⭑leave out all the rest⭑

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[BAMBAM NARRANDO]

A minha vida ia de mau a pior, mas não era nada que eu não esperava, não era nada que eu não merecia.

Uma notícia ruim atrás da outra, era como as coisas chegavam em mim atualmente. Logo depois de deixar a casa de Kim, que com certeza foi a pior de todas, recebi uma ligação da Haru a dizer que aconteceu mais uma parada cardíaca.

Eu poderia ter ido para casa chorar como não faço a muito tempo, mas peguei o primeiro táxi e corri para o hospital.

Não tive tempo de brigar com Haru, quando botei os pés no hospital pude ver uma cena que acabou com a minha vida, Kim Jongdae a tentar ser ressuscitado por uma multidão de médicos.

Ele morreu cinco minutos depois, e eu fiquei sem as minhas respostas. Tinha algo rondando meu peito, não sabia se era culpa, tristeza por perder o meu namorado, ou se era arrependimento de ter mantido Jongdae mesmo naquelas condições.

Fui egoísta em mantê-lo vivo, mas acabou acontecendo, eu não pude deixar de querer respostas, eu queria seu perdão, queria o seu consentimento, mesmo que não ficássemos juntos, porque depois de um tempo, a única coisa que nos ligava era um passado distante.

Ele era isso para mim, passado. Mas acabou que eu também não tinha um futuro, muito menos um presente, já que Kim decidiu jogar na minha cara que nunca me amou.

Tudo bem, eu não iria convencê-lo a me amar, eu o amava, e poderia conviver com a ideia de que poderíamos ter dado certo por mais tempo, ou pelo menos terminado de uma outra maneira, por um outro motivo.

Acabou que aconteceu do jeito que eu temi, sozinho por conta do segredo, nenhum dos meus amores me amou de verdade, e eu não tinha as respostas que sempre desejei.

O dia do funeral foi estranho, eu não me sentia livre, muito menos liberto, só que também não conseguia manter pensamento no falecido, a minha cabeça flutuava para todos os momentos que vivi com Kim, por mais poucos que tenham sido, eles me deram força para sair da cama no dia.

Cheguei em casa aquele dia e era como se tudo fosse cinza. Deixei o paletó no cabideiro então fui a cozinha na tentativa de beber um pouco de água, o cômodo estava vazio, assim como a casa toda depois que dei umas férias remuneradas para todos os funcionários.

Era melhor desse jeito, que ninguém me visse num estado deplorável em que eu estava pronto para entrar. Pedi ao Mark que cuidasse de tudo por um tempo, até que eu colocasse minha vida — assim como o meu coração — no lugar.

Não podia culpar ninguém por isso, nem Kim por não me amar, muito menos Jongdae por me deixar antes que pudesse pelo menos ter uma última conversa.

A bagunça dentro de mim era enorme, não sabia se pensava em como me senti quando descobri do acidente. Eu chorei horrores, mas não como agora naquela cozinha, lembrando de sua voz por de trás da porta.

"Eu nunca disse que te amava" Ah, Kim… Isso chegou a ser tão doloroso quanto ver o corpo do seu quase noivo como um vegetal numa cama de hospital.

A realidade era que eu — depois que conheci Kim duvidei do que era amor —, seria Yugyeom o meu amor? Pensei comigo por todos os milésimos de segundo que passei com aquele baixinho e a única resposta que tinha era, absolutamente sim.

Não vinha ao caso agora, nada vinha ao caso agora. Eu apenas tinha que aceitar que perdi tudo que me interessava e só sobrou me lamentar pelo resto da minha vida.

Podia fazer algo a respeito sobre Jongdae? Não. Queria respostas? Sim, só não as conseguiria. Queria que Yugyeom me amasse, mas esse sentimento não se comparava, então eu deveria aceitar que o perdi.

absurdly evil | got7Onde histórias criam vida. Descubra agora