

Ele chuta o homem morto, indo em sua direção e à puxando pelos cabelos."

Quando Bruce te salvou, você estava em choque.
Ele a colocou no Batmovel sem que ninguém percebesse, até porque você só conseguia tremer.

Sua mente volta ao lugar quando acha a mala,a posicionando em cima da extensa cama de casal.

Volta ao quarda roupa, trazendo consigo um monte de blusas, vestidos e camisas que são amassados de qualquer jeito.
(Me desculpe, Alfred.)

—O que você está fazendo?— Bruce pergunta afoito, entrando em nosso quarto as pressas enquanto pressiona a mão no estômago para conter o sangramento que mancha seus dedos.

Você trava com a visão por um segundo, tendo noção de que seu sangue escorre da capa para o chão, manchando o tapete. Pisca quando Bruce se aproxima, seus passos tão leves apesar da fúria aterrorizante que cobre seus olhos, a pupila dilatada escondendo os filetes de azul claro que gostava de  observar quando seu rosto estava próximo.

— O que você está fazendo, s/n?— Ele lhe agarra com a mão livre, derrubando a mala já cheia.

Você olha pra ele com ódio, tentando esconder a preocupação com seus ferimentos. O rosto também ostenta um corte novo, bem no queixo como se um tigre tivesse subido as garras da abertura da máscara e tentado arranca-la.

—Estou indo embora.— Responde ainda parada, sem levantar meus olhos aos dele, esquivando de qualquer aproximação.

Ele ofega. Talvez essa tivesse sido a reação mais humana de Bruce desde que voltou e assumiu o manto de Batman, quer dizer, desde que você voltara a Gotham, um tempo depois do início das suas atividades extracurriculares.

—Por que?— Ele sussurra, soltando um gemido baixo quando se aproxima um passo, ao ponto que você recuo.

—Sabe que eu mereço m-mais que isso— diz tremendo, subitamente surpresa com os sentimentos tão expostos dele.

—Eu sei que isso é demais para você, mas S/n, por favor.— Ele implora, estendendo a mão.

Um bolo sobe a  garganta, tão forte que é como se roubasse sua respiração.

—Você sabe que isso é demais, Bruce. — Sussura pra ele, a voz num fio. — E pelo amor de Deus, chame Alfred!— Protesta, estendendo a mão por um segundo para seu uniforme.

Você bserva o rosto retorcido do Wayne na luz da lua. Suas expressões são diferentes das de 14 meses atrás, quando se encontraram no café.

Sua boca se abre, como se ele fosse falar mais alguma coisa. Você desvia o rosto, estendendo as mãos para o impedir.

—Não me entenda mal, eu não estou cobrando nada de você. Até porquê nenhum de nós prometeu que isso duraria para sempre. Mas eu não posso...

Prende a respiração, sendo atingida pelas próprias palavras.

—Isso não significa que eu não quisesse chegar lá com você, querida.— Ele apela. — S/n, por favor. Me deixe cuidar disso, só... me deixe resolver isso, ok?

—Não Bruce, você não pode resolver isso. Olhe só para você— Grito, elevando a voz de nervosismo.— Você está sangrando no tapete, vestido como se fosse um eterno dia das bruxas!

—S/n, você sabe o que o Batman tem feito, sabe o que ele tem representado em Gotham.— ele diz firme.— Eu não posso voltar atrás.

Você ri, uma risada de dor.

—Você quer se arrastar para um túmulo, Bruce. Quer estar ao lado dos seus pais?— Você contém as lágrimas que ameaçam cair, quebrando a distância entre ambos, batendo com o nariz empinado a frente de seu corpo mesmo que não chegue sequer aos seus ombros. —Não quero ser arrastada com você, Bruce Wayne.

O silêncio é mais cortante que uma faca. As faíscas de emoções indecifráveis brilham nos olhos azuis de Bruce, mas você não se intimida.

—Quer saber a verdade?— Quebra nosso contato visual, indo para onde a mala estava caída, juntando rapidamente o máximo de roupas caídas.

—Eu tenho medo de você.— diz, franca— Tenho medo por você. Por esse inferno eterno que você armou para si mesmo. Eu estou indo embora porque não te amo o suficiente para ver você se destruir, para aceitar que se destrua assim.— Respira fundo, ajoelhada ao lado da mala. — Não depois de tanto tempo.

Quando se levanta, ele não  impede. Pelo contrário, sai do caminho para a porta.

Um nó maior ainda se instala em sua garganta e você força seus joelhos a seguirem.

—Espero que você saiba que...— Ele pausa, assumindo uma postura profissional, a voz ressoando mais fundo.— Espero que saiba que desejo que você encontre todo o amor que está procurando.— ele diz entre dentes, quando você passa pela porta.

— E eu te desejo o melhor.— Diz em voz alta, arrastando as malas pelo corredor.— Eu o faria, se fosse capaz.— sussura, mesmo sem saber se ele poderia escutar.

Você o escuta chamar por Alfred, que a encontra no topo das escadas, lançando um olhar reconfortante. Contendo  a vontade de se jogar em seus braços, pedindo o consolo paterno que sabia que poderia encontrar.

Desce as escadas.

As pernas cada vez mais fracas quando encontram o chão.
E desabanso quando entro no carro.
Preenchendo a rand rover com o som do  próprio coração partido.

Demorando trinta minutos até dar a partida.
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Espero que goste, desculpe pela demora!

🄼🅄🅂🄸🄲🄸🅂  🄰🄵🄵🄴🄲🅃🅄🅂; Bruce WayneDonde viven las historias. Descúbrelo ahora