— Ai... — A mulher levou a mão a cabeça sinalizando dor no local. — Onde eu bati a cabeça?

— Amiga, por deus! — Rafaella levantou da cadeira que estava. — Como cê tá se sentindo?

— Rafa... — Chamou arrastado sorrindo. — Traz meu namorado. — Riu aleatoriamente.

— Ih, ta bêbada ainda. — Bianca segurou a gargalhada. — Mas pelo menos acordou.

— Boca Rosa? Eu to sonhando, né? — Esticou a mão para puxar o braço da carioca. — Sempre soube que um di- dia vocês... — Teve dificuldade para completar. — Iam se complementar.. — Dessa vez Bianca não conseguiu segurar sua gargalhada ao notar a expressão de choque da mineira.

— Amiga, por que cê não volta a dormir? — Rafaella ajeitou o travesseiro na cabeça da outra. — Vai acordar bem melhor e sem dor.

— Bia! Bia! Deixa eu falar. — Vívian chamou novamente a carioca. — A Rafa tava sim no Paris 6 naquele dia, eu lembro! — Bianca não conseguia parar de rir daquela cena.

— Sangue do cordeiro, Vívian Amorim! — Revirou os olhos. — Já me arrependi de ter vindo aqui cuidar de você.

— Ficou sem graça, Rafinha? — Bianca alfinetou. — Mentira tem perna curta, viu? — Sorriu travessa.

— Fica quieta, Bia. — Não conseguiu segurar e também soltou uma risada. — Vou chamar o médico pra saber se ele já pode liberar ela pra gente levar pra casa. — Falou notando a amiga dormir novamente.

Antes da mineira sair do quarto para procurar o médico, a mesma atendeu o próprio celular que começou a tocar incessantemente.

Viu o nome de seu atual ficante na tela, percebeu que Bianca também havia visto antes de sair do lado da mineira e se sentar novamente em sua poltrona.

Alô? — Atendeu sem animação.

Rafaella, cê vem pra casa ainda hoje? — Quase revirou seus olhos ao escutar o homem chamar seu próprio apartamento de "casa".

Caon, eu estou no hospital com a Vívian. — Explicou paciente. — Estou esperando ela ser liberada.

Encarou Bianca e a mesma encarava a tela de seu próprio celular sem esboçar reações.

Isso eu sei, mas você poderia ter me avisado pessoalmente, né? — A mulher suspirou. — Seu amigo que teve que vir me procurar, Rafa.

Não deu tempo. — Tentava manter sua paciência ao máximo. — Quando eu vi, o uber ja tinha chegado.

Cara, cê sempre tem uma desculpa. — Dessa vez viu Bianca revirar os olhos. O volume da voz do homem estava tão alto assim ao ponto da outra escutar? Pensou.

Do que cê tá falando? — Só queria desligar aquela chamada o mais rápido possível. — Eu to falando o que aconteceu, não é desculpa, não.

Ta bom, Rafa. — Pareceu impaciente. — Nem a minha pergunta sobre vir pra casa ou não você respondeu. — Continuou. — Tchau, depois a gente se fala.

Desligou na cara da mineira.

— O que? — Perguntou ao ver Bianca lhe encarar sem expressão. — Que foi?

— Nada. — Suspirou e levantou de sua poltrona. — Só pensei que tu fosse mais inteligente que isso aí. — Disse antes de ir em direção a saída do quarto procurar o médico.

Não queria tirar conclusões precipitadas daquela relação com Daniel, ainda queria tentar, sabia que ainda queria achar motivos para aquilo.

Entretanto, o sentimento de desgaste tomava seu corpo todos os dias.

Flores (Rabia)Where stories live. Discover now