O Baile

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Não via a hora de te encontrar.

E como todos os garotos do castelo me deixei ficar nos pés das escadas. Com minha roupa preta e meu tênis de cano alto. Albus parecia desconfortável na roupa azul marinho e tinha implicado comigo por não ter avisado que iria usar apenas o meu tênis de todo dia enquanto ele usava um sapato social desconfortável.

Uma garota um ano mais velha que nós o convidou. Ele ficou com medo de dizer não, além de achar a menina bonita. Ficou tentando descobrir porque eu e sua prima íamos juntos, estava aguardando uma revelação surpreendente. Mas a explicação era a mais simples de todas.

— Somos amigos.

— Como seu amigo devo dizer que você realmente não entende nada. – Tocou meu ombro e me deixou sozinho esperando o momento dela descer as escadas.

Não demorou muito, mas talvez se demorasse a eternidade eu ainda a esperaria.

Primeiro vi seu tênis. Azul. O motivo de nossa amizade. Seu vestido estava erguido para que ela não tropeçasse, seu vestido era de uma cor que alguns descreveriam de azul esverdeado e outros de verde água.

A garota do all star azul estava linda.

— Gostei da roupa.- ela falou quando chegou ao fim da escada.

Meus braços prontos para apoia-la. Meu rosto sentindo um ardor costumeiro. Desde o primeiro ano sentindo o rosto corar perto dela.

— Não vai falar nada? – ela questiona. E eu nem sei o que dizer então apenas balanço a cabeça. — Eu deveria desistir de você. Vamos.

Fui arrastado para dentro do baile. Todos pareciam deslumbrados com a decoração e com as roupas que usavam. Os professores conversavam entre eles e riam como não faziam nas aulas. E o céu encantado estava salpicado de estrelas.

— Se tivéssemos um telescópio poderíamos encontrar sua constelação. – Ela falou como se não significasse nada.

— São muitas, acho que a minha não seria tão importante.

—Seria a mais importante. – a garota do all star azul responde, mesmo sem pergunta nenhum. – Vamos dançar.

— Eu não danço.

— Nem eu. – Ela me puxa para a pista de dança. Como se saber dançar não importasse nem um pouco.

E ficamos lá com ela pulando em volta de mim, segurando minha mão e me ensinando a relaxar. Durante as músicas ficamos assim, pulando sem se importar com música, letra, ou pessoas.

Na hora da música lenta apenas paramos e ficamos nos encarando sem saber como prosseguir. Então ela me puxou para longe.

Corremos por corredores até chegar no jardim. O céu do lado de fora estava tão pintado quando o do salão. Deitamos na grama em lados opostos. Uma cabeça ao lado da outra. Rindo. Felizes. Jovens.

— Sente o vento. – ela disse fechando os olhos. Seu rosto constelado.

Tirou a varinha que estava enfiada no tênis e com um pequeno gesto fez com que o artefato que me mostrará um ano atras voou lentamente até nós.

Encaixamos os fones nos ouvidos. O play na música. Ficamos deitados na grama úmida, com o céu em cima de nós. Uma música trouxa que ela me obrigava a ouvir até se transformar em uma das minhas preferidas.

Ficamos ali sozinhos por um tempo indeterminado. E quando resolvemos levantar ela ficou parada em minha frente. Com o cabelo bagunçado e iluminada pelas luzes da noite.

E enquanto olhava para aquela garota, minha mente dizia em melodia o que eu estava tentando esconder. Estranho seria se eu não me apaixonasse por você.

Seu All Star AzulOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz