Audi A5

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Olá, rabiolinhas. Adaptei um conto erótico que eu havia escrito para rabia, porque acredito que tem tudo a ver com elas. Enjoy it. 🔥

Todo o capítulo será pelo ponto de vista da Bianca.

Se gostou, deixa o seu comentário. <3

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Apartamento do Diogo, presente.

Eu não saberia dizer quantas taças de vinho eu havia ingerido nas últimas três horas. Levantei-me e arrastei o meu corpo, trôpego, em direção à enorme janela de vidro do apartamento do Diogo, meu namorado. Sob o olhar do vigésimo primeiro andar, a dança de luzes amarelas dos faróis dos carros reluzia a avenida movimentada. A cidade pulsava vida, mas eu não sentia nenhum resquício de animação, nada além de vontade de voltar no tempo.

Os clássicos sinais de embriaguez já entorpeciam a minha cabeça e, graças ao maldito vinho, por algum motivo não racional ou sóbrio, a neblina que encobria parcialmente o vidro me fez viajar em um perigoso déjà-vu. Sem controle sobre os meus pensamentos, a minha mente, articulosa e traiçoeira, me levou para o lugar inóspito no qual eu fui refém.

O sábado passado persistia inflamado em mim, tanto nos meus pensamentos, quanto sobre o meu corpo, com marcas latentes agora encobertas sob camadas e camadas de maquiagem, como uma pintura de Claude Monet. Não que eu precisasse esconder a prova do crime, afinal, minha pele não era tocada pelo meu namorado há pelo menos um mês.

Sorvi o vinho em um gole generoso e pude sentir o líquido descendo sobre minha garganta, enquanto, em direção oposta, um pequeno fervor insistia em subir lentamente entre as minhas pernas.

Aquela filha de uma puta murmurei para mim mesma e exalei pesadamente o ar dos meus pulmões.

Encostei a minha costa exposta no vidro e senti um arrepio percorrer à espinha. O vidro embaçado, assim como a minha visão turva, me levou de volta ao último sábado à noite, nas vielas de São Paulo, onde o carro dela — um Audi A5, azul marinho, polido e suntuoso — estava estacionado em frente ao bar onde eu tentei, de todas as formas, desvencilhar de seu olhar felino por horas a fio.

Bianca P.O.V - uma semana atrás – apartamento do Diogo, São Paulo.

— Não há cristo que me faça ir até essas confraternizações de empresa, já disse. Não tô nem um pouco disposta. Eu nem conheço o pessoal, por que tenho que ir?

— Por favor, Bi, é importante para mim que você vá me fazer companhia, porque eu tô nervoso pra caralho. É a chance da minha promoção, lembra? — ele veio com aqueles olhos castanhos pidões, encaixando-me em um abraço por trás.

Revirei os olhos e expirei o ar. — Tá, né, fazer o que. Mas promete que seremos rápidos?

— Tão rápidos que você nem sequer vai perceber — sorriu satisfeito e depositou um beijo sobre minha testa. — Comprei uma roupa para você, aliás. Tenho certeza que vai ficar um espetáculo.

Limitei-me a sorrir para ele e fui me banhar. No banheiro, desabei. Sentia o meu peito doer e a sensação de sufocamento havia voltado. Diogo fazia cagada e depois vinha querer me agradar com presentes, flores e o de sempre. Uma porra de um ciclo doentio.

Ele era sempre persuasivo e eu, para variar, não sabia ser incisiva e acabava cedendo. A verdade crua era que não havia qualquer resquício em mim do que chamávamos de amor. Havia tentado terminar pelo menos quatro vezes nos últimos três meses, mas ele simplesmente não aceitava. E eu assim levava a minha patética realidade, travestida de sorrisos, pouco sexo e formalidades nas quais eu detestava.

A chefe do meu namorado | MINI-FIC RABIAOnde as histórias ganham vida. Descobre agora