Eu já tinha chegado no local em que Noen me passou por mensagem. Ele insistiu pra que fosse me buscar, porém eu moro muito longe. E graças a isso, sou apelidada de caipira pelo Larray. Pelo menos eu sou bonita.
Tiro meu celular do bolso e me olhei pelo reflexo, sorri com o resultado da maquiagem que Addison fez em mim. Se o Noen não se apaixonar por mim hoje, azar o dele.
— Meu tipo sanguíneo é a mais bonita. — Me elogio, como minha psicóloga me ensinou.
— Concordo com você. — Escutei uma voz desconhecida falar.
— Credo, moço! Você tem idade de ser meu bisavô. — Falei para o velho que me elogiou e andei mais pra frente, pra não correr o risco de ser atacada.
Guardei meu celular dentro da minha bolsa e me encostei na parede, pra não atrapalhar as pessoas de caminharem na calçada. Se eu soubesse que o Noen iria demorar desse jeito, teria pedido pra ele me buscar mesmo.
Uma coisa que eu sempre odiei é ter que esperar homem, mas quando é bonito, sou obrigada. Infelizmente tenho que carregar o fardo de ser gada.
Dez minutos... e nada de Noen aparecer. Não vou ficar igual uma idiota aqui plantada.
Estava começando a ficar com raiva e medo de ter levado um bolo, até porque, isso nunca tinha ocorrido antes. Não estou preparada pra isso ainda.
Respirei fundo, para não surtar e quando estava pensando em ir embora, vejo ele atravessando a rua pra poder vir até mim. Os cabelos de Noen estavam um pouco bagunçado, mas isso o deixou ainda mais adorável.
— Oi, desculpa a demora. — Ele se desculpou, sorrindo de canto. — Tive que fechar a loja um pouco tarde.
— Não tem problema! Eu cheguei quase agora. — Falei, omitindo que estava esperando ele a um tempinho.
— Vem, o restaurante fica perto daqui. — Ele segurou minha mão e começamos a andar pela calçada. — Não é bem um restaurante.
— Como assim?
— É meio que uma lanchonete personalizada com temas de filmes, sabe? — Ele tentou explicar. — Olha, era pra ser um segredo, mas eu perguntei pra seu amigo Bryce do que você gostava pra ter uma ideia.
Disfarço a minha cara de espanto. Bryce era definitivamente a pior pessoa para sugerir algo... e eu não gostava de assistir séries. Dificilmente eu tinha paciência pra assistir algo.
Qualquer pessoa próxima de mim saberia sobre isso, inclusive o Bryce. Tenho certeza que ele fez isso pra me fazer passar vergonha.
— Ele me conhece tão bem. — Respondi irônica e me xinguei mentalmente. Não iria falar a verdade pro Noen pra não estragar o encontro. E também porque o garoto estava sorrindo.
O caminho até a lanchonete foi quieto e confortável. Nenhum de nós dois falamos mais nada, só ficamos escutando algumas pessoas conversarem quando passavam pela gente.
Atravessei a rua com Noen e pude prestar atenção em um grande salão, todo personalizado. Sem dúvidas, era uma das coisas mais bonitas que eu já vi.
— Caralho! — Soltei um palavrão sem perceber. — Isso aqui é incrível por fora, imagina por dentro.
— Eu sabia que você ia gostar. — Noen se gabou e eu dei uma cotovelada no mesmo.
— Deixa de ser convencido. — Falei, dando risada e entrei no local antes dele. Era difícil eu esconder minha animação.
Tinha várias pessoas caracterizadas e o local era repleto de bonecos grandes e quadros. Tinha um sofá no formato de uma nave espacial.
Eu moraria aqui, sem pensar duas vezes.
— Quer sentar aonde? — Noen perguntou, prestando atenção em mim.
— Em você. — Falei sem pensar. — Quer dizer, vamos sentar ali. — Apontei pra uma mesa perto da janela e fui na frente, tentando esconder a vergonha. Pela primeira vez, fiquei sem graça por uma cantada.
Me sentei, sem olhar pro Noen e peguei o cardápio que tinha o formato do Yoda, pra vasculhar as comidas.
— Eu já estou acostumada com suas cantadas, não precisa ficar com vergonha. — Ele falou.
Tirei o cardápio do meu rosto e arqueio a sobrancelha direita.
— Estou falando sério. Eu gosto das suas cantadas, mesmo elas sendo... peculiares.
— Essa foi a coisa mais fofa que disseram pra mim. — Falei, sorrindo e apoiei meu cotovelo na mesa. Eu estava super a vontade hoje, talvez a presença de Noen me deixa assim. Mas era uma sensação boa.
— A propósito, tenho um presente pra você. — Ele pegou uma sacola do chão e me entregou. Era da loja dele.
— Não precisava, obrigada! — Agradeço e abro a sacola. Era o mesmo moletom do dia em que fui na loja dele.
— Eu sei que você gostou dele, então guardei no mesmo dia em que você foi na loja. — Ele continuou falando enquanto eu fiquei sem reação. — Ele foi um dos meus primeiros trabalhos, ninguém nunca havia gostado dele e ele sempre ficou pegando pó na loja. Você foi a primeira pessoa que tinha gostado, tinha percebido no seu olhar.
— Ele é perfeito. — Finalmente consegui falar alguma coisa. O moletom era branco e tinha alguns desenhos rabiscado nele. — Obrigada, sério!
Me levantei para abraçar o garoto, que retribuiu no mesmo instante. Se eu não casar com esse homem, vou ser a pessoa mais triste do planeta.
Espero que ele ande com uma foto 3x4 minha na carteira, pois considero isso como amor verdadeiro.
ᚔᚔᚔᚔᚔᚔᚗᚔᚔᚔᚔᚔᚔ um capítulo bem fofinho pra vocês
sou apaixonada nesse casal.
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