Capítulo 4

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Maya
- e esse? - falei mostrando um vestido curto na cor prateada brilhante pra Cinthia que me olhava sorrindo

- está perfeito - ela falou

- eu não gostei - Eric falou e eu o encarei

- vou levar - abri um sorriso e ele balançou a cabeça negativamente

- o cartão é meu - ele retrucou

- mas quem vai usar sou eu - falei e entrei no provador novamente tirando o vestido e colocando minha roupa - pronto

sai do provador com o vestido em mãos e ele me acompanhou até o caixa, pagou o vestido e nós saímos carregando todas as sacolas até chegar no carro, colocamos todas no porta malas e entramos no carro. Henri dirigiu até minha faculdade e logo estacionou

- você pode estacionar em outro canto? não quero sair desse carro na porta da faculdade com toda essa gente que me conhece - pedi e Eric me olhou

- porque não? - ele pergunta

- porque vão achar que eu tô parando minha faculdade por que encontrei um homem rico pra me sustentar, agora pede pra ele fazer o que eu tô pedindo - respondi olhando pra ele

- vai - ele disse pra Henri que concordou dando partida no carro

me encostei no banco novamente e ele parou em um canto mais afastado da entrada da faculdade

- obrigada - abri a porta do carro e vi Eric abrir também - tá louco? - falei e ele me olhou confuso - você não vai atrás de mim, se for, fica bem atrás - eu disse

- porque? não confio em você pra isso, como sei que você não vai fazer alguma gracinha? - ele falou e eu o olhei

- é, mas não quero você colado comigo, tem muita gente aqui - falei

- beleza - ele respondeu e eu saí na frente dele seguindo até a secretaria

no meio do caminho esbarrei na Helena que ficou boquiaberta ao me ver

- garota? você tava aonde? - ela pergunta

- ah, oi! é.. desculpa ter faltado hoje - eu falo meio receosa

- você tá bem? - ela pergunta

- ah, sim, sim tô bem - eu respondo - eu vim trancar minha vaga, só por um tempo

- o que? amiga, tá tudo bem mesmo? você parece nervosa - ela fala me analisando

- sim, eu tô bem de verdade - respondo tentando ficar firme

- vamos na secretaria, eu vou com você - ela fala e eu concordo

- tudo bem, vamos - respondo e sigo ela pra secretaria, olhei pra trás e Eric me observava de longe, me seguia com o olhar

caminhei até a secretaria e a secretária logo me atendeu, Helena ficou ao meu lado o tempo todo, assinei alguns papéis e logo já estava tudo pronto e eu já estava com os papéis do trancamento do meu curso por um ano e alguns meses, ela me seguiu ate a porta da faculdade.

- quer que eu te leve pra casa? - ela perguntou

- não amiga, eu vou passar no restaurante ainda - respondo

- trancou a faculdade, vai passar no restaurante pra pedir demissão? o que tá acontecendo Mayara? - ela me repreendeu mais uma vez

Helena era esperta para caralho.

- meu pai faleceu, eu tô tentando me recuperar - menti

ela nao precisava saber de tudo, não agora

- nossa, porque você não me ligou? eu ia te ajudar e ficar com você - ela falou

- foi muito rápido, não deu tempo nem de pensar pra quem ligar - eu falei

- olha, se precisar de mim, me liga - ela disse e eu concordei

- certo, eu ligo

- se cuida - ela beija minha bochecha e sai logo em seguida

sigo ela com o olhar até ela entrar em seu carro e dar partida saindo logo em seguida.

- tá tudo bem? - Eric pergunta atrás de mim me fazendo tomar um susto

- que susto caralho - falo virando pra ele

- foi mal - ele se desculpa

- vamos embora - eu falo já cedendo

estava me sentindo mal por mentir pra Lena, ela era uma pessoa tão importante pra mim.

- tá tudo bem mesmo? - ele pergunta

- tá, Eric, tá tudo bem - respondi saindo de perto dele e caminhando até o carro estacionado em um lugar afastado da faculdade.

entrei no carro calada, não queria falar nem puxar assunto com ninguém, muito menos com o Eric. Henri dirigiu até meu serviço, por sorte, hoje não era dia de nenhum dos meus colegas trabalharem, pedi demissão para o meu chefe que não era maior simpático, por isso não teve perguntas muito invasivas.

em alguns minutos chegamos a enorme casa novamente, eu estava cansada, só queria tomar banho e me deitar. levamos as sacolas de roupas até meu quarto e pedi pra deixarem ali que depois que eu arrumaria tudo, todos saíram mas Eric ficou se aproximando de mim

- o que? - falei olhando pra ele quando se aproximou

- você ficou quieta depois que falou com aquela menina - ele falou

- não quero falar sobre isso - eu falo me sentando na cama e tirando meu tênis

- vai precisar - ele fala e eu solto uma risada sarcástica virando meu rosto direcionado meu olhar pra ele

- eu não vou precisar de nada, agora sai daqui, por favor - falo me levantando e indo até a porta, abro a mesma e olho pra ele

- não é assim que a gente vai criar uma relação boa - ele fala

- nesse momento a única coisa que eu quero é que você saia daqui - eu falei sem encarar ele

meus olhos estavam cheios de lágrimas, ele concordou e saiu do quarto, fechei a porta trancando a mesma e me sentei atrás dela, abracei meus joelhos e logo deixei as lágrimas rolarem pelo meu rosto.

passei alguns minutos sentada ali, eu só queria chorar e tirar todo o peso de cima de mim. me levantei enxugando meu rosto e me dirigi até o banheiro, tomei um banho rápido e troquei de roupa, sai do quarto soltando meu cabelo do coque e me dirigi até a cozinha, Cinthia estava lá com outros funcionários, me sentei no banco da enorme bancada americana na mesa

- você está bem? - Cinthia pergunta se aproximando de mim

- sim, eu tô, só não quero ver o Eric - eu respondo

- está com fome? você nem almoçou, eu faço um prato pra você - ela pergunta

- sim, por favor - eu peço, ela concorda com a cabeça e se afasta indo até a geladeira pegando algumas coisas.

- ele falou alguma coisa que você não gostou? - Cinthia perguntou

- ele tá fazendo eu mentir pra todo mundo, eu falei pra minha melhor amiga que meu pai morreu da forma mais fria, eu sei como ele morreu e sei quem matou - eu falei

- eu sinto muito Maya, seu pai realmente devia muito dinheiro pro senhor Gomes - ela falou e eu concordei

- meu pai não era flor que se cheire, ele não merece nem a arma que o matou - falei

meu pai sempre foi motivo de vergonha pra mim, ele não cuidou de mim quando minha mãe foi embora tive que me virar sozinha e sem ajuda de absolutamente ninguém.

- desculpe por lembrar isso - ela falou

- está tudo bem, não se preocupa - falei e baixei o olhar pras minhas mãos.

em alguns minutos ela me trouxe um prato com arroz, salada e alguns pedaços de carne.

comi calada e sem puxar assunto, ainda estava chateada com Eric, por nunca me entender, ele parecia uma pedra de gelo de tão frio e eu não sei quanto tempo eu ia aguentar até surtar e ir embora.

Vendida para a máfia [concluída]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora