13. DON'T FORGET (FIM)

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Eu já tinha empacotado todas as minhas coisas, e o motorista tinha me ajudado a colocar tudo dentro do carro que seria despachado no avião. Ele me avisou que sairíamos em duas horas minutos.

O campus estava vazio, silencioso, e ensolarado.

Eu aproveitei aquele momento, não mais vestida com a farda, e sim com um vestido, para passear pelo local. Provavelmente a última vez que eu iria ver aquele lugar.

Eu tinha passado o começo da semana me despedindo de professores que ainda estavam alí, da bibliotecária, nas senhoras da cafeteria, da limpeza, da diretora, da psicologa, e de todos que trabalhavam ali e que me viram crescer em sua maioria.

Pessoa especiais que eu não esqueceria. Mas o lugar em si, eu ainda não tinha me despedido.

Andei pelos jardins, pelos corredores, entrei na biblioteca, na cafeteria, fui até meu locker, tentando tirar fotos com meus olhos e guardá-los na minha memória.

Mais do que momentos com Effie, eu tinha passado momentos naqueles lugares com minhas amigas e outras pessoas especiais pra mim. Eu tinha praticamente crescido alí.

Eu sabia que ainda iria encontrar com minhas amigas, mas não acredito que iria voltar para aquele lugar.

Tinha mais um lugar que eu precisava ir.

Fui andando, cortando o caminho que eu sempre cortava. Os raios de sol passando pelas árvores naquela manhã de verão eram a coisa mais linda.

As lágrimas hoje eram de nostalgia, felicidade também.

Olhei aquele lugar que um dia foi apenas meu, depois se tornou nosso. A cachoeira estava ali, sua água hoje não estava gelada e sim, morna.

Fui até a árvore vendo o ¨B&E¨ cravado ali e sorri passando a mão no local.

Respirei fundo, sabendo que sim, tudo tinha sido real, que nada foi mentira, que tudo tinha valido a pena, mas sim, um pouco doloroso, mas ainda assim tão relevante pra mim.

X

Mais tarde no aeroporto de Atlanta eu mexia no celular na sala de embarque do meu vôo para Los Angeles.

Eu estava animada para chegar e começar essa nova fase.

- Oi. - Fui tirada de meus devaneios por um garoto que tinha provavelmente a minha idade. - Você é Bailey Novak, não é?

Ele era alto, e tinha um cabelo loiro. Era sorridente, e seus dentes eram perfeitos.

- Sim. - Falei confusa.

- Oi. - Ele sorriu abertamente. - Meu nome é Lucca Russo. Eu estudo na St. Marcus.

- Meu Deus, sério? Prazer. - Estendi a mão e ele apertou de volta. - Senta aí.

Ele sentou ao meu lado sorrindo.

- Sim, eu conhecia o Austin Cooper, seu ex. - Fiz uma careta.

- A gente só ficava às vezes. - Ele riu dando de ombros.

- A gente não era tão conhecido, mas tenho certeza que a gente já frequentou algumas festas juntos.

- Provavelmente. - Eu ri.

- Então, você está indo pra Los Angeles nesse vôo também?

- Sim, você também? - Ele assentiu.

Afinal, ele estava na mesma sala de embarque que eu.

- Você saiu tarde do colégio que nem eu porque tava refazendo provas também?

- Não. - Eu ri. - Problemas pessoais. - Ele assentiu.

- Sua família é da Califórnia?

- A maioria mora lá, e a sua?

- Sim. Se você quiser a gente pode se encontrar nesse verão. Minha família tem uma casa da praia incrível, e seria bom ter um rosto conhecido por lá.

- Seria ótimo. - Sorri.

Ficamos conversando sobre a escola e o verão o resto do tempo que tivemos que esperar. Ele inclusive conseguiu mudar seu assento para meu lado, e fomos conversando toda a viagem, trocamos número, e nos despedimos quando chegamos no aeroporto de Los Angeles.

Lucca era engraçado e me fez rir várias vezes durante a viagem.

E sim, aquilo tinha aberto a minha mente de forma muito simples.

Talvez a Effie estivesse certa, talvez eu me importasse muito com rótulos.

Talvez eu apenas gostasse de garotas, ou dos dois.

O que eu estava certa era que eu tinha me apaixonado por uma garota, pela Effie. Por ela ser garota ou por ser a Effie eu não sei.

O que eu sabia também, era que o Lucca também despertava algo em mim. Claro que não como a Effie, mas ainda assim, algo.

E sinceramente? Eu estava pronta para explorar cada lado meu.

Eu não sabia que rumo a Effie tinha tomado, mas eu sabia que ela tinha sido única pra mim. E não, não vou buscar um substituto ou substituta, ou viver algo igual, ou fugir completamente daquilo. Sabia que cada pessoa ia ter uma intensidade diferente na minha vida.

Mas mesmo assim, não existia um dia que não passasse que eu não pensasse em tudo que vivi com ela.

Mas mesmo assim, não existia um dia que não passasse que eu não pensasse em tudo que vivi com ela

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xXx

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