0.2 - Redhead villain

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- Atrasada de novo Gabrielly? - a voz da minha professora de química me faz virar para encara-la.

- Que feio Anyzita! - fecho os olhos para não voar no pescoço da Dove - quer que eu compre um relógio pra você de aniversário? - ela me olha com inocência - Ah! desculpe, você não sabe o que é isso, a Any acorda com um galo no seu ouvido!

O silêncio da sala deixou lugar para risadas e cochichos. Dove relaxa na cadeira como uma vitoriosa, acho que ela tem uma lista de afazeres na escola: atormentar a Any, irritar a Any, humilhar a Any e repete. Estou parada no meio da sala, sinto meu sangue ferver pela vergonha e pela raiva, eu só quero meter a minha mão na sua cara.

Dove Wild, ou só Dove, ou ridícula, escrota, cabelo de salsicha, barata tonta, palhaça de circo, talarica, falsa, duas caras... e mais mil palavras que remetem na sua personalidade. Sabe aquelas vilãs de filmes? essa dai é a própria em pessoa. Ela tem um dom de me irritar diariamente. Nunca entendi o porquê, mas sinceramente, prefiro ter uma dessas como inimiga do que amiga.

- O barata voadora! - Sabina levanta da sua cadeira irritada - quer fazer o favor de calar essa sua matraca e parar de ser tão invejosa!

- Eu? inveja da Any? dessa ai? - Dove ri falso se contorcendo na cadeira. Chega. Pra mim já deu. Me ponho a andar até a minha mesa que por milagre é longe desta cabelo de água de salsicha - eu tenho é pena dela! parece que papai do céu errou na escolha do seu gênero...

- AH MAS VOCÊ VAI VER! - eu gritei me levantando.

A minha raiva já estava descontrolada, o seu sorriso era uma ofensa pra mim, eu queria que ela ficasse muda para o resto da vida!

- Any Gabrielly e Dove Wild parem já com isso! - a professora ficou na minha frente, eu estava só um passo para mostrar o que eu sei fazer. Ridícula.

- Mas prof, foi ela quem começou - mis prif, fi ili qui cimiçi. Ah vai ver se eu to na esquina!

- Eu que comecei? pelo amor de Deus você nem sabe mentir!

- Chega! as duas! Any vai se sentar por favor - a professora apontou para a minha mesa. Precisei respirar cinco vezes para ver se a minha raiva dissipava.

Sai antes de encarar a Dove com todo o meu ódio, um dia ela vai ver. Sentei com a cabeça latejando, que belo presente de aniversário que eu ganhei viu? Isso me fez lembrar do presente que o Josh me deu. Agarro o solzinho no meu pescoço como se ele fosse me mandar boas energias.

- É Any, continua assim que um dia você joga a Dove contra um carro - meu parceiro de laboratório comenta sem olhar pra mim.

- Valeu pelo apoio Urrea - falo irônica abrindo o meu caderno.

Por mais que eu esteja com zero vontade de prestar atenção na matéria, eu prometi para o meu pai que hoje seria diferente, que a partir de agora seria diferente. Estar com 17 anos era uma grande responsabilidade, e prometi que prestaria mais atenção nas aulas, por ele e pela mamãe.

- Aliás feliz aniversário Polly, quer que eu te dou um sapato de salto alto? - dou um tapa no seu ombro revirando os olhos - Ai! isso foi pela piada ou por te chamar de Polly?

- Os dois - dei de ombros copiando seja lá o que esta escrito no quadro.

Noah Jacob Urrea, ou só Noah, ou só Jacob, ou só Urrea, mas pra mim ele é o coração de manteiga. Meu amigo desde pequena também, eu, ele e o beauchamp faziamos parte do triozinho maravilha. Se alguma coisa quebrou ou sumiu, a gente estava por trás. Noah tinha se mudado ainda quando crianças, mas voltou ano passado. Conselheiro, chorão, fofo e artista também o definem. Ele toca e canta lindamente, me sinto privilegiada por ser uma das únicas que já escutou.

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