— Moro com as meninas. – Bebo minha ice. – Por que a pergunta?

— Nada, sou observador.

Ana entra na cozinha, ela sorri pra mim.

— Queria mesmo falar com você Júlia. – Ela se direciona a mim.

Renato continua parado bebendo.

— Pode dá licença? – Ela olha pra ele.

— Toda.

Renato sai para o fundo da casa.

— Queria te pedir desculpas, pelo modo como te tratei.

— Vou confessar que fiquei me perguntando o que tinha te feito pra aquilo tudo, mas está tudo bem.

— Mesmo?

— Sim.

— Que bom. – Ela me abraça. 

Seu tom transpira falsidade.

Ela sai e vai para o mesmo canto que Renato foi, fico com uma pulga atrás da orelha. 

Volto para o pessoal.

— Foi fabricar ice? – Bruna cruza os braços.

— Ana veio me pedir desculpas.

— É dia 1 de abril. – Matheus aparece do nada.

— Na moral, cê brota do nada. – Bruna resmunga. 

Ele ri.

— Tem alguma coisa estranha. – Murmuro. 

— Fofoca? Quero. – Matheus chega mais perto.

Formamos uma roda de três.

— Eu conheci o Renato hoje, nos falamos na cozinha depois Ana veio querer falar comigo, ele saiu para o fundo do quintal, após ela pedir desculpas ela foi pro mesmo lugar que ele.

— Puta que pariu! – Bruna quase pula. – Eu sabia caralho! 

— Vamos pegar eles no pulo porra! – Matheus diz empolgado.

— Gente calma. – Peço. 

— O que cês tão falando aí? – Thomas cerra os olhos.

— Aquecimento global. – Matheus diz com seu tom de deboche.

— Idiota, eu que é fofoca porque você é muito fofoqueiro. – Thomas diz e mostra o dedo pra ele. 

— Júlia conheceu um gatinho. – Bruna me dá uma cutucada.

— Sim, tava só comentando.

Rafaela cerra os olhos.

Sorriso nervosa.

Bruna me puxa para um canto afastado deles.

— Precisamos fazer o Gael ir até lá. – Ela diz. 

— Deveríamos mesmo nos intrometer? – Pergunto. 

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