ℂ𝕙𝕒𝕡𝕥𝕖𝕣 𝕋𝕙𝕣𝕖𝕖

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O pôr do sol era o mais lindo que já havia visto em toda minha vida.
A brisa do mar invadia minhas narinas, trazendo-me paz.
O som das águas indo e voltando enquanto batiam nas pedras, poderiam acalmar até mesmo a alma mais inquieta de todas.

Eu precisava desse momento, sem nunca ter estado em algo parecido.
Eu ansiava por esse dia, sem ao menos saber qual seria.
O vento leve bagunçava meus cabelos e meus pés eram molhados pela água salgada, enquanto caminhava lentamente pela orla da praia.

Ele segurava minha mão, tão forte, como se fosse a coisa mais preciosa que já tivera em suas mãos,
Ele sussurrava em meu ouvido as palavras certas,
Cantava para mim, as mais belas músicas.

E quando me deitei em seu peito, pude escutar a mais linda canção de amor.
Minhas mãos percorriam seu corpo,
Sentindo sua pele quente embaixo da minha,
Sentindo cada detalhe com a ponta dos meus dedos.
Percorrendo um caminho de prazer.

Levantei o olhar, buscando mais dele.
Queria vê-lo.
Mas não conseguia ver, não conseguia ver seu rosto.

E tudo que eu queria, era poder sentir o seu olhar sobre mim. 

Não tinha percebido que havia adormecido, até ser acordada por batidas perturbadoras na janela do carro de Julie. Meus olhos se abrem subitamente, enquanto faziam o caminho da janela e apontavam para aquele indivíduo do outro lado do vidro, parado, me olhando e dizendo algo, mas não sabia ao certo o que era.

— É sério? — ele se aproxima do carro e para ao lado da porta cruzando os braços em uma postura severa.  — abaixe o vidro. —  ele gesticula.

Harry já não usava o uniforme do time da escola, seu cabelo aparentava estar molhado, já que sua t-shirt branca, estava transparente em algumas partes, molhada pela água que escorria de seus cabelos. Ele usava agora uma calça jeans escura e o par de suas botas mais antigas.

Fiz o mesmo, cruzando os braços diante o corpo.

— O que você quer? —  exclamei, abaixando o vidro do carro.

— Você está bem? — ele se curva sobre a janela. Me olhando fixamente com uma expressão impossível de se identificar.

— Acho que sim, não sei. — passo a mão pelo machucado na testa.

Acho que se passou quase uma hora desde Jay me deixou aqui e acabei adormecendo.

— Tenho um recado. — ele começa — Não que eu seja um cara de ficar passando recadinhos. — ele desvia o olhar fazendo careta.

— Sei... pode dizer então. — balbuciei.

— Que fique bem claro que isso é coisa Julie, o que me faz recordar que isso é contra minha vontade.

— Ok, sem enrolação. Só continua. — digo impaciente.

— Ela me pediu para saber como você está.

— Estou bem, obrigada! — subo o vidro da janela fazendo-o quase prender a cabeça.

— Para de graça menina, abaixa isso — ele bate no vidro, me forçando abrir novamente. — Eu ainda não terminei.— ele passa a mão pelos cachos, arrumando-os — Ela disse que não poderá te levar para casa, porque hoje é o último dia para finalizar os preparativos do baile, além disso, o celular dela descarregou, por isso ela não pode te avisar e pediu que eu viesse.— ele suspirou exaurido e ficou em pé se afastando do carro.

— Certo, então eu vou chamar um táxi.

— Tanto faz, pode ir. — ele dá de ombros se afastando um pouco mais.

Don't let me go [H.S]Where stories live. Discover now