— O que você está fazendo aqui? — Ele responde no mesmo tom — Você vai se atrasar para a sua festa.

— Não importa Mendes. — Eu respondo.

— Então o que você está fazendo?

— Te dando as minhas piores desculpas pra poder você falar comigo. — Suspiro pesado — Eu senti sua falta.

Shawn pisca algumas vezes e larga as suas coisas na fila.

— Eu não deveria eu sei...Você não pode simplesmente se prender a mim. — Começo — Mas eu precisava te falar tudo isso.

O moreno assente, e eu continuo falando.

— Não podemos fingir que tudo o que aconteceu não foi nada. — Suspiro — E meu deus, olha tudo o que aconteceu! Eu fui uma idiota eu sei, e agora você deve estar seguindo em frente, mas eu estraguei todos os seus pla....

Shawn delicadamente me puxa pelo meu rosto, colando seus lábios nos meus. Escutamos uma gritaria das pessoas, e eu acabo por sorrir.

— Você sabe... — Ele diz.

— Você não pode ficar. — Termino — Não quero que você fique, preciso que você vá. Não vamos conseguir recomeçar juntos.

— Ei... — Ele levanta meu rosto para que eu olhe para os seus olhos. — Em algum universo paralelo nós nunca nem nos conhecemos. Fico feliz por estar vivendo nesse.

O moreno enxuga uma lágrima minha, e eu sorrio boba.

— Eu te amo Luna.

— Eu também te amo Shawn.

O moreno da um beijo na minha bochecha e se retira. Caminha devagar até a fila, pega suas malas no chão e entra no trem.

Solto um sorriso e abraço meus braços cobertos pelo meu casaco Jeans. Viro de costas e começo a caminhar, sentindo o vento dos trens bagunçarem meu cabelo.

[...]

Cheguei na festa e cumprimentei algumas pessoas. Com o olhar, pude caçar minhas amigas pela multidão e acabar achando-as.

— Eu preciso ir embora daqui. — Digo para Anita.

— Não tem problema. — Ela começa a olhar pela multidão. — Um dos meninos pode te levar pra casa.

— Não Anita. Não desse jeito.

— Então como? — Ela pergunta.

Viva la vida começa a tocar no fundo. Solto um sorriso e volto a atenção pra minha amiga.

— Vou sair daqui. — Sorrio — É a minha primeira revolução Anita. Viva la vida está tocando.

Os olhos da minha melhor amiga começam a se encher de lágrimas, e ela me abraça forte. Começo a chorar também.

— Me manda notícias. — Ela diz, secando o rímel borrado.

— Fala pras meninas que eu sentirei muita saudade. — Digo — Ligo por vídeo pra vocês amanhã de manhã.

Sai pela cara a procura dele. Esbarrei em algumas pessoas que seguravam bebidas, e subi rapidamente as escadas.

Olhei para frente e o vi encostado na parede.

— Sammy...

O garoto tira sua atenção da conversa com o amigo, e se vira pra mim com um sorriso sem dentes.

— Oi Luna. — Ele responde.

— Bom, eu vou ser breve... — disse passando as mãos ao lado da minha calça jeans — vim me despedir de você.

— 'Pera, o que? — ele faz uma cara de confuso — Como assim? Eu que termino o ensino médio e você que vai embora?

— Exatamente.

Samuel suspira e caminha até mim, ainda com seu copo de bebidas em mãos.

— Eu vou sentir sua falta.

— Eu também vou. — Suspiro, me virando para a escada. Desço os dois primeiros degraus, mas desisto. Dou meia volta — Olha Sammy...eu sei que você deve estar chateado comigo porque eu nunca mais falei com você, mas...

— Você não pode ficar, — ele suspira — não depois de tudo.

— Exatamente. — Digo e ando até o encontro do garoto. — Eu quero te abraçar quando eu não posso, e eu penso em você quando estou com outras pessoas. Mesmo se você quebrasse meu coração, ele sararia mas ainda bateria por você.

Mas você não pode viver assim.

— Você me entende. — Eu digo.

Sammy vem até mim e me abraça pela minha cintura. Encosto minha cabeça em seu ombro e sinto algumas lágrimas caírem.

Me manda notícias ok? — Ele ri, ainda com cara de choro. — Vou sentir saudades baixinha.

Dou um último Tchau para Samuel e desço as escadas devagar. Uma música agitada tocava e as pessoas dançavam na sala.

Olhei uma última vez para toda aquela agitação e sai da casa.

[...]

— Tem certeza que tá tudo aí? — Jade pergunta enquanto abria um zíper da minha mala.

— Eu juro que sim! — Solto uma risada. — Você já olhou duas vezes.

Olhei por alguns segundos o quadro e vi, que em minutos o embarque para o meu trem de barcelona começaria.

Eu faria uma viagem muito longa, mas por encolha própria. Irei para Barcelona, lá passarei dois dias, depois de trem vou para Paris, passando cinco dias lá. No final, chegarei ao meu destino, Milão.

— Vem cá garota. — Diz Serena, me puxando pelo casaco e me abraçando forte. — Eu vou sentir sua falta demais.

— Fiquem tranquilas, nossos doze anos de amizade não foram pro ralo ok? — Rio das meninas, secando uma lágrima de Lola.

Abraço todas elas e dou um beijo na bochecha de cada uma. A voz começa a chamar pelos passageiros do trem e eu me despeço delas, com lágrimas nos olhos e um sorriso super orgulhoso.

— Amo vocês.

É a última coisa que eu digo quando eu parto pro trem. Sozinha.

Na minha primeira revolução.

✔️ | charm attack ❥ sammy w.    Where stories live. Discover now