• cap 10

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Acordei cheia de pensamentos na cabeça. O que falar pra Johnny? Como agir quando eu ver ele? Perguntas que eu não sei a resposta até olhar no rosto dele de novo.
Levantei, me troquei e fui tomar café. Para minha surpresa ele já estava na mesa, com cara de quem não tinha dormido.
- Bom dia. - disse para todos na mesa.
- Bom dia, querida - disse Dale - Hoje temos panquecas, fique a vontade.
Sorri e não contive o olhar: encarei Johnny. Por alguma razão ele não parecia bravo ou nada. Ele estava feliz, e me deixou feliz.
- Quando acabarmos de comer eu quero falar com você - ele disse.
Gelei na hora, mas resolvi lembrar do que Lauren me disse na noite anterior: ele não está irritado comigo.
Assim que acabou tudo, tiramos a mesa e colocamos a louça na máquina. Johnny só me olhou e o segui.
- Eu queria que você escutasse isso.

{leitores, Para uma melhor leitura, ouçam "phobias" nessa parte por favor}

Ele se aproximou do computador e deu play em uma música.
- Espero que goste.
A música começou e meu Deus! Será esse o motivo da cara de sono dele? Resolvi parar de pensar nisso e prestar atenção na música.
Simplesmente perfeita. A letra me tocou de um jeito, achei até estranho.
- Venho trabalhando nessa música faz um tempo, você gostou?
- Claro que gostei! Essa música é incrível! Por que você não me mostrou antes?
- Essa música é bem pessoal... Queria terminá-la sozinho. Que bom que você gostou.
- Foi isso que você fez a noite inteira?
- Que? - disse confuso
- Você está com o rosto inchado - disse rindo.
- Ah sim... - ele riu de volta - Uma parte da madrugada sim, mas não toda. Escrevi uns pedaços de música.
- Interessante, mais coisa para gravarmos! - eu realmente estava feliz naquele momento, ele não estava bravo comigo. Tava tudo certo. - Johnny, desculpa por ontem.
- Não é sua culpa. Eu não gosto de falar sobre ela e o fato de pensar que você viu tudo aquilo e imaginou coisa me deixa enjoado.
Dei espaço para ele, não queria parece invasiva de novo. Nós estávamos reconstruindo nossa relação agora, porém, para ser sincera, para mim já parece que nunca nos separamos.
- Só quero que você saiba - não adiantou nada eu me afastar, pois ele deu um passo à frente se aproximando de mim - Nem tudo é o que parece, e aquilo que você viu - disse rindo de forma irônica - não é nada o que parece ser.
- Entendo, vamos mudar de assunto. Não mais brigar contigo.
- Muito menos eu! Da pra ver o que acontece quando brigamos - falou apontando para a cara dele.
- Acho que você precisa dormir.
- Não quero, to super animado - disse bocejando.
- To vendo - ri - É sério, dorme.
- Só se você ficar aqui comigo, você pode ver algo na televisão enquanto eu cochilo.
- Pode ser... - sentei no sofá que ele tem no canto do quarto.
- Ai não! Aqui - disse apontando para a cama.
- Johnny...
- Eu não vou fazer nada contigo, é realmente mais confortável. - disse com a cara mais fofa que alguém poderia ter.
Fui meio apreensiva mas logo relaxei. Sentei encostada na cabeceira e Liguei a televisão e coloquei em uma série qualquer. Johnny se aproximou de mim e encostou no meu ombro.
Meu coração acelerou tanto, acho que ele até percebeu.
- Você está confortável?
- Não - Johnny disse rindo - Mas eu estou ansioso e você me deixa calmo.
Sorri sem perceber, um sorriso bobo que não era nem para ter aparecido no meu rosto.
- Não é melhor você apoiar sua cabeça no meu colo então?
Johnny olhou nos meus olhos e por um momento quase esqueci o que estava fazendo. Quis beija-lo? Não.
Ele logo se ajeitou no meu colo, dessa vez não fiquei nervosa nem nada. Não sei como mas eu comecei a fazer carinho no cabelo dele, muito macio aliás, e logo ele dormiu.

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