- Se o meu for minha cópia, ele está de bem então. - Thomas brinca.

Todos dão risada, Carla riu, mas deu pra vê que foi de desespero.

O churrasco seguiu normalmente, exceto as olhadas que o Gael me dava.

- Porque cês não ficam logo? - Rafaela pergunta.

- Ele acabou de terminar o namoro.

Rafaela revira os olhos.

- Aquilo nem deveria ser considerado namoro.

Respiro fundo.

- Vou lá na varanda.

Preciso respirar.

Ele pode ter passado por isso várias vezes, mas o modo como tudo ocorreu foi intenso.

Paro na varanda e me apoio no ferro.

- Eai. - Gael se apoia na grande também.

- Oi.

- Minha irmã te mandou mensagem?

- Sim, tenho uma entrevista amanhã, mas eles mudaram o horário para 13:00 estou pensando como vou voltar porque só tem dinheiro pra ida. 

- Eu te busco.

Olho pra ele.

- Eu vou pro trampo só às 18:00, te busco sem problema.

- Sério?

Ele assente.

- É só me mandar mensagem.

- Obrigada.

Volto a olhar pra frente tentando acalmar meu coração.

 M A T H E U S  M A D E I R A

Na minha adolescência eu explodia com praticamente tudo e ter conhecido a Taila me fez lembrar disso, no primeiro momento achei que ela era igual a mim, mas sua maturidade me surpreendeu.

- Está bem? - Thomas pergunta.

- Sim. 

- Taila fugiu de você ontem, porquê?

- Tenho que trabalhar.

Levanto do sofá e saio pela porta, ao mesmo tempo sinto o cheiro do seu perfume, olho para o lado.

E lá está ela.

- Bom dia.

- Bom dia.

Seguimos para o elevador.

- Júlia não vai te levar hoje?

- Falei que não precisava, ela tem entrevista precisa descansar.

Entramos no mesmo.

- Quer que eu te leve? Estou de carro.

- Não valeu.

- Sei que ficou com vergonha. - Digo. - Mas não precisa ter vergonha disso uma hora chega.

- Dependo de mim, eu posso ser virgem com 39 anos.

Dou risada.

A porta do elevador abre.

- Para de exagerar.

- Você não me conhece, Matheus, não sabe o quão complicada eu posso ser.

- Talvez eu não possa saber, me conta enquanto vamos para o meu carro? - Levanto minha sobrancelha.

- Ok. - Ela pega na minha mão.

Acho que era natural pra ela ser assim comigo, mas eu sentia algo estranho toda vez.

- Vamos. - Ela me puxa.

Entramos no carro.

- E aquele garoto o...

- Ramon. - Ela fala com tédio. - Um idiota que queria me beijar.

- Porque não o beijou?

Saio com o carro do estacionamento.

- Eu não sei. - Ela diz e suspira. - Vamos falar de outra coisa.

Seguimos o caminho falando de coisas aleatórias, o som da sua risada era contagiante e me fazia rir também, mesmo que, por qualquer coisa.

Paro o carro.

- Boa aula. - Digo.

- Bom trabalho. - Ela sorri e sai. 

»»————>♡<————««

Eu trabalho no banco das 6:00 as 17:00 ás vezes vou direto pra academia, mas hoje estou quebrado deve ser pelo fim de semana de festas e brigas.

Chego no apartamento e vou tomar um banho, após isso caio na cama.

- Ei.

Levo um susto.

Taila dá risada.

- Me vinguei.

- O que faz aqui?

Sento na cama.

Ela veio para o meu lado.

- Terminei o que tinha pra fazer e não tinha ninguém pra conversar.

- E seus amigos novos?

- Quer que eu vá embora?

- Não. - A puxo pra mim. 

Ela deita na cama.

- Seu quarto é legal.

- Nunca vi nada demais.

- Agora vê, eu sou demais.

Damos risada.

Deito de barriga pra cima ouvindo ela falar.

Com todos esses sentimentos e pensamentos eu me pergunto, será que é possível eu me sentir atraído pela Taila?

Primeiro Olhar [✓]Where stories live. Discover now