Capítulo 6 | O jantar

33 3 3
                                    

A noite passada foi turbulenta, e estranha

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

A noite passada foi turbulenta, e estranha. Os pesadelos que eu tenho todas as noites e que envolvem o meu pai, pela primeira vez em muito tempo não me atormentaram. Mas minha consciência está pesada. Eu beijei o meu chefe, e ele está em um relacionamento sério. Aonde eu fui me meter? É muito provável que a gente se esbarre pelos corredores da empresa, e minha vontade é de ficar trancada em casa até eu e ele nos esquecermos do que aconteceu ontem. Eu poderia usar a desculpa do "eu estava bêbada, e não sabia o que estava fazendo". Mas pelo contrário, eu sabia exatamente o que estava fazendo quando retribui aquele beijo, e o deixei me agarrar. Se tudo isso fosse em circunstâncias diferentes, eu imagino o quão feliz eu poderia ser. Mas então eu lembro do dia em que o mesmo homem que me disse coisas bonitas ontem, falou que estava apenas brincando comigo.

Na manhã de hoje, sábado, levei uma agressiva surra de lembranças da noite passada. Eu bebendo. Dançando. Comendo. Reclamando com a Megan. Entrando no carro com o Giaccomo. Gritando com o Giaccomo. Beijando o Giaccomo. E fugindo dele. Só consigo pensar no que será de mim agora. Depois de ter gritado com o dono da empresa, o que me resta é ser demitida de uma vez por todas.

Lembrei que minha moto ficou na garagem da Megan, e de tarde eu liguei para ela. Aproveitei para me desculpar por ter dado vexame, e reclamado com ela. Eu que nunca devia ter ido para aquela festa. Ela só queria se divertir com o namorado. Megan me buscou de carro na minha casa, e me levou até a casa dela. De lá, eu vim na Beth. Meggie se sentiu mal por mim, por eu ter ficado sozinha. Mas eu não falei nada sobre o que aconteceu depois que ela saiu.

Segunda feira, 23 de setembro.

Me arrumei cedo, como todos os dias, mas dessa vez com um semblante triste, e a cabeça com um turbilhão de pensamentos negativos. O que aconteceu com o Sorrentino, pode arruinar de vez todos os planos, e sonhos. Não posso perder esse emprego.

Por obra do destino, ao chegar no estacionamento para guardar a minha moto, Giaccomo estava saindo do carro dele, que fica na vaga de "CEO". Preciso ter coragem para ir lá me desculpar, mesmo que a culpa de eu ter gritado com ele, seja do mesmo.

Estacionei a Beth, e coloquei o capacete no retrovisor. O vi de longe, pegar uma pasta preta no banco do passageiro, e abrir a porta. Conferi se não havia mais ninguém e andei em passou largos, com determinação, para que a coragem não se vá.

— Senhor Sorrentino? — Chamei, ainda de longe. E a minha voz fez eco. Ele saiu do carro, e o travou.

— Sim?

Me aproximei.

— É... Eu... Gostaria de me desculpar pela forma que eu me comportei ontem. Me arrependo de tudo, e espero que o Senhor entenda que eu não estava bem, e esqueça o que aconteceu.

Giaccomo passou a mão nos cabelos, e umideceu os lábios.

— Não.

Fiquei surpresa.

Signore PeccatoWhere stories live. Discover now