Ɣ 12 - Lírios Coloridos e um Oceano

1K 123 551
                                    


"O mundo muda quando dois se olham e se reconhecem... Amar, é despir-se de nomes" — Octavio Paz


Os raios solares que iluminam o quarto e o barulho incessante da campainha fazem os olhos castanhos abrirem, ainda sonolenta sente-se sozinha na cama. Com as mãos, a procura no local onde adormeceram entrelaçadas numa troca mútua de carícias.

A madrugada ardente com juras silenciosas que acredita ser de ambas é descartada ao ver-se sozinha no quarto, busca o celular na mesa de cabeceira, 11:17 é o horário mostrado no visor, além de três ligações, seu coração se enche de esperança, ao abrir as notificações, Magali e Francesca são as donas das chamadas e outra vez, a campainha toca.

O corpo moreno afasta os lençóis, levanta-se buscando o hobby negro do chão, lembra-se outra vez da advogada ao vesti-lo e seu íntimo verbera a inquietude novamente. Caminha e prendendo os cabelos negros num coque frouxo e ao ver quem está aguardando, ri e abre a porta com um rosto cínico.

— Não está cedo para estarem na casa dos outros?

— Não! E você não atende o telefone... não reclama... — Francesca entra rindo abraçada com Tereza, Magali caminha digitando freneticamente no telefone.

— Tá falando com quem Magá?

— Se quiser saber da minha vida, atende merda do telefone. — Responde debochada e gargalhando, logo recebe um tapa da irmã na cabeça.

— Não te dei essas liberdades... entra logo, quero fechar a porta.

— Deixa aberta, mesmo trancada o Juan consegue levar tudo! — Gargalha com a resposta imediata.

— O QUÊ? — Francesca e Regina pergunta em uníssono.

— Longa história. Amadas, sentem-se, irei fazer um café.

— E o almoço que combinamos? — Francesca caminha para a cozinha e Magali estanca no meio da sala ainda absorta no celular.

— Hoje é sábado, pensei que seria mais tarde.

— Julieta, você nem lembrou do almoço, apenas admita. — Tereza responde de antemão, Julie a encara com vergonha.

— Desculpe, não lembrei. — Despeja o pó de café na cafeteira e logo segue para o quarto para um banho rápido. — Já volto! Magali larga esse celular e serve as meninas.

— Julie, estou resolvendo umas coisas... — Responde distraída e Fran levanta-se para ajudar.

O tempo corre e ao sair do quarto, pronta para o almoço com as amigas, as mãos inquietas batucam o celular.

— JULIETA! DESEMBUCHA! — Francesca chama a sua atenção. — Toda nervosinha aí, o que é? — Julie encara a irmã e bebe o café escondendo o rosto. — Foi o Juan? O que o idiota fez?

— O homem é odiado. Por que nunca comentaram?

— Comentamos, depois de três anos, a cega é você! — Tereza responde rindo.

— E a verdade é um tapa nessa tua cara linda, caçulinha da Magá! — A fotografa bloqueia o celular e o guarda na bolsa, com vários pulinhos chega na cozinha, abraça e beija a irmã.

— Conheci alguém, porém contarei no caminho, é melhor.

— Não é isso que a incomoda, Julie. — Fran a fita com os olhos semicerrados. — VERBALIZA!

— Está tudo bem.

— Certo... e esse apartamento completamente diferente do que estava? A brincadeira da Magá? — Tereza comenta e Magali se afasta dando espaço e tempo para a irmã.

VINDICTAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora