(三十六) A Batalha Sobre a Ponte da Criação

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Hisashi emana um poder que posso sentir como um arrepio correndo sobre a minha pele à medida em que ele cresce, junto aos primos. Eles manejam seus ossos e prontamente eu sei que não será justo deixá-lo lutar sozinho e me movo. Mas Yuki me detém.

— Izanami-chan... estou com medo.

— Nossa amiga falou que Hisashi guardava por herança um grande poder dentro de si. Mas... agora não sei o que fazer, Yuki-chan. Devo ajudá-lo? Devo intervir? Devo apenas observar?

Ela segurou na minha mão.

— Você é forte. Eu me escondo ali e você derrota todos os inimigos!

— Claro — sorri, comovida por sua inocência.

E quando ela se afastou o suficiente, eu me permiti. Permiti que o poder fluísse livremente através de mim, formando uma barreira de raios semelhante à que Hisashi sustentava, porém, menos densa. Ele apenas sorriu.

— Veja isso, Taro... não te dá nojo lembrar que esse homem tem o mesmo sangue que o nosso?

— Sinto ânsia de vômito só de lembrar, Iori. Vamos resolver isso rápido.

Eles partiram sobre nós. Iori se lançou sobre mim e Hisashi golpeou Taro logo que eles se encontraram. Nós nos afastamos e eu ginguei com um braço sobre sua cabeça enquanto segurava aquela... costela com minhas próprias mãos. Nossos punhos se chocaram e uma forte corrente de energia atravessou nossos corpos. Ele sorriu, me deu uma cabeçada forte que tirou meus movimentos por um instante. E, logo em seguida, ele chutou minha barriga me jogando contra o gradil da ponte.

Ao forçar sua lâmina contra mim, eu a segurei com ambas as mãos e conjurei uma explosão de energia que o afastou. Logo depois, arremessei um pequeno raio que ele desfiou com o osso. Ele me agarrou pelos cabelos e me puxou sobre seu corpo, mas nisso, eu esmurrei seu rosto. Sem sucesso, eis que a barreira de flamas avermelhadas que ele havia conjurado era mais forte que o meu golpe e pouco teve como efeito, aquilo era como uma extensão, como se ele estivesse sangrando e esse sangue se condensasse em vapor.

Enquanto que Hisashi e Taro lutavam uma luta de gigantes. Eles eram tão igualmente fortes que cada demonstração do poder, cada contato, cada explosão de energia era suficiente para sacolejar a terra sob nossos pés. Eles berravam, gritavam um com outro e mediam forças.

Iori golpeou meu ombro e seguidamente meu rosto fortemente, me jogando no chão.

— É só isso, Eremita? Esse é o poder que os anos de treinamento lhe renderam? Estou decepcionado.

Me levantei, esfregando o lábio ferido onde ele me tocou. Se ele atravessou a minha barreira, de que forma eu poderia atravessar a dele?

O dragão...

Sim! O dragão que sente dor no pescoço quando olha para o céu! Explorar a força do inimigo e encontrar seu ponto fraco. Hisashi não sabia defender a parte debaixo do corpo, então, esse cara revestido por pesados músculos...

Eu pulei e agarrei um dos pilares que sustentavam a ponte flutuante. Iori me seguiu apressado, mas eu rapidamente migrei pulando sobre a pilastra do outro lado, ganhando altura, ganhando forma, distraindo-o até que pulei sobre ele, e sim.

Ele foi ao chão quando o golpeei em cheio no lado esquerdo do rosto. Ele grunhiu, irrequieto quanto a terrível dor que sentiu no maxilar deslocado.

— Melhorou!

E nós dois seguimos num embate de corpo a corpo, punho a punho, palma a palma. Poderes manando sobre nossos corpos, nossos olhos focados um no outro.

É minha primeira batalha. É meu primeiro oponente. Não será minha derrocada. Não quando Hisashi fez tanto para me ensinar tudo o que sei.

O Ultimo Eremita do Trovão (Vencedor #TheWattys2021)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora