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Vou para o quarto de Flora e ela já está dormindo.

- Que garota rápida. - sussuro e olho para o corredor.

Todos já estão dormindo então dou a meia volta e desço às escadas. Vou entrar pela porta denovo. Vou para a sala afastada e me assusto com o ratinho que estava roendo o guarda-roupa.

Puxo a porta e vejo o túnel que agora está brilhando. Antes estava frio agora uma brisa calorenta sopra os meus cabelos. Vou engatinhado pelo túnel até o outro lado. Vejo Clarrice e Marcos na sala.

- Oi. - grito. - Sou eu.

Eles parecem não estarem me vendo. Parecia que eu havia virado um fantasma. Olho em volta e só há eles dois ali.

- Eu te amo. - disse Marcos.

- Eu também te amo. - Clarrice diz. - Mas sabe que ela não aprova.

Quem não aprova? Me aproximo para ouvir a conversa.

- Não podemos. - Clarrice está com medo nos olhos.

- Por favor...

Ela o interrompe.

- Vá embora.

- O que?

- Vá. - ela aponta o dedo trêmulo para a porta - Não quero vê-lo aqui.

Ele não fala nada apenas sai a deixando sozinha.

Ela passa a mão pelo cabelo e parece que algo a faz me ver. Ela corre até mim.

- (S/N)? Que bem que está aqui. - ela diz apertando minhas mãos. - Quero te mostrar uma coisa.

Ela me guia até a biblioteca. Tem jarros de flores em todos os cantos da casa. Ela puxa um livro de capa vermelha e começa a folhea-ló.

- Aqui tem nomes. Todos os tipos. - ela se senta em uma mesa com cadeiras acolchoadas. - Eu quero escolher alguns...

- Me fale então... - sorrio.

- Gostei de Jacob.

- Bonito.

- E Antoniet? - ela levanta a cabeça para me olhar.

- É um nome de mulher ou de homem? - pergunto.

- Homem.

- Não gostei... - digo apoiando a cabeça nas mãos.

- E Milles? - ela diz e eu me assusto.

- Milles?

- É... - ela sorri - Milles é um nome muito bonito.

Eu tento disfarçar a minha surpresa

- Então será Milles. - dou um sorriso forçado e ela assente animada.

- Agora vamos ver o de meninas. - ela folheia o livro. - Vejamos... Isabel?

- É bonito.

- Eu quero um nome que tenha haver com flores... - ela olha para o jardim - Marcos é bom com jardinagem.

O olhar dela parece vazio. Um pouco distante. Uma adolescente cheia de problemas...

Ela volta a atenção para o livro e folheia as páginas novamente.

- Que tal, Flora? - ela sorri.

Eu disfarço mais uma vez.

- Lindo.

- Eu sempre quis ter três filhos. Um menino e duas meninas. - ela pega a minha mão. A dele está fria e a minha quente, o que faz com que eu sinta a minha grudenta. -  Sabe um nome que eu gosto? Aurora.

- Aurora. - repito - Tem haver com a luz da lua e do sol, não é?

- Sim... - ela levanta e some entre as prateleiras. Quando volta está com um outro livro em mãos. Ela o abre e percebo que as folhas estão todas em branco.

- (S/N)? - me chama.

- Sim?

Ela começa a escrever e falar ao mesmo tempo:

O sol, a lua e o jardim.

Franzo o cenho.

- O que isso signica?

- Existi uma lenda antiga que diz que o sol e a lua não podem se tocar, por isso criaram o eclipse para que uma vez a cada 18 anos ou antes eles se encontrem. - ela sorri pra mim e eu fico mais confusa ainda. - Você vai entender logo, logo.

Ouvimos uma batida forte na porta, seguido de outra e mais outra.

- CLARRICE! - a voz da Sra.Grose foi ouvida atrás da porta - Quem está ai com você? Se for o Marcos eu vou...

- Você precisa ir. - Clarrice diz me empurrando. - Ali. O guarda-roupas.

- Mas o quê? - estava confusa enquanto sentia ela me empurrar para dentro do movél.

- Precisa ir. A Sra. Grose te odeia. - ela diz.

- Mas...

- Venha me visitar logo. - ela diz com olhos preocupados e fecha a porta.

Acordo deitada no tapete daquela sala empoeirada. Não perco mais tempo e subo às escadas em direção ao meu quarto. Puxo a mala de debaixo da cama e me assusto quando a boneca vem junto. Agora parece que eu já a vi em algum lugar.

Tiro a minha agenda e anoto em meio à escuridão. Já era madrugada e eu tinha poucas horas de sono.

O sol, a lua e o jardim.

Eclipse solar.

Depois que anoto guardo a agenda e troco de roupa, colocando algo mais confortável.
Pego o celular e mando uma mensagem de texto para mamãe.

- Mãe? Tá acordada?

- Estou. Pesadelos?

- Sim...

- Está com problemas? Não está  gostando?

- Não é isso... Quem me deu o colar da lua?

- Por que está me perguntando isso a uma hora dessas?

- Curiosidade...

- Eu comprei em uma loja de penhores antes de você nascer.

- Se lembra onde fica essa tal loja?


- Filha... Pra quê você quer saber?

- Me manda o endereço.

- (S/N) Elizabeth Smith! Essa loja nem deve existir mais!

- Mãe... Por favor!

- Eu não vou te dar o endereço.

- Pensei que confiasse mais em mim.

- Tá! Ficam na rua Jackson, depois das colinas altas. Não é muito longe dai.

- Obrigada, mãe.
(Visualizada).


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Eai?Gostaram?

Eu tô super confortável escrevendo essa fanfic.

E também quero agradecer as 300 leituras. Obrigadaaa.

Não se esqueçam de votar e comentar muitoo.

Capitulo não revisado.

Kiss.

SCARY LOVE - MILLES FAIRCHILD.Where stories live. Discover now