14. Herança de Sangue

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Draco olhou pela sala, todos os rostos esperando uma resposta dele. O sr. Weasley pigarreou e mais uma vez se mexeu no pequeno sofá, olhando seriamente para ele.

— Algo me faz pensar que parte sua não quer ficar e aceitar nossa ajuda por orgulho, mas se for realmente isso, Draco, sugiro que olhe novamente para o seu filho e afaste esse sentimento para bem longe daqui.

Ainda em silêncio, Draco concordou com um aceno de cabeça. Era difícil estar ali, no meio da família Weasley, que ao longo da vida aprendera a desprezar. Mas agora já não preservava mais os mesmos pensamentos e costumes de antes e sabia que muitas das coisas que aprendera durante a infância e juventude não eram as mais adequadas e corretas para se seguir e a aproximação com Scorpius nos últimos dias só reforçava seus novos pensamentos. Aceitaria ficar e se esforçaria ao máximo para melhorar a convivência com os Weasley, afinal, eles eram seus novos vizinhos.

Por fim, estava decidido: eles ficariam ali até Scorpius alcançar certa estabilidade e poder retornar para casa. Gina agradeceu a confiança e se retirou, pedindo a ajuda de Hermione para dar uma organizada no sótão. Não demoraram muito e já estavam de volta, todos se perguntando em como iriam fazer para prosseguir.

— Tá, mas e agora? — perguntou Albus - É tipo depois do último andar, não é muito prático.

— Você não está ajudando — resmungou Harry.

— O que podemos fazer então é — sugeriu Gina — Transferir as crianças que estão no primeiro andar para o sótão e deixar Scorpius no quarto deles.

— Sem chances, James não vai aceitar — Harry quebrou as expectativas dela.

— Estão vendo? Não queria ser um incômodo e vejam só — protestou Draco.

— Não seja bobo — disse Molly — Podemos colocá-lo em uma cadeira e usar levitação até lá em cima, ele só sairá quando se recuperar mesmo. Draco pode aparatar daqui para lá caso se canse das escadas. O que acham?

— É o melhor que temos por enquanto — Gina deu de ombros — Draco?

— Por mim parece bom — aceitou ele.

E assim foi feito: quando Scorpius acordou já estava deitado em uma cama lisa e coberto por mantas de tons terrosos, a luz alaranjada do pôr-do-sol entrando pela janela do sótão. Albus estava sentado em um pufe ao seu lado virando as páginas de uma revista de quadribol.

— Você nem gosta disso — resmungou Scorpius, Albus largou a revista no chão imediatamente e se sentou na cama ao lado do amigo.

— Como está se sentindo?

— Me sinto melhor. Albus, o que exatamente aconteceu comigo?

— Hum, acho que não saberei te explicar — suspirou Albus — E mesmo se eu soubesse, não acho que eu seja a pessoa certa para isso.

Scorpius compreendeu o que Albus quis dizer. Conhecia aqueles sintomas e sabia o que todos estavam pensando. Olhou em volta, reparando no lugar que não ele não reconhecia ter visitado antes.

— Albus, onde exatamente estamos? E onde está meu pai?

— Ah, estamos no sótão da Toca. Seu pai concordou em deixar você aqui enquanto se recupera. Ele e meu pai foram até a sua casa buscar algumas roupas.

— Entendi. Pelo menos você ficará perto — Scorpius deu um sorriso fraco e pegou na mão de Albus — Deita um pouquinho aqui?

Albus concordou sorrindo e se aninhou ao lado de Scorpius, passando os braços em volta dele. Eles ficaram admirando um ao outro por um tempo, Scorpius apoiado no ombro de Albus, até que se aproximaram suficiente para os lábios se tocarem. Albus deixou vários beijinhos pelo rosto pálido de Scorpius, que respondia com sorrisos fraquinhos.

Spells | ScorbusWhere stories live. Discover now