DEZ

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Velha alma, suas feridas estão à mostra
Eu sei que você nunca se sentiu tão sozinho
Mas aguente, levante a cabeça, seja forte
Oh, espere, espere até ouvir eles vindo
Aí vêm eles, oh

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Arya suspirou pesadamente, enquanto o homem aranha lhe fitava, sendo totalmente impossível decifrar sua expressão por causa daquela máscara.

Estava sentada na calçada onde foi abandonada pelo próprio pai, que como um hipocrisia anteriormente encenava na frente de um esquadrão de policiais inteiros que estava tão preocupado com a filhinha. Mentiroso, falso, filho da puta... A cabeça de Arabella não parava de proferir estas palavras insistentemente enquanto pensava em Phill. Mas quando olhou fixamente para o aracnídeo, se assustou percebendo que era o terceiro reencontro deles em uma só noite. Ele estava parado em frente a ela, e parecia mancar enquanto segurava o braço esquerdo com força, como se doesse muito.

— Está tudo bem? — os dois perguntaram em uníssono, e se sentiram constrangidos após isso.

Arabella engoliu seco.

— Só uns machucados, nada demais... — mentiu, mancando e fazendo um leve esforço para se sentar.

O bom de ser o Homem Aranha era que essas coisas se curavam com facilidade. Mas a dor, bem, ela sempre existiria.

— Cara você está mancando... e — Arabella tirou um momento para observá-lo melhor. — sangrando, a perna, o braço...

— Acho que devo relembrar: você me odeia, então porquê está se importando comigo? — Peter perguntou, alarmante.

Arabella ignorou o comentário, que continha razão e arrancou o casaco que vestia ficando apenas com uma fina camiseta preta, que deixou Peter se sentindo meio esquisito enquanto olhava para a garota. Em meio a dor latejante, a mente dele não conseguia encontrar razão para achá-la atraente, mas ele estava achando... Ele engoliu seco, enquanto ela rasgava o tecido em dois e amarrava um na sua perna e outro deixava para o seu braço.

— A minha mãe era médica, ela me ensinou muitas coisas. Posso? — Arya tocou a mão de Peter, e ele relutantemente aceitou, grunhiu quando os dedos dela tocaram seu braço ferido e terminaram no rasgo que se formava no tecido de seu uniforme, ele grunhiu mais quando ela pressionou o pedaço de tecido em sua pele exposta, estancando o sangue. — Fique parado e deite-se, não se mexa.

— Achei que me odiasse. — ele disse curtamente, repetindo de novo a mesma queixa de que ela não gostava dele. — Você por acaso bateu a cabeça enquanto estava sozinha por aí? — Peter Parker zombou, fitando os olhos da garota assustado.

— Minha mãe estava sempre pronta a ajudar qualquer um Aranha, seja quem fosse, ela socorria qualquer um e colocava as emoções de lado. — ela ainda me odeia, ele pensou, sentindo o corpo tão próximo dela e quando percebeu ela deu um nó naquele pedaço de pano.

— Mas você não gosta de mim, não entendo sua preocupação. —  Peter murmurou incrédulo, arregalando os olhos internamente e tornou a olhar para fora daquele beco, já estava começando a perceber que tinham que ir embora. As ruas estavam começando a se movimentar. —Qual o seu problema garota? — ele disse em meio a dor que sentia.

— Eu quero ir contra meu pai! Não posso deixar que te persigam por um erro que é responsabilidade minha. — Arabella afirmou espantando o homem aranha, ela parecia tão certa do que dizia.

—  Mas você ainda continua pensando o pior de mim... Queria que se desse conta de que eu nunca faria mal a você ou sua mãe — disse, torcendo a boca ao recordar-se do que realmente os uniu, fazendo-os chegar até ali.

REPUTATION | SPIDER MANOnde as histórias ganham vida. Descobre agora