Caminharam em ritmo acelerado em direção aos estábulos. Mariah cumprimentou um ou outro empregado enquanto seguia o necromante que prosseguia na frente e parecia disposto a completar rapidamente a caminhada. A distância não era muito longa e logo chegaram à entrada do recinto. O Estábulo era um grande cercado de madeira circundado por cocheiras e piquetes, e ao fundo, um grande e abarrotado armazém completava a paisagem. Cavalos e peões se misturavam em meio a montes de feno e alfafa e um cheiro forte de esterco fez o necromante torcer o nariz assim que adentrou o local.

Um funcionário encarregado do lugar fez um aceno para a moça indicando os animais reservados ao passeio e guiou-os para os fundos para buscar as selas e arreios necessários para a cavalgada. Thomas e Mariah escolhiam e preparavam suas montarias quando Wesley entrou correndo no local, ainda arrumando as calças e com o rosto vermelho de exaustão.

– Ufa! Ainda bem que cheguei a tempo. Não queria montar sozinho.

Thomas lançou para Mariah um olhar indagativo, estranhando a velocidade com que o primo resolvera seu pequeno problema, mas Mariah preferiu não comentar e convidou Wesley a montar o quarto de milha que atrelara para si.

– Monte esse aqui então. Ele é dócil e inteligente, vai gostar de você. – E ajudou Wesley a montar.

O cavalo se mexeu levemente ao sentir o peso sobre suas ancas, mas aquietou-se assim que Mariah lhe alisou o pescoço.

– Bom garoto! – disse para o animal e se virou para Thomas – Bem vamos então enquanto o sol não está muito quente, depois do meio-dia vai ficar complicado cavalgar – montou no animal selado que o encarregado lhe trouxe e tomou a dianteira da trupe, desaparecendo a galope. Os demais a seguiram com alguma dificuldade apesar do necromante cavalgar com elegância.

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Mariah seguia na frente montada em sua égua baia e indicando o caminho. Thomas havia escolhido um corcel negro e lustroso e seguia logo atrás enquanto Wesley que ficara com o quarto de milha seguia por último tentando se equilibrar na sela.

Atravessaram uma ponte e o barulho da água fez Wesley se lembrar do banho no riacho quando ainda estavam na estrada, e de Mariah entrando na água de lingerie branca. Que calcinha ela deve estar usando hoje?, pensou fitando a correnteza logo abaixo. Ao levantar os olhos percebeu que Mariah lançava lhe um olhar atrevido como se adivinhasse seus pensamentos e por um momento cogitou perguntar, mas logo caiu em si, considerando a estranheza da situação e seguiu em frente.

Pararam embaixo de uma mangueira e a moça arriou do cavalo e convidou os amigos a acompanhá-la. Os rapazes desmontaram e soltaram os animais no campo para pastarem enquanto Mariah estendia uma colcha xadrez e preparava o piquenique.

– Vamos comer aqui? – perguntou Wesley se jogando no chão e tirando a mochila.

– Vamos! – Respondeu Mariah – Estamos bem longe da sede e acho que poderemos conversar com alguma tranquilidade.

Thomas que até aquele momento só observava, aninhou-se perto do tronco da mangueira e estirou as pernas, esticando os músculos e encarando Mariah, ansioso por seu discurso.

– Bem, vamos começar então – disse a moça se ajeitando no assento improvisado – A questão é a seguinte: acredito que meu pai foi enfeitiçado por minha madrasta e que, desde então, vem seguindo ordens dela em todos os assuntos da fazenda. Acredito que ela planeja matá-lo e tomar posse de tudo que é nosso assim que surgir a oportunidade e infelizmente não tenho condições de libertá-lo. Queria que vocês me ajudassem. – e abaixou o olhar como que deprimida. – A única coisa que posso fazer para agradecer é pagá-los pelo serviço. Tenho uns dez mil reais guardados embaixo da minha cama e me disporia deles com prazer se aceitassem minha proposta.

A Busca pela Árvore da Vida (em revisão)Where stories live. Discover now