Prólogo

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- Merda - Louis murmurou baixinho, observando o homem contido contra a parede dentro do quarto ao lado. Toda vez que ele entrava na sala de observação ficava deprimido, mas ele não podia ficar assim.

Sabia que ele não podia vê-lo através do vidro duplo e ainda assim ele parecia estar olhando diretamente para onde estava. Seu olhar estava fixo sobre seu peito nu e seus músculos tensos bem definidos. Seus grandes bíceps saltavam enquanto ele puxava as correntes, a raiva estava evidente em seu rosto enquanto lutava. Simpatia e compaixão o fizeram sofrer por ele. Mostrava sua determinação, independente de como ele tinha sido privado de sua liberdade e dignidade. Ele sabia a futilidade de suas ações, no entanto, ainda lutava. Sua mão levantada tocava a estrutura de madeira sob o vidro, desejando poder acalmá-lo, mostrar-lhe que alguém se importava e acima de tudo, queria tirá-lo da prisão infernal que ele vivia. Ele merecia ser livre.

Um movimento no canto da sala atraiu sua atenção para longe do homem que assombrava seus pensamentos dia e noite. O medo fez seu coração disparar quando um técnico entrou na sala. Jacob Alter era um dos mais insensíveis monstros que já trabalhou para as Indústrias Mercile. O idiota realmente gostava de causar dor em suas "cobaias" e escolhera especialmente este como sua marca de crueldade. Um mês
antes, o grande homem acorrentado contra a parede quebrou o nariz de Jacob, quando o mesmo tinha chegado muito perto de seu cotovelo. Louis sabia que tinha sido bem merecido. Os hematomas ainda sombreavam o rosto de Jacob quando ele deu um sorriso maligno em direção à sua vítima. Ele com certeza planejou fazer o mais doloroso tratamento nele.

- Olá, 416 - Jacob riu, era um som desagradável - Eu ouvi que você irritou Dr. Trent. Você sabe o que isso significa, certo? - Jacob colocou uma mochila do tamanho de um saco de boliche em cima da mesa de exame no canto, fazendo um baque alto - Isso significa que eu tenho de fazer algo que eu queria havia muito tempo. Você irá sofrer hoje - Ele olhou para a câmera de segurança no canto e fez um gesto com a mão sobre sua garganta em um movimento de corte.

- Merda, merda, merda - Louis falava baixinho quando o pânico tomou conta. Ele tinha ouvido falar de presos serem torturados quando eles realmente irritavam um dos médicos. Jacob, obviamente, não queria gravar qualquer coisa horrível que ele tenha planejado para 416. Com certeza seria muito ruim.

Jacob ergueu a cabeça, ainda a olhar para o canto de cima e depois sorriu, antes de se virar para o 416.

- A câmera está desligada agora. Nenhum registro está sendo feito. O que Dr. Trent não sabe é que você vai ter um acidente horrível, aberração. Você não devia ter fodido comigo. Eu avisei que ia acabar com você - Ele agarrou a bolsa que tinha trazido para o quarto - Ninguém quebra o meu nariz e vive. Eu sabia que seria apenas uma questão de tempo antes que você fosse punido. Eu só esperei o meu tempo - Ele pegou uma seringa - Você vai morrer, seu bastardo!

Isso não pode estar acontecendo, pensou Louis. Não tinha lutado todos os dias contra o pesadelo que a vida dele havia se tornado nos últimos dois meses, só para perder 416 agora. Ele vivia com um medo constante de ser descoberto como espião, mas o desafio de observar 416 no complexo lhe deu a força para enfrentar cada dia. Por ele, se arriscou perigosamente para coletar evidências suficientes para libertá-lo junto com os outros prisioneiros. Na verdade, ele meio que esperava que os seguranças viessem atrás dele a qualquer segundo. Tornou-se tão frenético em coletar uma prova real do que acontecia no centro de pesquisa que fez com que ele cometesse uma loucura meia hora antes. Ele havia roubado um dos emblemas de médico e se infiltrado no escritório para baixar arquivos do computador. Se a segurança examinasse as fitas de vigilância, ele seria pego com certeza. Eles iriam prendê-lo imediatamente e tornar seu destino tão sombrio quanto o de 416. Ambos estariam mortos até o fim do dia.

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