≽ cabeça oca

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𝙝𝙚𝙡𝙚𝙣𝙖 𝙥𝙪𝙨𝙝𝙠𝙞𝙣

Fazia algumas horas que estávamos andando no centro da cidade a procura de uma loja que preste.

A maioria das lojas eram mais caras do que meu rim. O capitalismo me força a querer entrar no mundo da prostituição.

— Eu desisto de andar. — Addison resmungou novamente, parando no meio da calçada e colocando as mãos no joelho.

— Um conhecido da família abriu uma loja mais a frente. — Larray falou, com a voz cansada e me encarou. — É a última loja que vamos parar. Na próxima vez você vai vir sozinha, cadela.

Revirei os olhos e dou de ombros. Larray e Addison começaram a andar na minha frente.

Eu comecei a pensar em uma tática, não queria gastar muito dinheiro com roupa, até porque depois que você completa dezoito anos, tudo o que você mais precisa comprar custa mais de duzentos dólares.

— A culpa é sua, Larray. — Falei, dando passos largos pra acompanhar os dois. — Sempre quando você ia na minha casa levava uma roupa embora, agora eu estou parecendo um neandertal.

— Mimimi, sebosa. — Ele debochou, parando em frente a uma loja. Até que as roupas que estavam na vitrine não eram feias.

— Você foi muito rude comigo, eu estou chateada. — Eu falei, me referindo a Larray. Entrei na loja com Addison e ele.

Tinha um homem no caixa. Ele tinha a raiz do cabelo preta e as pontas loiras. Só de olhar pra ele a manteiga derrete.

Ele andou até a gente, com um sorriso gentil nos lábios.

— Boa tarde, posso ajudar? — Perguntou.

— Você não é pescoço, mais mexeu com a minha cabeça. — Disse olhando de cima a baixo para o homem. Não consegui evitar de esboçar um sorriso sacana.

Larray se afastou de mim e levou a mão no rosto, na tentativa de se esconder. — Meu Deus, se preserva, Helena.

Ele sussurrou, enquanto Addison segurava a risada.

— Que cantada horrível! — O homem soltou uma risada e fez uma careta fofa. — Procura outras melhores nessa sua cabeça oca.

Foi só ele falar isso que Addison soltou a risada que estava segurando.

— Fica dando em cima dos outros e depois fica todo grosso. — Falei, negando com a cabeça. Eu não tenho vergonha na cara, essa é a verdade.

Me afastei e fui ver um moletom, que eu tinha batido o olho. Fui ver o valor na etiqueta e quase tive um infarto.

Cento e cinquenta dólares nesse pano?

Pelo amor de Deus!

— Nossa, que caro. — Me virei de volta e estendo o moletom. — Tem desconto?

Gritei, pra o carinha ouvir. Olhei ao redor e percebo que Addison e Larray não estavam mais dentro da loja, e sim no lado de fora.

— Não! — Foi a única coisa que ele disse. — Moça bonita não paga, mas também não leva.

Deixei o moletom onde estava e vou andando até o vendedor.

Apoiei minhas mãos no balcão e sorrio.

— Eu não sou bola de boliche mais pode colocar os três dedos em mim. — Ao falar isso, ele simplesmente arregalou os olhos.

— Você tá passando vergonha, e eu não vou te dar desconto.

Eu ia correr atrás do desconto que eu mereço.

Saio da loja e parei em frente a Larray e Addison, meu semblante não era um dos melhores.

— Como foi lá dentro? — Addison perguntou, com um sorriso nos lábios. — Conseguiu?

— Por que a gente não fala da minha saúde? É a única coisa que está ótima. — Eu disse, puxando os dois comigo.

Eu só tenho amiga pobre. — Larray falou.

ᚔᚔᚔᚔᚗᚔᚔᚔᚔ

𝑠𝑡𝑜𝑟𝑒, noen eubanksWhere stories live. Discover now