Nosso Contrato

Capítulo 14 - Noah White

— Um anel? Sério? Um anel de noivado? Um grande e caro com uma pedra enorme? Esse tipo de anel? Pior, eu que vou ter que comprá-lo? Eu?

— É a sua noiva, Noah, você que tem que comprar. - Tony ri e eu quero socar a cara dele

— Cala a boca, idiota! - eu o empurro e ele se afasta de mim

— Olha isso, já está até falando igual sua noiva! - ele não sabe o que discrição quer dizer porque ele simplesmente grita isso aos quatro ventos, no meio de um restaurante caro

— Você é insuportável quando está todo feliz assim. - claro que eu percebi a felicidade explícita dele no momento que eu o encontrei na entrada do restaurante, se fosse em outra época eu até poderia dizer que ele teve uma boa noite ontem, mas eu gosto de me manter vivo

— Eu tenho uma boa vida, meu amigo. - ele abre os braços contemplativo — Uma esposa linda, três filhos maravilhosos e um bom emprego. O que eu poderia pedir a mais?

— Senso do ridículo seria uma ótima opção. - ficamos em silêncio quando o garçom nos oferece uma garrafa de vinho, ambos negamos, pedimos apenas uma água para acompanhar nosso almoço — Quem imaginaria que nós dois estaríamos pedindo água e não algo alcoólico.

— Boas mudanças, meu amigo. Boas mudanças. - eu afirmo e voltamos a conversar sobre o dia de ontem

Eu pessoalmente ainda estou chocado de como as coisas se desenrolaram. Eu não imaginaria que seria tão fácil e confortável ficar daquele jeito com a Lídia. É algo que eu não gostava. Não via razão para conversar com nenhuma mulher além das que eu considerava amigas. Que se resumia apenas a Ivy e a Crystal. Não Lídia Woods, ela sempre me foi um sopro suave em meio a escassez de ar.

— E o que vocês fizeram depois dela ter falado sobre o anel? - Antony pergunta entre uma garfada do seu filé ao ponto

— Ela quis ir para casa e eu a levei. - eu dei de ombros — Ela gostou do apartamento.

— E desde quando isso importa para você? - eu dou de ombros e mergulho o garfo no salmão outra vez — Você não acha que tudo isso está indo para outro nível?

— Eu acho que você está ainda mais insuportável do que os outros dias. - ele fica me encarando e sei muito bem o que esse olhar significa — Eu não quero pensar sobre isso, está bem? - eu respiro fundo me encostando na cadeira — Estamos presos um ao outro por, pelo menos, dois meses e não vou complicar ainda mais as coisas.

— Apenas não machuque ela, me ouviu? - eu levanto minha sobrancelha — Não estou aqui como o melhor amigo dela, porque esse lugar é do meu irmão, mas estou como marido da melhor amiga dela e você sabe muito bem que a Crystal te bateria tanto em você que te faria se arrepender de ter feito qualquer coisa contra a Lídia. - eu processo o que ele fala e afirmo sabendo muito bem que ela realmente fará isso

— Vai me ajudar ou não a comprar o anel? - ele afirma

— Você não deveria pegar o anel da sua avó do cofre? Será bem mais crível se você fizer isso. Além do mais... - ele se inclina para não precisar falar tão alto — Ela deixou esse anel para você fazer exatamente isso. Entregar para alguém que ame.

— Antony, cala a boca! - ele ri e volta a comer sua comida — O que você acha de ir jantar com meus pais nessa sexta?

— Fico grato pelo convite mas dispenso. - ele dá de ombros — Seu pai vai querer meu apoio nessa loucura de eleição e eu não vou me envolver com nada disso.

— Entendo. - eu tomo um gole da minha água e olho em volta da nossa mesa pela primeira vez — Você sente falta disso?

— Disso o quê? - ele está ainda comendo sua comida e nem sabe que estamos cercados de mulheres bonitas que nos olham a cada segundo