11 - Sun silhouette

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Na/ só porque eu vi que vocês sentiram saudade de mim 💕

No dia seguinte me vejo banhada no tédio.

Quarta feira a tarde, no meio da semana. Cansada demais para estudar alguma coisa e com preguiça demais para sair e fazer alguma coisa.

Então estamos eu e o meu irmão - que me deu um ótimo apoio moral por estar na mesma que eu - deitados, ou melhor, esparramados no sofá assistindo a qualquer coisa que aparecesse na tevê.

Isso incluí filmes antigos, programas de culinária, aqueles caras que abandonam seus empregos e vão caçar ouro no meio do mato... bem nesse nível.

Estou deitada no colo do Lamar, quase me obrigando a dormir, enquanto ele esta com a perna apoiada na mesinha de centro embaraçando os meus cachos.

O dia de ontem foi tão parado quanto esse, acabei encontrando o Noah no estacionamendo da escola e quando gritei seu nome, os seus passos se apressaram e ele entrou no carro com uma velocidade impressionante. E Eu botei na minha cabeça que foi só paranóia minha.

- Que filhos mais úteis que eu tenho! - meu pai comenta ironico quando entra na sala.

Meu irmão responde com um joinha.

Eu nem me dou ao trabalho de olhar.

- Podem ir tirando essas bundas moles do meu sofá, nós vamos sair.

Papai pega uma almofada e joga em mim.

Faço um som irritada.

- Pra onde? - pergunto me sentando.

Meu cabelo esta uma droga, esta quente lá fora e pretendo ficar de pijama pelo resto do dia. Animação nível mil.

- Para o lugar onde vocês dois mais amam ir na vida.

Eu encarei o Lamar.

Ele me encarou.

E então, nos jogamos de novo no sofá por pura frustração.

- Mercado de novo não!

- Me diz que essa não é a compra do mês! - meu irmão ajoelha perante meu pai.

Ele apenas carrega uma expressão debochada e paciente. Ele sabe que vamos ir mesmo fazendo esse drama todo. É. Até eu sei.

- Olha só, é justamente essa compra que vamos fazer.

- Nããããããão! - Lamar leva a mão aos céus.

- Por que tanto sofrimento ó Deus? - digo com as mãos juntinhas enquanto fecho os olhos.

Vai que rezar ajuda.

- Parem de drama e vão se trocar! - meu pai dá a ordem.

- Não pode mesmo ser amanhã? - insisto.

Bastou um olhar pra eu me levantar e começar a arrumar a bangunça que eu e o Lamar fizemos na sala.

É trágico irmos ao mercado com a minha família. Não é o lugar em si, mas os perrengues que passamos lá. Já quebramos o carrinho, estouramos um refrigerante, derrubamos uma pilha de panetone do natal, o Lamar já ficou preso no freezer, já se pendurou pra pegar um ovo de páscoa, causamos um engarrafamento na fila pro caixa, meu pai esqueceu a carteira em casa, já me esqueceu no mercado... enfim, não temos ótimas lembranças.

Por isso peferimos ficar em casa, em segurança. Mas de acordo com o papai, ou vai todo mundo ou não vai ninguém.

Papai ficou parado na porta da sala de braços cruzados esperando a gente terminar de limpar. Resumindo, meu irmão varreu aquilo mais de duas vezes.

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