Capítulo 9

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M

ayara
Culpa, medo, felicidade.
Essas eram as três palavras que me definiam agora, no dia seguinte em que acordei nos braços de Eric.

mas, eu me levantei antes que ele acordasse e me dirigi até o banheiro, tranquei a porta e me encostei na pia pensando na noite anterior.

não tínhamos passado de beijos e algumas carícias. Eu não queria passar disso, não por enquanto.

tomei um banho gelado, sai enrolada numa toalha e enxugando meu cabelo com outra.

Eric estava acordado sentado na cama com os olhos na janela, mas assim que eu fechei a porta do banheiro, ele me olhou.

- bom dia - ele falou

- bom dia - respondi o encarando

- vamos embora hoje a noite, quer fazer alguma coisa? - ele perguntou

- eu não sei, o que você acha? você que conhece a cidade - eu respondi me dirigindo até a mala

- tem restaurantes muito bons aqui, pontos turísticos famosos, museus - ele falou se levantando

- museus não, o passado me deixa triste - eu respondi e ouvi ele rir.

Era a primeira vez que eu o ouvia rir desse jeito.

- tudo bem, restaurantes então?

- e uma boa passada pelas praças - eu falei

- certo, esteja pronta em meia hora, vou avisar o Henri - ele falou se aproximando de mim

- certo - concordei e ele beijou o topo da minha cabeça antes de seguir pro seu quarto.

senti meu coração vacilar, mas me recuperei rapidamente olhando para as roupas na mala, peguei um vestido colado de manga longa na cor branca, uma bota que chegava até mais do meio das minhas coxas, e uma jaqueta grande, vesti tudo e ajeitei o decote nos meus seios, hoje não estava tão frio, mas não estava quente ao ponto de eu conseguir sair sem um casaco em mãos.

ajeitei meu cabelo secando ele com o secador do hotel mesmo e fiz uma maquiagem breve, sem muito reboco.

ouvi batidas na porta e eu peguei minha bolsa após fechar a mala, abri a porta e Eric estava ali acompanhado por Henri, ele me olhou de cima a baixo e fechou um pouco a cara, dei de ombros, coloquei meus óculos escuros e passei por eles sem me importar com o que eles achavam da roupa magnífica que eu usava.

[...]

caminhamos pelas enormes e lindas ruas da capital, Henri ria junto comigo me mostrando as pessoas ou as atrações que aconteciam na rua, um homem fantasiado de palhaço com uma roupa colorida e com bolinhas fazia graça pra algumas crianças e entregava doces a elas, assim como entregava flores a algumas moças que passavam por ele rindo de algum truque.

Eric ficara calado, mas não parecia irritado ou entediado, acho que curtia junto conosco, mas do seu jeito, em alguns momentos eu me arriscava em estender a mão para que ele pegasse, ele aceitava e me encarava com um meio sorriso.

- vamos parar para almoçar - Henri falou - estou morto de fome

- passa fome - falei e ele me encarou com cara de tédio

- você fez a gente andar pela cidade inteira - ele falou

- sou curiosa, não me culpe - eu falei e ele riu

- antes vou passar para comprar um presente pra Cinthia - ele disse olhando pra uma loja com uma bolsa espetacular na vitrine.

- vai lá, garanhão - falei e ele gargalhou antes de entrar na loja.

me virei pra Eric que se encostou na parede de concreto da extensão da loja, ele usava uma calça de moletom, tênis, uma blusa de cor cinza e um casaco grande.

- o que foi? - perguntei me aproximando dele

- porque? - ele respondeu com outra pergunta

- passou o dia calado enquanto eu e o Henri ríamos de tudo - eu falei pra ele

- não quis atrapalhar o passeio implicando com sua roupa ou da sua aproximação com o Henri - ele falou e eu arqueei uma sobrancelha pra encará-lo.

- sério? você não vai mudar? - perguntei

- eu tô fazendo meu melhor - ele disse

- ficar de cara feia enquanto podia estar curtindo comigo não parece uma forma muito boa de me mostrar isso - eu falei cruzando meus braços e me afastando dele

- foi mal po, entenda que eu preciso parar de ser tão possessivo, até mesmo quando se trata de não ligar quando você tá com um vestido curto que te deixa gostosa pra caralho - ele falou e eu ri

- não começa - eu falei semicerrando os olhos pra ele como se dissesse "não me provoque".

ele apenas abriu um breve sorriso e se desencostou da parede ao ver Henri voltar com uma sacola na mão e um sorriso no rosto.

- ela vai adorar - eu falei me recuperando da pequena discussão com Eric

- vai mesmo - Henri respondeu.

caminhamos até um restaurante próximo, nos sentamos em uma mesa juntos e pedimos nosso almoço.

não demorou muito pra comida chegar e nos almoçarmos sem muita demora, estávamos cansados e umas boas horas de sono eram necessárias.

[...]

assim que cheguei no meu quarto eu tirei a roupa e cai na cama só de lingerie e me cobrindo com o edredom grosso que tirava todo o frio, ouvi a porta do quarto de Eric abrir, mas eu estava muito cansada para levantar a cabeça e encara-lo.

ele não fez barulho, não fez nada, ele só se deitou comigo na cama e me puxou pra deitar em seu peito, abraçou meu corpo e eu senti sua respiração desacelerar e ele dormir.

em minutos eu dormi também, nos braços daquele homem que eu não sabia se gostava ou odiava.

[...]

desci pelas escadas do jatinho particular e entrei no carro, ao chegarmos na enorme casa do Eric, Cinthia estava na porta nos esperando e eu abri um sorriso indo até ela e abraçando seu corpo.

- que saudade - ela disse ainda abraçada a mim

- muita, preciso te contar tudo - eu falo e ela ri - mas antes tem uma pessoa que quer muito falar com você

- quem? - ela perguntou, mas eu nem precisei responder, Henri passou pela porta com uma sacola e se dirigiu até ela.

me afastei deles vendo o sorriso no rosto de Cinthia assim que ela abriu a caixa.

procurei Eric com os olhos e o encontrei no sofá da sala vendo alguma coisa no celular, me sentei ao seu lado tirando a bota que machucava meus pés.

- você não vai aparecer de surpresa no meu quarto hoje não, né? - falei e ele me encarou com um sorriso divertido no rosto

- você quer que eu apareça de surpresa? - ele perguntou

- quem sabe - respondi e me levantei levantando um pouco do meu vestido deixando a poupa da minha bunda aparecer - boa noite, Eric

caminhei até meu quarto depois de olhar pra ele por cima do ombro, fechei a porta e tomei um banho rápido, coloquei a lingerie mais bonita que achei no guarda roupa e me deitei na cama, Rio de Janeiro era um calor do caralho, zero condições de dormir com roupa.

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