Furry - Novas espécies

Capitulo 3

Louis olhou a mulher Nova Espécie com frustração. Sabia que fazer amizade com elas
seria uma tarefa difícil, mas não fazia ideia de quando pretendiam tornar isso possível.
Nenhuma delas foi amigável com ele. Era um grupo fechado, que não incluía Louis e
esperava poder esconder suas mágoas. Ajudá-las tornou-se sua missão na vida, seu único propósito e elas se recusaram a permitir isso até agora.

- Será que alguma de vocês gostaria de aprender a cozinhar? Posso ensiná-las ou posso mostrar para vocês a tonelada de Dvds de culinária que possuo - Olhou de um rosto para outro - Tenho certeza que algumas de vocês estão cansadas das refeições fornecidas pela cafeteria NE e eu gosto de cozinhar. É bom aprender e todo mundo
adora comida.

Ninguém das três dúzias de pares de olhos que o observava falou. Louis suspirou.

- Eu juro, não sou o inimigo. Estou aqui para ajudar vocês a aprenderem habilidades de
vida e para ajudá-las a se integrar na sociedade. Quero ajudar vocês em tudo que precisarem. Eu realmente gostaria que vocês me permitissem fazer isso.

O silêncio desconfortável parecia não ter fim. Os ombros de Louis caíram numa derrota momentânea.

- Tudo bem. Talvez vocês precisem de mais tempo para me conhecer. Se vocês precisarem de alguma coisa, por favor, me avisem. É para isso que estou aqui. Oh, eu fiz alguns bolos e os coloquei dentro da geladeira, por favor, sintam-se a vontade para comê-los.

Ele saiu da sala antes de permitir que elas vissem sua depressão. Assim que saiu de vista ouviu vozes femininas, reforçando a vontade de chorar. Todo mundo ficou em silêncio quando entrou no quarto, mas voltaram a conversar logo após ele sair. Não podia ignorar a possibilidade de que poderiam odiá-lo. Recusavam-se a falar com ele, exceto quando precisavam e não pareciam querer sua ajuda. Tinha que dar aulas obrigatórias apenas para ensinar-lhes conceitos básicos, tais como usar os aparelhos em casa. As perguntas foram poucas como de costume, mas percebeu que algumas
delas tinham memórias incríveis. Elas reteriam a informação e em seguida ajudariam
as outras que tivessem dificuldades.

Pensava em se demitir, mas tinha sido assegurado por um dos membros do conselho
que as mulheres rejeitariam qualquer um que aceitasse esse emprego. Não era um deles, simples assim e sendo apenas um humano comum, fez com que os Novas Espécies não confiassem nele. Foi aconselhado a dar-lhes tempo e se lembrou de que fazia apenas duas semanas. Duas semanas de inferno, resmungou em silêncio e foi para seu apartamento. Se fosse embora, porém, não tinha para onde ir, não havia nenhuma vida para voltar depois de cortar todos os laços com seu passado. A própria ideia de pedir a seus pais para viver com um deles até voltar a andar com seus próprios
pés ameaçou dar-lhe uma enxaqueca. Seus pais discutiam sobre tudo, mesmo vivendo
separados e depois, exigiam que escolhesse um dos lados. Ambos foram radicalmente contra seu próprio divórcio. Isso era única coisa que eles concordavam e ainda permaneciam em contato com seu ex-marido. O faziam passar tempo com ele e com suas tentativas equivocadas e irritantes de uni-los novamente. Preferia saltar em um poço com cobras do que voltar para a vida que um dia já teve. Não ligava para casa por uma razão e com certeza não queria passar por tudo aquilo de novo. Os pais dele estavam irritados com suas atitudes, o que significava que finalmente lhe deram paz, algo que não faziam desde que se divorciaram, quando tinha dez anos de idade. Sua nova vida consistia em seguir em frente e ajudar as pessoas com problemas reais, coisas que queria fazer com os Novas Espécies. Eles eram importantes para ele e precisavam de pessoas que se importavam ao seu lado e ele definitivamente se importava.

Louis trocou de roupa rapidamente, colocou sua calça de moletom, uma camiseta regata e tênis de corrida. Precisava de ar fresco e algum tempo fora do dormitório, certo de que não sentiriam sua falta. Tentou não sentir auto piedade. Assumiu um trabalho que o manteria ocupado e talvez fosse gratificante, mas em vez disso, sentiu solidão e depressão. Enfiou o MP3 player em sua boxer, na parte da frente de sua calça, junto com sua carteira de identidade já que não tinha bolsos. Deixou o quarto e começou a se aquecer enquanto esperava o elevador.